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sábado, 23 de setembro de 2017

POEMA - Arte escrava (Anderson Damasceno)

ARTE ESCRAVA

Arte escrava é insulto.
Não as vozes que perduram em canto,
De um Brasil amolecido no linguajar, no espanto,
Gerado por mãos negras, mais belo que Veneza.

Digo da escravidão atrevida, aguilhoando a arte,
Por mãos de poetas e poetisas, insuflados de ganância.
Talvez as palavras de Cristo mais uma vez se comprovam.
Não podemos arrancar esse joio mesquinho.

Conviver com sacripantas da arte não é sina. É insulto!
Seus sorrisos escorrem pelos cantos qual babas derramadas.
Eles comem o bocado molhado junto com um Cristo.
E, cedo ou tarde, mais um beijo judático vem,

Como outros e outros, outros e outros já vieram.
É uma raça ativista da pobreza, na arte, que
Diminui a sua beleza em favor de poder e hegemonia.
Jorge Amado, tu sabias que eu não era Deus,

Tu sabias que ideologia é merda.
Arte de sacripantas que mesmo em face da tragédia
Do próximo, não baixa as rédeas em que dirigem os passos da ignorância.
Quanto tempo há de demorar, e não se ver, que há pobreza em Marabá,

Nesse compasso das academias e associações?
Que passada mais mesquinha!
Eu não me atrevo a chamar meninice,
Iria doer minh’alma aproximar a vilania dessa gente à de qualquer criança.

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