ARTE ESCRAVA
Arte escrava é insulto.
Não as vozes que perduram em
canto,
De um Brasil amolecido no
linguajar, no espanto,
Gerado por mãos negras, mais belo
que Veneza.
Digo da escravidão atrevida,
aguilhoando a arte,
Por mãos de poetas e poetisas,
insuflados de ganância.
Talvez as palavras de Cristo mais
uma vez se comprovam.
Não podemos arrancar esse joio
mesquinho.
Conviver com sacripantas da arte
não é sina. É insulto!
Seus sorrisos escorrem pelos
cantos qual babas derramadas.
Eles comem o bocado molhado junto
com um Cristo.
E, cedo ou tarde, mais um beijo
judático vem,
Como outros e outros, outros e
outros já vieram.
É uma raça ativista da pobreza,
na arte, que
Diminui a sua beleza em favor de
poder e hegemonia.
Jorge Amado, tu sabias que eu não
era Deus,
Tu sabias que ideologia é merda.
Arte de sacripantas que mesmo em
face da tragédia
Do próximo, não baixa as rédeas
em que dirigem os passos da ignorância.
Quanto tempo há de demorar, e não
se ver, que há pobreza em Marabá,
Nesse compasso das academias e
associações?
Que passada mais mesquinha!
Eu não me atrevo a chamar
meninice,
Iria doer minh’alma aproximar a
vilania dessa gente à de qualquer criança.
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