quarta-feira, 24 de setembro de 2025

CEGUEIRA

 

Os olhos nunca mais serão os mesmos.

Na companhia que me fizeram,

Eles me fizeram.

Já não enxergo mais que dois palmos de vida,

Sentindo a escuridão jorrar.

 

Jaz a nitidez,

Já que neste funeral

Trouxeram a nós a tocha:

Tecnologia antiescuridão.

Antivida equacionada.

 

Pelo tempo, pela dor,

Pelo amor...

Arretirada a luz dos olhos.

Derramado dentro de si,

Ser que em si habita.

 

Não vejo mais os “paraquês”...

Só as camadas de destroços,

Que materialmente imperam.

Como rasgar as sombras dessa escuridão,

Sem que seja rasgando com as luzes de um novo dia?

 

 

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