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terça-feira, 24 de julho de 2012

Pornofonia invade a menoridade





Uma crítica além do ritmo. Sons automotivos e estabelecimentos que não respeitam a lei dos decibéis, fiscalizada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), não são as únicas fontes de reclamações. Cada vez mais o teor das músicas que se popularizam em Marabá “ganham” no apelo erótico, sobretudo, por parte dos adolescentes.
A indiscriminada reprodução de músicas com conteúdo pornofônico, a qualquer hora do dia, tem rendido controvérsias entre a população. Principalmente, por que a crítica parece ser destinada somente ao funk, uma vez que outros estilos musicais também se valem da libido no ser humano.
De acordo com Elisângela Santana, 34 anos, mãe de três adolescentes, gostar de ouvir música sempre foi algo bastante normal e inocente durante sua criação, mas hoje, se tornou um alerta que é de colocar qualquer mãe de “orelha em pé”.
“De repente você está na esquina de casa com os filhos e passa um carro com uma música dizendo muitas imoralidades. Eu não sei o que pensam meus filhos quando ouvem aquilo, mas sei que não é o certo pra idade deles”, afirma Santana.
Segundo Tatiana Lima, 25, jovem que já encerrou o ensino médio em Marabá, há muitas pessoas contra o erotismo exagerado nessas letras, só que não sabem a quem recorrer. Ela também tem uma visão mais desanimadora com relação à influência que essas músicas, que até simulam os sons do ato sexual explicitamente, trazem a juventude.
“Acho essas músicas umas porcarias, que só servem pra poluir mais ainda a mente de crianças e jovens”, enfatiza Lima, lembrando que sabe de alguns juvenis que chegam a ouvir escondidos dos pais, os quais não aceitam esse tipo de conteúdo.
Já para o acadêmico pela Universidade Federal do Pará, Cassio Melo, o interesse pelo prazer imediato, ainda que seja necessário generalizar a mulher como objeto que serve apenas para o sexo, representa a força dessa linha de canções pornofônicas.
“A meu ver, esses grupos jogam justamente com a questão do prazer, ali no momento apenas, e as pessoas que gostam dessas músicas não querem ouvir uma música mais reflexiva, que faz pensar sobre a condição de vida”, observa Melo.
Conforme Aglaysse de Souza, não dá pra se identificar com a imagem pejorativa que fazem da mulher.
Souza entende que as mulheres que se submetem a dançar essas músicas nos grupos, geralmente possuem um corpo escultural, porém, essa estética não vale mais que o respeito próprio.
“Eu não me vejo assim. Acho que essas canções, na maioria das vezes, denigrem a imagem da mulher e influenciam no comportamento dos jovens. É uma falta de respeito as palavras que são usadas pra se referir a mulher”, defende.

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