quarta-feira, 9 de abril de 2025

HEREGES BILIANDO O CAOS

Os sentidos estão sempre contados,

As falas são ditas ao esquecimento.

Mortes anunciadas pelo vazio que vejo –

A presença assoberbada do que se é visto.

Conheço e desconheço. Estamos bem perto.

 

Na era do incontável saber,

As bocas digitalizadas,

Foros que do passado sobrevivem:

Como guerras, como civis a serviço.

Mais erguida segue ela, seguem eles.

 

O tamanho da penúria, um zigurate,

Babelizando por toda a parte, arautos

Cujos sons entram nas mentes opiniosas,

Opacas e intumescidas. Um vento, feito

A janela atrás de mim em que vozes entram.

 

Sigo em marcha. Encharcado os pés

Das lutas que me fizeram e em que me fiz.

Panfletos de nenhum lado lidos. Protestos

Que ouvi, partindo de vozes perdidas de

Si próprios. Jovens, ovelhas sem pastor,

 

Que seguem acasalados de ego em diploma,

Trouxas de carne que nem corpos dependurados,

Empalados pela mais cruel e amarela via:

Álcool, holofotes, injeções de lacrações

Universitárias. Roubos de esperança. Nus.

 

A carne de pequena pureza, hoje, desvirtua

Futuras adultezas. Um fígado de ideologias

Que finge biliar o caos: as doutrinas de cátedras,

Ocultismos de brancos vazios, exuados

Da vitimização. Engolidores do sacro.

 

Rude selvageria, com luvas de doutor.

Olhos vidrados, dentes caros e um poço:

Que não dá mais água, mas parece querer

Matar a sede. Pobres de 30, 40 anos ou mais

Sobem na pirâmide: produzindo a queda.

 

Odeiam a natureza do discipulado. Heréticos

Vendem a consagração pela distância, pelo

Não convívio. Como o circuito de consagração

Tanto mais eficiente quanto a distância de seus

Eus, consagrados aos altares abutriais. Canal.


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