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quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

FAL(H)E NA COMUNICAÇÃO

POEMA – FAL(H)E NA COMUNICAÇÃO

 

É preciso falhar...

É preciso que não se entenda.

É preciso falar...

É preciso saber o que não se pensa.

É preciso pensar o que se não sabe.

É preciso comunicar fora do esquema.

 

Digo diferente... que

Às vezes é preciso deixar que se pense.

Que eu não dê a resposta

A quem queira, ou

Que eu dê

A quem espera que me entende.

 

Às vezes é preciso dizer as coisas de um jeito diferente,

Para que as pessoas não possam entender.

E no não entender, quem sabe, buscam tentar saber.

Vai que esse é o melhor caminho!

 

Quanta vez, tentando falar igualmente,

Disseram não saber o que estava em mente,

Usando as exatas palavras que ouviram de sempre.

 

Então...

Resolvi não mais dizer o que estava em suas mentes,

Numa dimensão de que há outras coisas

E que há quem também as pense,

Mas só depois de sentir que as não entende.

 

Era possível?

Se elas não entendiam enquanto eu usava a forma do que eu sabia dizer,

E que elas ouviam as exatas palavras que sempre souberam conhecer,

Só que ninguém ao outro comunicava

A verdade mais clara do que se queria dizer.

 

Foi preciso eu falar no escuro,

Para que não me pudessem entender.

E foi assim,

Para que pudessem ter a chance de pensar,

Um outro caminho,

Para que a gente pudesse se falar.

 

Enfim,

Se digo diferente...

É pra que quem é diferente possa tentar se ver,

E me ver,

Naquilo que só era possível pelas palavras que eu não sabia dizer.



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quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

POEMA – AONDE VOCÊ VAI?

POEMA – AONDE VOCÊ VAI?


O verdadeiro amor lança fora todo o medo.


Entrei no meu quarto,

Fechei a porta e sentei na quina da cama.

Foi só esse tempo que tomei.

Acabei de tocar no pior dos pensamentos

E me faltou a respiração.

Na verdade, veio um fôlego mais profundo,

A necessidade de um fôlego mais profundo,

De um respirar mais lento

E profundo,

Do tipo que se tem que puxar mais ar aos pulmões.

 

Já senti isso antes,

Duas vezes de memórias lembro,

Mas já teria vivido outras sem perceber

Mesmo que de menor porte.

E agora, é um tanto mais fácil identificar quando ela vem...

A ansiedade me puxando...

 

Antes de tocar no pior dos pensamentos

Estava há bom tempo num brainstorm gerador de reclamações.

Era a murmuração,

Musiquinha infeliz fomentadora de qualquer inferno pessoal.

Na intenção de compartilhar e botar pra fora o seu peso,

Desabafava...

Abria-me por todos os lados possíveis em que sinto as pressões:

Amizades, trabalho, fé, família, projetos...

Intenções e cálculos aparentemente frustrados.

Aparentemente porque não encontrei modalizador para o mas-que-ainda-não-estão-no-seu-fim.

Isto é, ainda cabem recursos.

Abria-me com quem amo e confio,

E leva comigo o peso da vida,

Sendo eu boa parte do peso da vida levado.

 

De um lado, era tudo isso.

Do outro, era o amanhã.

Além do sentimento de desgosto,

O desabafar conseguiu desvelar a faceta da revolta

Por causa do dia de amanhã,

E toda a rotina que se passara

E novamente virá.

Quem sabe mais robusta

Porque sinto que baixei a guarda,

Erro crasso e gatilhador para a instalação dela.

 

E que caminho agora há que se trilhar?

Investir no botar um shape?

Tá na moda!

Investir ainda mais em velhos hábitos?

Um bom livro, correr e nadar...

Quem sabe reencontrar-se pelo silêncio meditativo e de fé?

Foi o que me ajudou até aqui.

Radicalizar contra uma parte das pressões que me assomam?

Uma mente cansada raramente toma boas decisões.

 

Ei?!

Aonde você vai?

domingo, 15 de janeiro de 2023

POEMA - SORRISO PRA CIMA

POEMA - SORRISO PRA CIMA (Anderson Damasceno)

Que teu sorriso nunca se apague,
Porque a vida te fez audaciosa,
Sonhadora, bela e muito mais
Cativa de teu amor próprio.

Que teu peito pulse vigorosamente.
Que tua mente nunca se perca
A não ser que esse perdimento seja
Pra você se tornar ainda você novamente.

Perdida por um tempo,
Mas sempre crendo,
Que vale a pena continuar

Pra poder se autoencontrar.
Seja num novo começo, seja no fim,
Seja em tudo aquilo que se quer ou que virá.