População parece não se incomodar quando vê crianças em trabalho
braçal
Encontrar
crianças e adolescentes efetuando trabalho pesado – que coloca em risco a
integridade física – ou atividades leves que tomam várias horas do dia, do
tempo escolar, ainda não revolta o povo de Marabá. Nem boa parte de seus
líderes políticos. Isso porque continua sendo visto como “normal” os infantes passarem
nas ruas vendendo algo ou cumprindo um serviço.
Na
quinta feira (5), a primeira semana de 2012 não começou legal para mais um “trio
ternura”.
Em
plena Avenida Boa Esperança, a altura do Bairro Laranjeiras – Núcleo Cidade
Nova – um grupo de três meninos passava com toda “calmaria” em cima de uma
carroça, fazendo um carregamento de madeira.
Sem
qualquer segurança, os dois garotos sentados no final das tábuas assistiam a
lida e a passagem dos carros e caminhões, enquanto o terceiro fazia a condução
do frete.
A
cena não causou nenhum alvoroço em quem passava naquela via, logo às 4h da
tarde. Sequer um nariz torto entre as pessoas que viam tudo na frente de suas
casas.
Do contrário. O resultado máximo foram os sorrisos que as “firulas”,
feitas pelo pequeno condutor, causaram em certo grupo de adultos na outra
esquina, que, embora estivessem cuidando de seu ofício, não deixaram de reparar
no que havia de “hilário” naquela situação.
Na
infância tudo parece brinquedo. Contudo, nessas condições, flagradas pelo "OA", os gracejos demonstram que na verdade, o normal em toda criança é
brincar, mesmo em casos de risco. Isso é um tipo de direito que a exploração do
trabalho infanto-juvenil acaba usurpando.
Geralmente,
os responsáveis apontados por esse descuido são os pais.
Porém,
não se sabe ao certo, até que ponto a família padece necessidades e injustiças
que o governo não consegue sanar, ou pior, se as autoridades e órgãos públicos
estão fugindo de cumprir seu papel para com essa parcela carente da sociedade.
Ela, como se vê, depende em muito desse apoio.
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