A
indiscriminada reprodução de músicas com conteúdo pornofônico, a qualquer hora
do dia, tem rendido controvérsias entre a população. Principalmente, por que a
crítica parece ser destinada somente ao funk, uma vez que outros estilos
musicais também se valem da libido no ser humano.
De
acordo com Elisângela Santana, 34 anos, mãe de três adolescentes, gostar de
ouvir música sempre foi algo bastante normal e inocente durante sua criação,
mas hoje, se tornou um alerta que é de colocar qualquer mãe de “orelha em pé”.
“De
repente você está na esquina de casa com os filhos e passa um carro com uma
música dizendo muitas imoralidades. Eu não sei o que pensam meus filhos quando
ouvem aquilo, mas sei que não é o certo pra idade deles”, afirma Santana.
Segundo
Tatiana Lima, 25, jovem que já encerrou o ensino médio em Marabá, há muitas
pessoas contra o erotismo exagerado nessas letras, só que não sabem a quem
recorrer. Ela também tem uma visão mais desanimadora com relação à influência
que essas músicas, que até simulam os sons do ato sexual explicitamente, trazem a
juventude.
“Acho
essas músicas umas porcarias, que só servem pra poluir mais ainda a mente de
crianças e jovens”, enfatiza Lima, lembrando que sabe de alguns juvenis que
chegam a ouvir escondidos dos pais, os quais não aceitam esse tipo de conteúdo.
Já
para o acadêmico pela Universidade Federal do Pará, Cassio Melo, o interesse
pelo prazer imediato, ainda que seja necessário generalizar a mulher como
objeto que serve apenas para o sexo, representa a força dessa linha de canções pornofônicas.
“A
meu ver, esses grupos jogam justamente com a questão do prazer, ali no momento
apenas, e as pessoas que gostam dessas músicas não querem ouvir uma música mais
reflexiva, que faz pensar sobre a condição de vida”, observa Melo.
Conforme
Aglaysse de Souza, não dá pra se identificar com a imagem pejorativa que fazem
da mulher.
Souza
entende que as mulheres que se submetem a dançar essas músicas nos grupos, geralmente
possuem um corpo escultural, porém, essa estética não vale mais que o respeito
próprio.
“Eu
não me vejo assim. Acho que essas canções, na maioria das vezes, denigrem a
imagem da mulher e influenciam no comportamento dos jovens. É uma falta de
respeito as palavras que são usadas pra se referir a mulher”, defende.
Nenhum comentário:
Postar um comentário