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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

NARCISISMO ACONSELHATIVO

Como é possível chegar a um lugar sem se sentir preparado para estar ali? Seria impossível? Deveria. Mas não é.

Se formos contar, especificar, a quantidade de pessoas que alcançam certo status, certa posição, certa condição, e sequer tem o básico de preparação para permanecer em tal alcance, faltaria tempo pra computar tudo. Mais. Se já está difícil permanecer, quem dirá alcançar um novo nível!

Talvez exista alguma lei que não é tão perceptível aos olhos. Uma lei que te empurra para não se sabe onde, que te leva de lugar algum que se estava e não te pergunta nada sobre o “paraonde” é que você queira ir. Como se todas as pessoas, em algum momento de suas vidas, chegassem num lugar em que seriam necessárias fazer muitas proezas, todavia, estão e não se sabe exatamente o porquê foram parar ali.

É terrível essa sensação. Porém, seria lei natural?

Deve existir alguma força que obriga todo mundo a passar por um perrengue. Um tipo específico de perrengue. E que só se torna complicado exatamente pelo motivo de que a causa – que fez o sujeito chegar nesse momento da vida – não foi vista com os olhos de quem observava.

Afinal, não dá pra explicar muito bem. Um namoro, uma oportunidade de trabalho, uma viagem, um desafio, uma parceria...

Como mesmo que se foi parar ali?

E seguem-se os questionamentos. Quem sabe seja a família que veio antes de mim. Ou, talvez, foram os amigos que me colocaram nisso. Pode ser que eu não recorde bem de um “sim” que eu disse em algum lugar. Poderia também ser um gesto que eu não imaginava ter certo escopo. Enfim, o mais assustador é que teriam outras mil coisas que, caso eu tivesse feito ou deixado de fazer, capazes seriam de me empurrar pra ditos momentos da vida em que só fico me perguntando: “Rapá! O que que eu tô fazendo aqui? Por que será que estou passando por essa?!”.

A resposta, muito provavelmente a mais coachiada do momento, e que também é mais apática dita pela galerinha da “empatia”, seria algum narcisismo na forma de conselho. Conselho para que eu faça exatamente como outra pessoa acha que minha vida deve ser.

Há exceções. Reconheço. Gente que acerta. Ouro. Só que, por falar em probabilidade, o narcisismo aconselhativo gaaanha.

Do nada surge um. Outro ali. Outra por acolá. Aconselhadores com ego solucionador para todos os males do mundo. E eu? Bem... continuo aqui, questionando: “Como raios...?!”.

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