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segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

MARABÁ – Servidores se manifestam contra Tião Miranda que quer aumentar para 14% alíquota do IPASEMAR

 









Anderson Damasceno 

Na manhã desta segunda-feira, 7 de dezembro, várias categorias dos servidores públicos de Marabá realizaram manifestação contra o prefeito Sebastião Miranda e contra a “proposta” de aumentar de 11% para 14% a alíquota do Ipasemar, autarquia responsável pelo regime previdenciário desses servidores. O ato ocorreu no prédio da Câmara de vereadores, situado na Agrópolis do INCRA (núcleo Cidade Nova), onde o Projeto de Lei foi apresentado na última semana.  

Segundo a Joyce Rabelo, coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (SINTEPP) em Marabá, se essa proposta não for rejeitada pelos vereadores, isto será um sinal verde para que o prefeito Tião continue fazendo um desmonte do serviço público, congelando os salários e retirando direitos dos servidores por 8 anos. 

“O prefeito não respeita a categoria dos funcionários públicos. E temos que dar uma resposta a ele independentemente de estar reeleito por mais quatro anos. Queremos nosso reajuste salarial, o reajuste do vale alimentação e derrubar essa proposta de aumento de alíquota do Ipasemar”, afirmou. 

Ainda segundo Joyce, Marabá é uma cidade bilionária, mas os servidores têm um vale alimentação de R$ 224, custando à prefeitura cerca de R$ 1,6 milhão ao ano, e bastaria mais R$ 1 milhão para reajustar e praticamente dobrar o vale alimentação de todos os funcionários municipais. “Isso demonstra a falta vontade política do prefeito”, considera. 

EDUCAÇÃO DO CAMPO PADECE COM DESIGUALDADE EM INVESTIMENTOS

O professor de história, Vinícius Mendes, questionou o fato da prefeitura racionar recursos para a educação, no caso da impressão das Atividades Não Presenciais (ANPs).  

“Da Zona Urbana para a Rural tem um desnível gigantesco. Pois, além dos alunos não terem internet em sua maioria, tive que ouvir que eu não poderia fazer um material extenso, com mais de duas laudas, por exemplo, porque a escola tinha limitação de papel e de tinta para imprimir para crianças da Zona Rural. Entendo todo o trabalho dos diretores das escolas, que até se esforçam, mas os recursos não chegam”, relata. 

Professores da Educação do Campo, Escola Carlos Marighella, também externaram profunda insatisfação aos ataques regulares que a prefeitura tem feito aos salários e direitos de todo o funcionalismo públicos, principalmente contra os dos educadores. 

SINTEPP CRITICA MÁ GESTÃO DO PREFEITO TIÃO

Para a coordenadora Joyce, a própria forma do prefeito Tião gerir os recursos representa uma grande contradição.  

“Como isso é possível? É um absurdo ter tantos recursos para obras neste município e não ter para educação, saúde e outras secretarias. Ele furou a cidade todinha para jogar asfalto nos bairros mais pobres, nas vielas mais longes, e diz que não tem dinheiro para a educação”, critica.  

Na visão do SINTEPP, todo o caminho necessário para o levantamento de dados, através das secretarias e da procuradoria foi feito e garante que a prefeitura de Marabá tem todas as condições de fazer reajustes. 

“Sabe quanto é a promoção horizontal de todos os servidores, hoje, para mudar de classe/nível, da Classe C para a D, por exemplo, é R$ 370 mil. O que é esse valor para um prefeito desses, pra uma cidade bilionária? Não custa muito, só custa vontade política”, enfatiza Rebelo. 

Para os veteranos do funcionalismo público em Marabá, o tempo também depõe negativamente a respeito da figura de Tião Miranda. “Quando cheguei em Marabá, em 2005, o prefeito que está aí já era prefeito naquele tempo e já tinha a fama de não gostar dos funcionários públicos, por isso os sindicatos tinham grandes embates com ele. Os novos concursados estão vendo hoje quem é Tião Miranda”, recordou a liderança do SINTEPP. 

Depois da manifestação, uma comissão foi recebida no plenarinho da Câmara para reunião conduzida pelos vereadores Tiago Koch e Gilson Dias. 




















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