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sábado, 21 de maio de 2022

EXPOAMA 2022 - NOITE GOSPEL PROMETE SER 1° GRANDE IMPACTO EVANGELÍSTICO EM MARABÁ NO PÓS-PANDEMIA















Na tarde deste sábado, 21 de maio, houve reunião com líderes e representantes de entidades eclesiásticas de Marabá, no prédio do CPR II (Folha 30), com objetivo de se construir a programação da NOITE GOSPEL - que integra a agenda de eventos da EXPOAMA 2022. 

Consagrada como um dos eventos que mais reúne famílias e cidadãos de cidades do sul e Sudeste do Pará, a EXPOAMA 2022 será espaço de forte impacto evangelístico, organizado pelas igrejas da Marabá. 

"Depois de mais de dois anos sem a Noite Gospel, nada melhor do que a EXPOAMA 2022 para marcar esse momento histórico", declara o pastor e Coronel Dayvid Sarah Lima, fazendo referência ao dia 21 de julho, data programada para a realização desse encontro de fé. 

Na ocasião, a integrante da comissão organizadora do evento, cantora Luana Sarah, destacou que foram pensadas algumas ações que vão facilitar o acesso da população à noite de celebração. "Além da entrada ser gratuita, disponibilizar ônibus na frente das igrejas, que representam a sede de suas respectivas denominações, ajuda quem precisa de condução para participar da Noite Gospel", observa.

Segundo Leia Jancem, membro da comissão organizadora, todas as igrejas poderão realizar impactos evangelísticos, durante a Noite Gospel. "Graças a Deus, pude ter longos anos de experiência com a Noite Gospel. E vi que, quando todas as igrejas se unem, elas conseguem fazer uma diferença poderosa e alcançar muitas pessoas para Jesus", enfatiza. 

Nos próximos dias, novas atividades serão promovidas pelo Grupo de Trabalho que coordena a construção da programação. Dia 2 de junho, haverá o Coquetel de Lançamento da EXPOAMA 2022 - NOITE GOSPEL. 

O ingresso da Noite Gospel será 1 quilo de alimento não perecível (exceto sal).

Através da Lei Semear, os recursos arrecadados vão subsidiar os custos da programação. 

CONHEÇA A LEI SEMEAR
Programa Estadual de Incentivo à Cultura Semear é uma política pública de incentivo à cultura do Governo do Estado do Pará criado na lei Estadual nº 6 572 de 08 de agosto de 2003, chamada de Lei Semear, com objetivo de estimular a pesquisa e produção no campo cultural.

quinta-feira, 19 de maio de 2022

UEMA 2022 - Teoria e atividades sobre a obra Canaã, de Graça Aranha




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LITERATURA

Prof. Me. Anderson Damasceno

UEMA 2022

Canaã – Graça Aranha

Canaã é a melhor obra de Graça Aranha. Tem como palco Porto do Cachoeiro, no Espírito Santo, onde o autor fora juiz.

BIOGRAFIA

Graça Aranha (José Pereira da Graça Aranha) nasceu em 21 de junho de 1868, em São Luís, no estado do Maranhão. Mais tarde, em 1882, ingressou na Faculdade de Direito do Recife. Assim, o jovem abolicionista e republicano se formou em 1886 e foi trabalhar como advogado na cidade de Campos, no estado do Rio de Janeiro.

Em seguida, mudou-se para Porto do Cachoeiro, cidade capixaba, a qual, mais tarde, foi cenário de seu romance Canaã. Ainda, em 1897, antes de publicar seu primeiro livro, ajudou a fundar a Academia Brasileira de Letras e tomou posse da cadeira número 38, cujo patrono é o poeta Tobias Barreto (1839-1889).

Nas duas próximas décadas, exerceu a carreira diplomática na Europa. Ao voltar definitivamente para o Brasil, passou a dialogar com jovens artistas de São Paulo, que buscavam uma nova forma de expressão estética. Desse modo, ajudou a organizar a Semana de Arte Moderna de 1922 e foi responsável pelo discurso de abertura do evento.

Em 1922, o escritor ficou preso quase um mês devido à suspeita de que estava envolvido em uma conspiração contra o presidente eleito Artur Bernardes (1875-1955). Dois anos depois, Graça Aranha rompeu com a Academia Brasileira de Letras, pois a considerava muito conservadora. Faleceu em 26 de janeiro de 1931, no Rio de Janeiro."

