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sábado, 11 de novembro de 2017

DEPOIMENTOS – Audiência Pública revela que população marabaense maltrata os idosos cotidianamente

Promotores de Justiça, Waldir Macieira e Lilian Freire, conduziram
Audiência Pública em defesa dos direitos da pessoa idosa
















Anderson Damasceno 

Secretária Nadja Lúcia (SEASP) anunciou que o governo
Sebastião Miranda já arquiteta plano de ação para 2018
Na quinta-feira última (9), a Promotora de Justiça de Marabá, Lilian Viana Freire, presidiu importante Audiência Pública, intitulada “DIGNIDADE NÃO TEM IDADE – Direitos da Pessoa Idosa: Dever da Família, Poder Público, Sociedade e Comunidade”, realizada no prédio do Ministério Público do Estado do Pará (MP/PA), situado no Bairro Amapá. Os dados apontam que cerca de 36% da população de Marabá está na melhor idade, sendo que a média das cidades brasileiras é de 30%. Porém, esses atores sociais encontram grandes obstáculos para dar uma qualidade de vida digna para a maioria dos idosos. 
Participaram da reunião a assessoria do presidente da Comissão de Direitos Humanos, vereador pastor Ronisteu Araújo, o presidente da Câmara Municipal de Marabá, Pedro Corrêa, e o secretário Jair Guimarães, da Secretaria Municipal de Segurança Institucional (SMSI), entre outras autoridades.
Após a palestra do promotor convidado, Waldir Macieira (MP-Belém), seguiu-se a programação da audiência com as pessoas inscritas para falar.
A maioria dos discursos foram de pessoas já na melhor idade, revelando realidades e acontecimentos marcados, ora pela impotência, ora pelo desprezo.
Segundo Antônio Carlos, a Audiência Pública serviu para ficar sabendo sobre os próprios direitos. Ele tem 61 anos e foi despejado do último trabalho, sem direito a nada, por isso aproveitou o encontro para pedir o amparo do MP.
Já Tertuliano Dias Aragão, morador desde 1953 do Bairro Santa Rosa, conhecido Cabelo Seco, questionou em tom de indignação o fato de populares da vizinhança fazerem barulho demais.
“É um som que ninguém suporta. Sem falar que há usuários de drogas por lá, crianças jogando bingo apostado na calçada da casa e os pais não fazem nada. Fui na postura e não fizeram nada”, afirmou.
De acordo com Maria Feitosa Moura, o direito que o idoso tem parece não existir, pois quando vai ao Posto de Saúde, demora de 2 a 3 meses para marcar atendimento, e ainda criticou a situação do transporte coletivo.
“Dizem que há o direito no ônibus coletivo, mas alguns motoristas não respeitam. Tenho problema numa perna por causa de queda dentro do ônibus”, pontuou.
Para Raimundo Pereira Alves, a falta de respeito também é evidente na área da saúde pública.
“Tenho, no Hospital Regional, um procedimento cirúrgico agendado desde 15 de maio de 2014. E até hoje não tenho referência do quando serei atendido”, revela.
Por sua vez, Deusenira Tavares criticou o fato dos idosos serem desprezados pela sociedade.
“Sei que não é todo mundo, mas a maioria não dá atenção. Às vezes, o filho chama para morar no fundo do quintal. Isso é uma forma de desprezo”, nota.
Raimundo Neto ressaltou situações estarrecedoras no trânsito cotidiano do marabaense, enfatizando que se pode mais aceitar que poucos motoristas deem um tratamento vergonhoso ao cidadão idoso. Ele denunciou, inclusive, órgãos públicos que não reservam vagas para idosos e deficientes estacionarem, a exemplo do que ocorre em frente a Justiça Federal, que fica às proximidades da Secretaria de Assistência Social da Prefeitura (SEASP), no prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). 

PLANEJAMENTO E TECNOLOGIA JÁ ESTÃO A CAMINHO
Na ocasião, a secretária Nadja Lúcia (SEASP) já anunciou que há um plano de ação para 2018, que vise minorar os dramas desse segmento da sociedade. 
A professora Ana Cristina, que atua na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSP), defendeu que é preciso tornar o envelhecimento como algo natural e necessário como ele é.
“Isso só é possível através da educação. É triste o quanto a UNIFESSPA está ausente da comunidade. Precisamos fazer um levantamento sobre os idosos da cidade. Estou criando uma ferramenta tecnológica e social de fácil acesso, que poderá nos ajudar a acompanhar essas realidades”, detalha.











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