Às margens da capital do Estado está a cidade de
Ananindeua. Na verdade, chama-se de conurbação o termo geográfico adequado que
retrata a relação espacial dela com Belém. Isto é, quando duas cidades crescem
a ponto de seus limites territoriais se ligarem, devido a construção de casas,
prédios, que representam a expansão de bairros, estradas, enfim, produto do
desenvolvimento populacional.
Ou, seria um tipo de desenvolvimento rotulado por
aquela palavrona – melhor dizer palavrão –, que se constrói mais ou menos assim:
sócio-político-econômico? Sabe lá! Falar
claro, não está certo, mas tá claro certo?
Bem, esquecendo o palavreado acima, temos um porém
aqui. O retrato espacial desenha a caricatura do que é uma cidade, vizinha da
capital, vivendo “às margens” do desenvolvimento desta.
Em viagem que durou toda a semana passada, hospedado
no Centro Mariápolis que fica no município de Benevides, passei por situações
inéditas naquelas bandas. Naturalmente, por ser esta minha primeira excursão
por cidades que compõem a Grande Belém. Que coisa foi aquela? Passei por quatro
cidades, sendo conduzido no carro de um amigo, em menos de uma hora.
Assim, foram cenas inusitadas, algumas receosas,
cômicas e outras até agora sem uma classificação precisa de minha parte.
Obviamente, julgo todos os acontecimentos assim porque já estou afeito a
moradia em Marabá desde 2004.
Acostumei-me novamente a esta cidade, onde nasci no
ano de 1985. Acostumei-me às imagens que passais pela minha retina.
Poderia esboçar aqui o desconforto de coisas que
ocorreram dentro do shopping Castanheira, como ao perguntar pro guarda dentro
de uma mini agência do Banco do Brasil, se ali havia um caixa de auto-atendimento
e a única instrução recebida ser: “Espera na fila aí, que o cara vai te dar uma
senha”. Desisti. Espantei-me por ver que a poucos passos, pior, a cada andar
havia muitos.
Quero referir aqui pelos menos duas situações, que
ocorreram já no dia de voltar. Isso em Ananindeua, e guardar só comigo os
gracejos que fiz, um dia antes, ao perceber que no ponto de mototaxi em
Benevides há muitos capacetes, pendidos como roupas num varal. Eram quase todos
amarelinhos, postos em pregos à semelhança de cabides ao longo de toda a
madeira. Um ponto tipo choupana. Nenhum passageiro vai hesitar qual helmet usar.
Tirei fotos das duas, assim não dependo só do fio
da memória. Este danado gosta de brincar comigo, e, de quando em vez, volta e
meia, apronta-me cada uma.
Ambas sucederam na mesma noite, ambas em frente do
prédio da prefeitura de Ananindeua. Vou manter a ordem espacial e cronológica
delas, quem sabe assim agente faz aqui um déjà-vu.
Duas viaturas estacionaram na calçada com frente
esse prédio, seguidas por um guincho, digo, um desses caminhões reboque,
transporte de carros; e por uma combie, caracterizada com o nome DEMTRAN. Uma
viatura pertencia a Polícia Militar(PM), a outra à SEMTRAN.
Não pensem aqui que encasquetei com a diferença de
nomes entre a combie e a VTR, que se vi bem – e a fotos me permitem afirmar –
esta era numerada com 05. Não, não. Não foi por isso. A mim bastava ver o
nominativo TRAN para entender que era alguma coisa de órgão de trânsito.
Aqui mesmo há o DMTU e o Detran que fazem as vezes
compreender menos do que li no CTB – Código de Trânsito Brasileiro. Pra quê
encasquetar com isso então? Muitos menos depois de ficar me perguntando que
rodovia era aquela à minha frente, ou, se era mesmo rodovia. O tipo de coisa
que geralmente se resolve questionando com alguém que more por ali.
Daí, perdido em pensamentos com meus botões, dei
com os olhos numa placa que fica no meio, melhor, no matinho que fica entre as
calçadas que separam as duas pistas, uma que passa em frente da prefeitura e a
outra sendo a mão oposta. Sendo também o lugar de onde vi e fotografava a maior
parte do acontecido.
“Polícia Rodoviária Federal a 500 metros”.
Mais uma vez entrei no meu estado de epifania. “Ah!
Então não é rodovia. Casso fosse, é a PRF que viria resolver essa situação aqui.
Mas, por que aquela placa ali?”. Contudo, por reparar que havia uma rua
contígua a calçada própria da gestão municipal, fazendo curva à esquerda, desconclui tudo pra poder pensar: “Deve
se igual em Marabá, que DMTU fica às margens da rodovia (BR-230) pra multar.
Tipo assim, lá na entrada da Avenida Antônio Vilhena”.
Só que a situação era bem simples. O dono do carro
estacionado em frente a prefeitura se demorou ali, digo, em algum lugar. Rebocaram.
Isso é igual acontece se algum “doido” estacionar nas paradas de ônibus na via
principal do Bairro Cidade Nova. Pensando bem, doido é um juízo muito forte.
Isso aconteceria com qualquer condutor absorto, por causa de sabe lá o quê das
preocupações da vida, que cometa tal coisa.
A outra situação é mais simples ainda.
Se tem alguém que reclama da Rodoviária do Km 06,
precisa dá uma olhada no aglomerado de agências de transporte que ficam do
outro lado da rodovia – que eu imaginei a pouco que não fosse. Na mão oposta da
via como eu disse anteriormente.
As “casinhas” onde ficam os pontos das principais
agências que conhecemos aqui no sudeste do Pará, parecem aquelas “acomodações”
provisórias que o MST faz quando invade/ocupa algum órgão público, só o
material é que muda; ou, bancas em que se vendem comidas típicas nas festas
juninas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário