NACIONAL ENERGY

segunda-feira, 26 de março de 2012

“É hora de vagalumear!”

Ginásio Nonatinho, refletores avariados desagradam estudantes e comunidade esportiva
O Ginásio Poliesportivo Nonatinho é referencial de esporte e lazer para a comunidade estudantil da Escola Municipal Irmã Theodora, porém, devido alguns problemas na parte elétrica, desde 2011, a maior parte dos 30 refletores está danificada. Para quem freqüenta o ginásio, principalmente à noite, essa situação é um imenso desgosto.
A escola localizada ao longo da Avenida Paraíso, no Bairro Liberdade (Núcleo Cidade Nova), divide o ginásio não apenas com a classe estudantil – que além de numerosa é formada por alunos de pelo menos 5 bairros circunvizinhos. Ele também serve como espaço esportivo para centenas de jogadores e times da comunidade extraescolar.
Durante o último sábado(17), a reportagem acompanhou por uma hora, já no turno da noite, cerca de 30 jovens, dentre estudantes e não estudantes daquela instituição de ensino, que tem que pagar uma taxa se estiverem a fim de utilizar o ginásio.
De acordo com Fabrício Tiago da Silva, que joga costumeiramente ali, seria um gosto que todos os refletores fossem reparados logo. Ele afirma que ao vir com muitos amigos para bater uma bola, o que acontece é que a galera desanima quando vê a quadra escura.
Dos 15 refletores que estão dispostos no lado direito da quadra (sentido de entrada do Nonatinho), somente 3 funcionam; já no lado oposto, mais 4 funcionam dentre os 15 distribuídos.
De acordo com outro esportista no local, Jeferson Veloso, tem momentos durante uma partida de futsal que quase não dá para enxergar a bola.
“A gente num é vaga-lume, né? Mas estamos dando uma de vaga-lume há muito tempo, uns seis ou sete meses. Uma parte da quadra está escura e a outra menos escura. E ainda cobram a mesma taxa que antes, trinta reais por uma hora, quando a quadra era boa”, enuncia Veloso.
Para eles, a questão não é o preço, mas sim o fato de não reverterem o dinheiro colhido pelo vigia do centro poliesportivo no conserto e manutenção das luzes que estão avariadas.
Diretoria – Em ofício remetido à Secretaria de Obras (SEVOP) pela direção da escola Irmã Theodora, consta os empecilhos em torno do mal funcionamento dos refletores bem como a necessidade de uma avaliação mais acurada do sistema elétrico, uma vez que as quedas de energia, que volta e meia ocorrem, queimam mais luminárias no interior do ginásio Nonatinho.
Conforme a diretora do nível fundamental, períodos matutino e vespertino, Maria Solange de Santana Moreira, uma equipe da SEVOP ficou de averiguar qual a dimensão do problema e fazer a manutenção dos refletores.
Ensino médio – Outra necessidade envolve o alunado do ensino médio nessa escola – cuja responsabilidade é do governo do estado. As aulas da disciplina Educação Física serão ministradas no turno da noite, paralelamente, assim como as outras disciplinas.
Essa novidade evitará que os alunos venham em outro turno ao colégio. Agora, enquanto a equipe da SEVOP não vem, é bom torcer para que mais refletores não quebrem.

MULHER DO CAMPO - Em tempos de pós-modernidade, a vida no campo requer o peito austero feminino

