Há mudanças que aconteceram tão
rapidamente, algumas estão acontecendo agora mesmo, a ponto de eu sequer
perceber. Acho que muitas delas, até agora, ainda não consegui dar conta de sua
dimensão. De sua mínima dimensão. Quem dirá da máxima. E, francamente, pareço
bem desinteressado e nada disposto a gastar com meditação, energia, tempo e
trabalho para “sacar o que tá pegando!”. Seria o Ser, e não o ser, heideggeriano!
Em que momento diminui ou quase parei de
visitar a casa dos outros? Gente querida, gente amiga. Quantos anos já? Onde
está a curva decrescente do meu consumo de artigos de opinião e leitura de
romances? E o fim da vida esportiva, que tomou quase uma década da juventude, e
a nova vida esportiva que nos últimos anos insiste em ficar? Ficou na vida de
adulto.
Há mudanças bem significativas... mais do
que essas. Porém, não me interesso por formulá-las. Só as aceitei. Principalmente
as que não vi. Foram acontecendo. Em cascata. Até parece que o meu não querer
formulá-las, dizer a matéria de que se faz cada uma delas, seja sinal não do
meu desinteresse, mas da minha exata não dação de conta.
Quando eu dizia, há mais de uma década,
que tenho dormido pouco, não imaginava que isso se tornaria ou se modificaria,
no futuro, para noites de insônia. E, talvez por ser maior o desinteresse ou a
despreocupação, nem mesmo posso dizer que importa ou me valeu algo a perda das
noites. Uma ou outra, devo reconhecer, foi de puro despropósito ou necessidade
de lazer não atendida. Contudo, sigo. Claro que com bem mais lazer do que
noutros tempos.
Acredito que muita gente passa anos e anos
sem se permitir feriar. E, uma das mudanças que me ocorreram foi sim, não a
principal, só que muito substancial, foi a da prática do feriar. Em que momento
exatamente eu me percebi como um homem que nunca curtiu férias? E por que
cargas d’águas eu mudei?
Mudei que nem vi. Agora, prezo. Não mais
preso. Eu ferio.
Que show da Xuxa é esse?!
Devo tá guardando no meu bloco de notas do
celular muitas notações que foram ou seriam momentos de mudanças. Coisa para se
fazer depois. Coisas para se mudar. Coisas que eram de me interessar. Não para
aquelas horas em que anotei e, sim, para algum momento que no futuro viverei.
E vivi! Devo recordar de uma ou outra
tomação de nota que virou material de minha vida futura – que ficou em algum
momento do passado. Um mote de poema para se terminar. Uma senha para eu
recordar onlinemente. Uma homenagem pra fazer. Só que... a maioria... mudou. E
nem vi!
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