 

SÍNTESE DA OBRA

Canaã conta a história de Milkau e Lentz, dois jovens imigrantes alemães que se estabelecem em Porto do Cachoeiro, ES. Amigos e antagônicos ao mesmo tempo, Milkau é a integração e a paz, admirando o Novo Mundo, Lentz é a conquista e a guerra, pensando no dia que a Alemanha invadirá e conquistará aquela terra. 

Ainda assim, ambos se unem e trabalham juntos na terra e prosperam. Mais tarde aparece Maria, filha de imigrantes pobres, que é abandonada ao léu quando morre seu protetor e lhe abandona o amante, que pensava ser seu futuro marido.

Vagando, tomada como louca e prostituta, é rejeitada até na igreja antes de ser salva por Milkau, quem conheceu uma vez em uma festa e vai morar numa fazenda. Lá continua a ser maltratada até que um dia seu filho é morto por porcos e ela é acusada de infanticídio. Na cadeia Milkau passa a visitá-la enquanto ela é repudiada pela cidade inteira. Por fim a salva com uma fuga no meio da noite.

A história em si é apenas pano de fundo para as discussões ideológicas entre Milkau e Lentz, somando-se a isto retratos da imigração alemã e da corrupta administração brasileira da época (notavelmente no capítulo VI).

O livro, quanto ao conteúdo, tem uma significativa abrangência, pois trata de etnia, relacionamento humano, culturas, colonização e progresso. Desenvolve alguns aspectos sociológicos e fisiológicos. Publicado em 1902, é, ao lado de Os sertões, um dos marcos do início do Pré-Modernismo.

 

ATIVIDADES 2

(VUNESP) INSTRUÇÃO: As questões de números 01 a 03 se baseiam no seguinte trecho do romance Canaã, do escritor maranhense Graça Aranha (José Pereira da Graça Aranha, 1868- 1931).

O agrimensor olhou a árvore. – Faz pena – disse compassivo – botar tudo isso abaixo. – Eu, por mim – acudiu Milkau, levado pelo mesmo sentimento –, preferiria um lote onde não fosse preciso esse sacrifício. – Não há nenhum – respondeu Felicíssimo. – O homem – notou Lentz a sorrir com ar de triunfo – há de sempre destruir a vida para criar a vida. E depois, que alma tem esta árvore? E que tivesse… Nós a eliminaríamos para nos expandirmos. E Milkau disse com a calma da resignação: – Compreendo bem que é ainda a nossa contingência essa necessidade de ferir a Terra, de arrancar do seu seio pela força e pela violência a nossa alimentação; mas virá o dia em que o homem, adaptando-se ao meio cósmico por uma extraordinária longevidade da espécie, receberá a força orgânica da sua própria e pacífica harmonia com o ambiente, como sucede com os vegetais; e então dispensará para subsistir o sacrifício dos animais e das plantas. Por ora nos conformaremos com este momento de transição… Sinto dolorosamente que, atacando a Terra, ofendo a fonte da nossa própria vida, e firo menos o que há de material nela do que o seu prestígio religioso e imortal na alma humana… Enquanto os outros assim discursavam, Felicíssimo, no seu amor ingênuo à Natureza, mirava as velhas árvores, e com a mão meiga festejava-lhes os troncos, como os últimos afagos dados às vítimas do momento do sacrifício. Dentro da mata penetrava o vento da manhã e nas folhas passava brandamente, levantando um murmúrio baixo, humilde, que se escapava de todas as árvores, como as queixas surdas dos moribundos.

in: ARANHA, Graça. Obra completa. Rio de Janeiro: MEC-Instituto Nacional do Livro, 1969. p.106-107.

1. Centrados nas diferenças de caráter e de comportamento das personagens (Esaú e Jacó, Pedro e Paulo), no romance Canaã, publicado em 1902, defrontamo-nos com duas personagens de temperamentos bastante fortes, Lentz e Milkau, imigrantes alemães cujas concepções do homem e do mundo são opostas. Verifique com atenção a participação dessas duas personagens no trecho de Graça Aranha e, em seguida

a) sintetize, com suas próprias palavras, os dois tipos de “homem”, ou seja, de comportamento do homem no mundo, defendidos, respectivamente, por Lentz e por Milkau.