Bebé e Maria Raimunda, por uma luta jamais derrotada



















“Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas”, diz a canção. Na antiguidade clássica, as atenienses viam seus maridos lançarem mãos às armas e partirem prontos à guerra. Hoje, o contexto mudou. São as camponesas que lutam. Vozes e mãos afeitas ao solo e unidas para garantirem seus direitos.
Cerca de 700 mulheres que integram o Movimento dos Sem Terra (MST), oriundas de 11 localidades – dentre acampamentos e assentamentos diferentes da região sudeste – ocuparam simbolicamente em março o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), em manifesto da luta feminina.
A verdade é que pouco sabemos a respeito dos desafios que a mulher “no” campo enfrenta – por viverem numa condição de vida que gera uma identidade feminina diferenciada.
E para retratar, o quanto possível, o cotidiano da mulher campesina nossa reportagem entrevistou a assentada, Maria José, que responde por Bebé, e uma das líderes do MST, Maria Raimunda Cesar, ambas envolvidas nesse manifesto durante o mês das mulheres.
De acordo com Maria Raimunda, por mais que as pessoas critiquem essas reivindicações, o interesse do movimento é garantir os direitos básicos que estão na Constituição Federal Brasileira (CFB). Coisa que muitas famílias no campo não têm.
 “Por exemplo, é uma conquista recente das mulheres que a titulação da terra seja do nome da mulher e do homem. Foi necessária muita luta”, observa Cesar, que logo recebe o apoio de Bebé, informando também que existem companheiras que moram sozinhas e possuem o título da terra em seu nome.
Cesar aproveita para ressaltar o artigo 3º da CFB, que fala de construir uma sociedade livre, justa e solidária; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos; porém, ainda hoje há quem trate o trabalhador do campo como marginal.  
Um dos algozes da discriminação sofrida pela mulher campesina, tem a ver com a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).
“Muitas mulheres não tem carteira assinada, de jeito nenhum. Somos discriminadas por isso, porque, a gente faz todo o trabalho do que é a roça, o plantio... e ainda não ganha o suficiente. Ai, quando chega a idade, não tem o direito que gostaríamos de ter. É a maior luta para se aposentar”, detalha a assentada.
 Divisão do Trabalho – A atuação das mulheres no campo é plural e feita com muito gosto, apesar de tantas adversidades, isso conforme Bebé, que enfatiza algumas atividades além do ciclo de plantio e colheita.
“Elas fazem também a venda em feiras e entregas em supermercados. A nossa área abastece duas cidades, Parauapebas e Canaã dos Carajás. São mais de cinquenta mulheres trabalhando diariamente. Mas os as pessoas da cidade não reconhecem nosso valor”, pontua Bebé e salienta que cabem ao homem trabalhos mais pesados como a lida de capinar.
Contudo, segundo Maria Cesar, o escoamento da produção é problemático não só no acampamento Dina Teixeira, em Canaã, e ao qual pertence Bebé.
“Poucos municípios fornecem o transporte do campo até a cidade. Outros não têm feiras para o agricultor expor o seu produto. As mulheres acabam tendo que levar sua produção em caminhões enormes para elas subirem”, denuncia a líder do MST, e acrescenta que a infraestrutura das rodovias é outro cabal elemento que gera o atraso no campo, em todo o Pará.
Educação básica – Impedir que mais escolas no campo sejam fechadas tem sido um dos gritos dessas batalhadoras. Conforme Cesar, há dados sobre o fechamento de mais de 24.000 mil instituições de ensino no campo, em todo o território nacional.
No caso do Dina Teixeira, cerca de 400 estudantes dentre crianças, adultos e idosos freqüentam a escola regularmente no acampamento.
“Só a merenda que, às vezes, o prefeito lá demora para mandar”, nota Bebé, enquanto Maria Cesar rememora que essa instituição de ensino foi resultado de marchas e protestos, além de um recurso impetrado junto ao ministério de público de Canaã.
“Agora, tem casos como o de uma escola, à beira da estrada, lá em Curionópolis, que o pessoal do acampamento não tem o direito de estudar. Embora seja um direito garantido pela LDB e Diretrizes Operacionais da Educação no Campo”, avalia Cesar.
Sob o pretexto de usar o transporte escolar para buscar o alunado do campo, a fim de cursarem nas escolas da cidade, muitos gestores desviam esses recursos e muita gente fica fora da sala de aula.
Saúde – “Saúde? Saúde não existe pra ninguém e no campo ela se complica um pouco mais. No campo não tem. Todos têm que ir para a cidade”, Cesar responde consternada quando questionada sobre o atendimento médico no campo.
Também conforme Bebé, o maior problema no acampamento parte da saúde. Mesmo após várias ligações, os hospitais públicos “se negam a ir buscar quem está no campo”, padecendo alguma enfermidade.
Quando aparece alguém com dengue ou uma mulher grávida no campo, logo se vê que as desigualdades neste país andam anos luz na direção oposta.

sábado, 10 de março de 2012

A DITADURA DAS PALAVRAS

Por: Pedro Gomes (Neto)*

Se tem uma coisa que me tira do sério é ser criticado por usar expressões da nossa língua que vão contra os ideais dos "politicamente corretos" e inspetores moralistas pós-modernos (que, de moral mesmo, não têm nada). 

Hoje em dia, querem nos dizer até quais termos devemos falar ou não. Ora, eu falo o termo que quero. (Liberdade de expressão, lembram?) 
Sou contra termos chulos e não tenho o hábito de usá-los por considerar que são inúteis e em nada acrescentam para mim, como pessoa. É uma questão de educação recebida de meus queridos pais. No entanto, todos são livres para usar a palavra mais adequada em cada situação. Não é questão de regra, mas de bom senso.




Sou radicalmente contra o "pejorativismo linguístico" que, às vezes, impingem sobre alguns termos como: negro, índio, americano, obscuro, denegrir, homossexualismo etc.
Certas pessoas precisam entender que o que machuca e ofende não são necessariamente as palavras, mas a intencionalidade e a forma como estas são externadas. Vejamos um exemplo:

-Ei, brancão, saia da frente! (Isto, me referindo a uma pessoa negra). 


