Banca recepcionou com palestra os novos acadêmicos |
A Calourada 2013 foi
realizada pela Universidade Federal do Pará (UFPA), no Campus I de Marabá,
durante a noite de sexta-feira última (19). O tradicional evento recepcionou os
vestibulandos que tiveram sucesso nas duas fases do Processo Seletivo,
promovidas em 2012. Os calouros receberam as boas vindas por parte de
professores e coordenadoria da instituição, sob as acomodações do auditório.
Parte dos cursos superiores
iniciarão já no primeiro período letivo de 2013. Vale lembrar que devido à
greve de professores e técnicos no ano passado, o calendário letivo de 2012 foi
encerrado no último dia 10 de abril.
No correr da programação, os
professores da UFPA, Fernando Michelotti e Vanderlei Padilha, explanaram sobre
os atuais desafios da universidade, a política institucional e o papel do
estudante no nível superior.
Segundo Fernando Michelotti,
vice-coordenador dos Campi I e II que em março venceu as eleições pela Chapa
Transformação, os acadêmicos que ingressam hoje vivem um período de transição,
em virtude da criação da Unifespa – Universidade Federal do Sul e Sudeste do
Pará.
“Eles estão fazendo parte da
criação de uma universidade popular. Há um rol de coisas que temos de construir.
Nosso modelo pedagógico vai depender de nossa capacidade de inovar, para de
fato nós internalizarmos a pesquisa e a extensão. E não ficarmos só naquele
negócio de pegar a aula e ir embora pra casa”, afirma Michelotti.
O coordenador explica que a
qualidade do curso superior, até então, forma pessoas que, acumulando excessos
de conteúdos científicos, pouco os utilizam para modificar a realidade
circundante.
De acordo com Vanderlei
Padilha, professor que também atuou na chapa Transformação, os alunos estão ali
para saber como as coisas vão se desenvolver.
“É satisfatório saber que
temos uma possibilidade ímpar de construir uma nova universidade, de avançarmos
na construção de uma rede de ensino superior aqui na região. E que seja
determinada pela iniciativa pública, fazendo parte de um projeto de
interiorização. Pois a Unifespa vai atender mais quatro municípios”, nota
Padilha.
Assistência
–
Outro assunto abordado na palestra tem a ver com os investimentos voltados à
Assistência Universitária, com base na política da UFPA em Belém.
Michelotti detalha que boa
parte dos recursos é destinada ao restaurante universitário no Campus da
capital do Estado, o conhecido RU, que atende uma parcela dos estudantes.
“Mas isso consome uma verba
enorme da assistência estudantil, que acaba ficando centralizada em Belém.
Pois, não é descentralizada para os Campi. E a outra parte que não é consumida
no RU de Belém, ela é feita por meio de edital. A PROEX assumiu uma postura de
fazer tudo por edital e por bolsa. Só que essa lógica dos editais é
extremamente complicada”, observa Michelotti.
A complicação acontece,
ainda segundo Michelotti, porque os editais de bolsa, moradia e alimentação são
feitos antes do semestre começar. Desse modo, quando os calouros chegam, o
período dos editais já encerrou.
“Esse desajuste prejudica o
aluno. Ele só vai concorrer no segundo semestre. É muito ruim a forma que a
PROEX tem tratado esses recursos”, pontua o vice-coordenador, explicando que
essa lógica se estende ainda aos professores, criando uma relação de
competitividade antiquada, sem espaço para discussões democráticas.
Melhorias
–
Ainda conforme Padilha, a gama de melhorias potenciais é imensa, se
consideradas as oportunidades que a Unifespa traz consigo. Isso, dentro de uma
perspectiva à médio prazo.
“Eu lembro que durante a
campanha no semestre passado, vimos alguns alunos muito chateados. Dizendo que
o diploma não vai ser mais da UFPA, que agora vai ser da Unifespa. Gente, isso
é perfumaria! Porque, o concreto é que a Unifespa, por pior que seja, ela vai
ser muito melhor que esse Campus de Marabá”, defende Padilha.
Padilha entende que, com o
fato de se ter recursos diretos, além da possibilidade de gerir e decidir internamente,
na estrutura da Unifespa, os ganhos vão refletir diretamente na qualidade do
ensino superior.
“O Campus de Marabá tem uma
relação mais intensa com os movimentos sociais. E tem uma perspectiva de ser um
pouco mais à esquerda do que o Campus de Altamira, por exemplo. Pois temos uma
capacidade de debate e diálogo, um espaço democrático, para fazermos a
constituição de uma universidade que esteja muito próxima daquilo que a gente
idealiza”, cita.
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