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b) mostre, com base no texto, que os fundamentos da consciência ecológica, hoje em dia bastante disseminados no mundo, já se encontram presentes nesse trecho de Canaã.

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2. A metagoge, recurso expressivo bastante usado pelos escritores de todos os tempos, consiste em atribuir atitudes, qualidades e sentimentos humanos a outros seres. No trecho de Canaã reencontramos tal procedimento, que reforça a dramaticidade dos fatos narrados. De posse destas informações:

a) indique uma passagem do último parágrafo do texto em que ocorre esse recurso expressivo.

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b) demonstre que as personagens Milkau e Felicíssimo, que se identificam pelo amor à natureza, expressam esse sentimento de maneiras diferentes.

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3. Embora Graça Aranha não haja necessariamente tomado por referência o episódio bíblico de Esaú e Jacó, pode-se perceber, nas opiniões expressas por Lentz e Milkau, que suas personalidades apresentam certa correspondência com as dos gêmeos da Bíblia. Partindo desta hipótese,

a) agrupe as quatro personagens (Esaú, Jacó, Lentz, Milkau) em dois pares, de acordo com as afinidades de caráter e atitudes.

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b) explique, com base nos dois textos, os critérios de que você se serviu para estabelecer tais pares.

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Instrução: A questão de número 04 toma por base uma passagem do romance Canaã, de Graça Aranha (1868-1931).

Canaã

— Hoje — disse Milkau quando chegaram a um trecho desembaraçado da praia —, devemos escolher o local para a nossa casa.

 — Oh! não haverá dificuldade, neste deserto, de talhar o nosso pequeno lote… — desdenhou Lentz.

 — Quanto a mim, replicou Milkau, uma ligeira inquietação de vago terror se mistura ao prazer extraordinário de recomeçar a vida pela fundação do domicílio, e pelas minhas próprias mãos… O que é lamentável nesta solenidade primitiva é a intervenção inútil do Estado…

 — O Estado, que no nosso caso é o agrimensor Felicíssimo… — Não seria muito mais perfeito que a terra e as suas coisas fossem propriedade de todos, sem venda, sem posse?

 — O que eu vejo é o contrário disto. É antes a venalidade de tudo, a ambição, que chama a ambição e espraia o instinto da posse. O que está hoje fora do domínio amanhã será a presa do homem. Não acreditas que o próprio ar que escapa à nossa posse será vendido, mais tarde, nas cidades suspensas, como é hoje a terra? Não será uma nova forma da expansão da conquista e da propriedade?

— Ou melhor, não vês a propriedade tornar-se cada dia mais coletiva, numa grande ânsia de aquisição popular, que se vai alastrando e que um dia, depois de se apossar dos jardins, dos palácios, dos museus, das estradas, se estenderá a tudo?… O sentimento da posse morrerá com a desnecessidade, com a supressão da ideia da defesa pessoal, que nele tinha o seu repouso…

 — Pois eu — ponderou Lentz —, se me fixar na ideia de converter-me em colono, desejarei ir alargando o meu terreno, chamar a mim outros trabalhadores e fundar um novo núcleo, que signifique fortuna e domínio… Porque só pela riqueza ou pela força nos emanciparemos da servidão.

 — O meu quinhão de terra — explicou Milkau — será o mesmo que hoje receber; não o ampliarei, não me abandonarei à ambição, ficarei sempre alegremente reduzido à situação de um homem humilde entre gente simples. Desde que chegamos, sinto um perfeito encantamento: não é só a natureza que me seduz aqui, que me festeja, é também a suave contemplação do homem. Todos mostram a sua doçura íntima estampada na calma das linhas do rosto; há como um longínquo afastamento da cólera e do ódio. Há em todos uma resignação amorosa… Os naturais da terra são expansivos e alvissareiros da felicidade de que nos parecem os portadores… Os que vieram de longe esqueceram as suas amarguras, estão tranquilos e amáveis; não há grandes separações, o próprio chefe troca no lar o seu prestígio pela espontaneidade niveladora, que é o feliz gênio da sua raça. Vendo-os, eu adivinho o que é todo este País — um recanto de bondade, de olvido e de paz. Há de haver uma grande união entre todos, não haverá conflitos de orgulho e ambição, a justiça será perfeita; não se imolarão vítimas aos rancores abandonados na estrada do exílio. Todos se purificarão e nós também nos devemos esquecer de nós mesmos e dos nossos preconceitos, para só pensarmos nos outros e não perturbarmos a serenidade desta vida…

Graça Aranha. Canaã, 1996.