Aqui, fica caracterizado o sarcasmo, ou seja, chamei de branco aquele que é negro numa clara demonstração de desrespeito à cor da pessoa (com o agravante da entonação vocal alterada). Mesmo que eu substituísse o termo "brancão" por "negão" soaria da mesma forma. Daí o motivo pelo qual creio que a intencionalidade seja o fator que molde na cabeça das pessoas palavras negativas ou positivas. 

Se eu estiver assistindo a uma luta na TV e um lutador negro enfrentar um lutador branco e eu disser:


-Rapaz, aquele negão ali é bom de briga! 


A minha intenção foi enaltecer a qualidade e a habilidade do lutador. O termo "negão" foi usado apenas para distinguir os lutadores em questão, visto que um era branco e o outro negro (mas parece que esta explicação está demonizada pelos xerifes da língua). 


Assim como a renomada cantora Alcione (que é negra) eternizou em uma de suas músicas o emprego da palavra "negão", de igual modo, não houve cunho pejorativo na frase acima, de forma alguma. Ou será que ninguém mais se lembra da frase: "Você é um 
negão de tirar o chapéu (...)"
Será que só é "preconceito" se esta palavra for dita por um branco? Se for assim, não seria uma discriminação racial às avessas?

Se fôssemos rezar na cartilha dos politicamente corretos teríamos que dizer, aquela frase mais acima, da seguinte maneira:

-Rapaz, aquele afrodescendente é bom de briga. 


Eu, particularmente, acho isso ridículo.


Os termos em questão são estigmatizados pela 
cabeça de quem escuta e os decodifica baseado nos valores que cada um carrega dentro de si.  Se forem valores deturpados, deturpadas serão as interpretações ou a forma de expressar as palavras.

Escrevo este texto apenas para pedir que deixem minha língua em paz. Aliás, a língua do branco, do negro, do índio. Isso mesmo, índio! Indígena seria no modo politicamente correto. Aliás, até chamaria assim, se não me visse obrigado.

Não sou o rei da cocada preta e nem tenho uma grana preta para gastar com advogados, por isso, não inventem de me processar.

(Ops... será que usar a palavra "preta", nestes casos, também seria politicamente incorreto? Já não sei mais de nada.)
*O autor é editor de artes da revista Foco Carajás, diagramador do jornal Opinião e blogueiro (orestodoiceberg.blogspot.com)

Carnaval no Liberdade ficou de fora da imprensa

Ao lado de Walter Dias, a sorteada Joyce dos Santos Oliveira volta a morar em sua casa no Bairro Jardim União motorizada

Nos dias de feriado carnavalesco a multidão de brincantes tomou a Avenida Paraíso – via estratégica entre os Bairros Liberdade e Independência – no Núcleo Cidade Nova. O Bloco Fura Olho festejou a numerosa participação em cada uma das noites e sorteou uma moto dentre seus integrantes.
Os foliões se aglomeraram ainda que aos trancos próximo ao palco, montado com a parte traseira de um caminhão, na altura em que a Paraíso faz esquina com a Rua Adelina – rente a praça da Liberdade.
Mesmo sendo periferia, a direção do Furo Olho julgou pacífica a performance dos munícipes em toda duração do carnaval. De acordo com Walter Dias, um dos organizadores do bloco, a soma de incidentes foi de praticamente zero.
“O que faltou mesmo foi mais pessoas da imprensa pra mostrar o que a Liberdade tem de bom” acentua Dias.
De fato, a quantidade de adeptos às fantasias, abadas e adereços surpreendeu os que vieram conferir as manifestações afeitas ao clima de carnaval. 
Quem entrou com abada teve o direito de participar do sorteio de uma moto Dafra, 150 cc, patrocinada pela Conexão motos. O Cupom sorteado pertencia a Joyce dos Santos Oliveira, moradora do Bairro Jardim União. Mais uma condutora entra com ânimo nas ruas de Marabá.
A ganhadora desse sorteio, encabeçado pelo Fura Olho, não negou sorrisos ao público, depois do susto bem vindo de quem consegue um prêmio inesperado.

Registros – Conforme os autos da 26ª ZPOL, foram dois os atos ilícitos ocorridos durante o evento naquele espaço. O primeiro, já na noite de sábado(18).  Horas após a abertura, houve uma tentativa de homicídio com arma branca, quando, após uma briga, o resultado foi o esfaqueamento de um folião metido na mesma.
O outro caso acabou com a prisão de um meliante no último dia do feriado, terça feira (21). Segundo soldado Coelho Junior, uma equipe da 26ª ZPOL interceptou o larapio a tempo de reaver os pertences que este tentava levar.