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domingo, 8 de janeiro de 2017

ENTREVISTA – Poeta Airton Souza faz apresentação crítica da Secretaria de Cultura de Marabá





Anderson Damasceno

Em entrevista ao blog Olhar do Alto (OA), o poeta, professor e mestrando do curso de Pós-Graduação em Letras (POSLET), da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), Airton Souza, faz uma apresentação crítica a respeito da Secretaria Municipal de Cultura (Secult). Refletindo sobre a infraestrutura, ações e relevância da Secult para a sociedade marabaense, Souza relata parte do que tem sido, de fato, o contexto da cultura local. Além disso, pontua quais critérios a nova gestão do poder executivo precisa, minimamente, se pautar para realizar um trabalho de relevo para a população.  

Olhar do Alto: O que constitui a Secult, seus departamentos e estruturas?
Airton Souza: Hoje, através da Lei n° 17.639, sancionada no dia 6 de novembro de 2014, houve um grande avanço para a cultura de Marabá. Um dos pontos principais dessa lei dispõe que a Secult é o órgão máximo da administração da cultura marabaense. Ela coordena, em tese, dentro do que prevê a lei, todas as instituições públicas de cultura de Marabá, entre eles: Fundação Casa da Cultura, Cine Marrocos e a Biblioteca Municipal Orlando Lima Lobo.
Em tese, a lei diz que a Secult deve administrar essas instituições. Mas, por enquanto, isso está somente no papel. É lamentável ainda não estar sendo colocado em prática. Vamos torcer para que nessa nova administração municipal, essa lei seja coloca em vigor, de fato, e de verdade.

OA: Como esteve funcionando ou está funcionando?
AS: A Secult esteve funcionando ainda sem seguir o que previa a lei. Mas, esteve nesses últimos anos tentando promover, na medida do possível, eventos, formações de artistas para alguns segmentos, tentando abarcar todos os segmentos culturais e suas particularidades. Claro, tudo isso, na medida do possível e nas condições disponíveis. Não deixou, como de praxe, de promover o calendário cultural da cidade, mas deixou de organizar muitos outros eventos importantes de Marabá, a exemplo disso, o Festival da Canção e a Feira do Livro de Marabá.
Pensamos que a Secult ainda precisa avançar muito na contribuição Cultural dessa cidade. Mas, infelizmente, as estruturas são precárias. A Secult não tem nem mesmo um lugar, está alojada, no bom sentido da palavra, na Biblioteca Municipal, localizada na Marabá Pioneira. Além disso, o acesso ao orçamento anual é muito complicado, pois a burocracia tem prejudicado em muito os avanços e a possibilidade de abarcar os principais segmentos culturais da cidade de Marabá.
Por isso, avançar é preciso. E para isso, o secretário de Cultura, ou a secretária, que assumir na gestão Tião Miranda e Toni Cunha, teria que ser uma pessoa que tenha afinidade, realmente, com a cultura local. Um compromisso e, sobretudo, um conhecimento do que estava acontecendo na cidade, em termos de cultura, nos últimos. Espero que este seja o critério de escolha, e não uma pessoa que foi para ruas pedir votos, para determinados políticos, só para se tornar secretário ou secretária, sem nenhum conhecimento técnico pertinente à área.
A Secretaria de Cultura de Marabá precisa de pessoas que conheçam a realidade, que tenham acompanhado toda essa movimentação Cultural dos últimos anos. Só isso, já é um imenso avanço.

OA: Qual a finalidade da Secult?
AS: Pensamos que a grande finalidade, ou as grandes finalidades, seria(m) de um modo geral ter o compromisso de abarcar, ou pelo menos tentar abarcar, os principais segmentos artísticos da cidade. Não só promovendo eventos, mas, em especial, valorizando os artistas, adquirindo a produção cultural, patrocinar essas manifestações, levar ao conhecimento da comunidade marabaense as potencialidades culturais da cidade.
É necessário levar os artistas, os grupos culturais, a todos os bairros e até mesmo à zona rural. Além disso, promover a formação desses artistas, por meios de oficinas, e promover os intercâmbios. Criar essa dinâmica é tão essencial para quem trabalha com a Cultura, hoje.

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