4. Em sua última fala no fragmento do romance Canaã, coerentemente com o que manifestou nas falas anteriores, a personagem Milkau, ao informar o que pretende fazer com seu quinhão de terra, acaba expressando sua própria concepção de mundo. Releia essa fala e faça uma síntese dessa concepção da personagem.

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5.

– Mora aqui há muito tempo? – perguntou Milkau.

– Fui nascido e criado nessas bandas, sinhô moço… Ali perto do Mangaraí. – E tateando o espaço, estendia a mão para o outro lado do rio: – Não vê um casarão lá no fundo? Foi ali que me fiz homem, na fazenda do capitão Matos, defunto meu sinhô, que Deus haja!

      E a conversa foi continuando por uma série de perguntas de Milkau sobre a vida passada daquela região, às quais o velho respondia gostoso, por ter ocasião de relembrar os tempos de outrora, sentindo-se incapaz, como todos os humildes e primitivos, de tomar a iniciativa dos assuntos. Ele contou por frases gaguejadas a sua triste vida, toda ela um pobre drama sem movimento, sem lances, sem variedade, mas de quão intensa e profunda agonia! Contou a velha casa cheia de escravos, as festas simples, os trabalhos e os castigos… E na tosca linguagem balbuciava com a figura em êxtase a sua turva recordação.

     – Ah, tudo isso, meu sinhô moço, acabou… Cadê fazenda? Defunto meu sinhô morreu, filho dele foi vivendo até que governo tirou os escravos. Tudo debandou. Patrão se mudou com a família para Vitória, onde tem seu emprego; meus parceiros furaram esse mato grande e cada um levantou casa aqui e acolá, onde bem quiseram. Eu com minha gente vim para cá, para essas terras de seu coronel. Tempo hoje anda triste. Governo acabou com as fazendas, e nos pôs todos no olho do mundo, a caçar de comer, a comprar de vestir, a trabalhar como boi para viver. Ah! tempo bom de fazenda! A gente trabalhava junto, quem apanhava café apanhava, quem debulhava milho debulhava, tudo de parceria, bandão de gente, mulatas, cafuzas… Que importava feitor?… Nunca ninguém morreu de pancada. Comida sempre havia, e quando era sábado, véspera de domingo, ah! meu sinhô, tambor velho roncava até de madrugada…

E assim o antigo escravo ia misturando no tempero travoso da saudade a lembrança dos prazeres de ontem, da sua vida congregada, amparada na domesticidade da fazenda, com o desespero do isolamento de agora, com a melancolia de um mundo desmoronado.

Graça Aranha, Canaã. 1ª edição: 1902.

O preconceito, como grande obstáculo à interação humana, tem sido amplamente questionado nos últimos tempos. No texto desta parte, por exemplo, é possível perceber alguns tipos de preconceito. Tomando por base esse pensamento,

5. (VUNESP)  Demonstre, em Canaã, como o enunciador avalia, preconceituosamente, a capacidade de linguagem do velho.

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6. (VUNESP)  Pão e circo simbolizam, nas mais diferentes épocas da civilização, os bens oferecidos pelo governo às classes sociais, principalmente as menos favorecidas, de maneira a satisfazer suas principais necessidades e prevenir eventuais revoltas provocadas por condições desumanas de vida. Considerando o texto de Graça Aranha,

a) encontre uma passagem, extraída da fala do velho escravo, em que aparecem os elementos correspondentes à satisfação dessas necessidades, na antiga fazenda.

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b) aponte uma qualidade do trabalho escravo, na antiga fazenda, que parece ter muita importância para o velho.

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7. A fase pré-modernista passa a ser tomada como marginal ou subsidiária à estética ou ao próprio Modernismo. Consequentemente, as obras que lhe remetiam pertencimento cronológico, dentre elas Canaã, eram tomadas pelo sincretismo das escolas Realismo, Naturalismo, Simbolismo, mas também pela aproximação temática ao Modernismo.

Adaptado de: ARAÚJO, Bárbara Del Rio. O registro de estilo em Canaã: uma reflexão sobre a historiografia e o rótulo Pré-Modernismo.

O contraditório de classificação de Canaã, de Graça Aranha, é reiterado em:

a) grande parte das análises feita da obra prefere caracterizá-la pela relevância temática, pelo debruçar sobre os problemas sociais e morais do país, o qual é apresentado sob uma perspectiva de antecipação ao movimento modernista na medida em que se observa o interesse pela realidade.

b) na historiografia literária brasileira, o nome de Graça Aranha costuma abrir com todo o direito o capítulo do movimento de 1922, pela adesão entusiasta, determinante que essa grande personalidade, antes mesmo de grandes escritores, iria dar aos jovens de São Paulo na revolta contra as instituições.

c) Canaã reflete sobre situações novas como a imigração alemã no Espírito Santo, desembocando em discussões raciais, sociais e morais, prelúdio inequívoco ao Modernismo.

d) aproveitando criaturas e fatos reais, pondo em cena colonos e caboclos, não fez, contudo, um livro realista e ainda menos regionalista. Não interessava ao autor o pitoresco nem se sentia inclinado a submeter-se passivamente a observação, um e outro entram na obra, mas no seu lugar como elementos de construção e nunca como fim.

e) embora estejam presentes na obra ideias pessimistas quanto ao Brasil e tons idílicos da colônia alemã, não há nenhuma tendência a provar a superioridade do colono branco sobre o mestiço.

 

FONTES:

https://brasilescola.uol.com.br/literatura/graca-aranha.htm

https://faciletrando.wordpress.com/2019/05/01/canaa/

 

GABARITO

1. a) Enquanto Milkau é humanista, sensível e defende a ideia do homem integrado à natureza, Lentz, ao contrário, tem espírito agressivo, destruidor, e não mede esforços para atingir seus ideais, sobretudo os de conquista.

b) Todo o parágrafo iniciado por “– Compreendo bem que é ainda a nossa contingência essa necessidade de ferir a Terra…” até “e firo menos o que há de material nela do que o seu prestígio religioso e imortal na alma humana.”

2. a) Fica evidente a metagoge (ou personificação) no último período do último parágrafo: “… levantando um murmúrio baixo e humilde, que se escapava de todas as árvores, como as queixas surdas dos moribundos”. Outra possibilidade, no período anterior: “… mirava as velhas árvores, e com a mão meiga festejavalhes os troncos, como os últimos afagos dados às vítimas do momento do sacrifício”.

b) Embora ambos os personagens se identifiquem pelo amor à natureza, Milkau tem um discurso mais idealista, intelectual, sonhador e utópico. Felicíssimo é mais simples, sentimental, e humaniza a natureza para fazê-la mais próxima dele.

3. a) Esaú – Lentz

Jacó – Milkau

b) No primeiro par, Esaú é caçador, Lentz é conquistador (luta). Enquanto, no segundo par, Jacó é um homem pacífico, assim como Milkau, que pensa na harmonia entre o homem e a natureza (paz).

4. A personagem Milkau apresenta uma concepção de mundo necessariamente romântica, que segue o modelo primeiro proposto por Jean-Jacques Rousseau, que gira em torno da seguinte ideia: a civilização corrompe o homem, tornando-o ambicioso e individualista. Em oposição a essa ideia, a personagem propõe uma vida humilde, “entre gente simples”, na qual os homens se afastariam dos sentimentos negativos, como a cólera e o ódio, e viveriam irmanados em sentimentos de “resignação amorosa”, “tranquilos e amáveis”, plenos de bondade e de paz para apreciarem a serenidade da vida.

5. Em Canaã, o velho escravo é desqualificado por utilizar “frases gaguejadas” e “tosca linguagem”.

6. a) “Comida sempre havia, e quando era sábado, véspera de domingo, ah! meu sinhô, tambor velho roncava até de madrugada…” Na passagem destacada, o velho refere-se, à sua maneira, ao famoso “pão e circo para o povo”.

b) A parceria. “Ah! tempo bom de fazenda! A gente trabalhava junto, quem apanhava café apanhava, quem debulhava milho debulhava, tudo de parceria…”.

7. D