Assistir esse podcast do Vilela sobre linguagem não-binária, com Cíntia Chagas, faz pensar muita coisa. Este texto trata de algumas
obviedades. E, olha só que irônico, usando as palavras de um esquerdista, também
me pergunto que tempos são estes em que temos que defender o óbvio?
Não quero proibir ninguém de falar nada. Nem quero criar
regra nova, nenhuma regra linguística que seja só mais uma encheção de saco. Mas, eu não vou negar que reparo nas saudações
que as pessoas usam. Certas saudações, melhor dizendo.
Observo, porque existe uma guerra cultural em curso,
manifesta no campo da língua e do discurso. Quando uma pessoa ou um orador
fala: “Bom dia, todos e todas!”, ou inverte a ordem dos referentes: “Boa noite,
todas e todos!”, ou, pior, usa a saudação que tá na modinha: “Bem-vinde, todes!”.
Rapaz! Rapá! Fico com os ouvidos em alerta na mesma da’ora. Dessa fonte não
jorra água doce.
É inegável que essas pessoas fazem isso para agradar a
agenda das “minorias”, preconizada pela new
left. Dizem que é o machismo na língua e – usando a estratégia do
emocionalismo – ainda conseguem colocar culpa na cabeça de gente simples e de
boa fé, fazendo com que as pessoas se sintam mal por falar o tradicional: “TODOS”.
É claro que bastaria um pouco de estudo sobre a formação da língua
portuguesa, originada do latim vulgar. Pesquisar um pouco sobre morfemas, sobre
gênero, até entendermos que no nosso português o gênero masculino representa o
que foi o gênero neutro no latim. E neutro não significa nem homem nem mulher,
ora bolas. Portanto, dizer “todos e todas” é uma redundância, uma desnecessidade, e dizer somente “todos”
não é machismo, é a inclusão de todo mundo. Só que muita gente ainda não está preparada
para essa conversa.
Ouso dizer que, às vezes, penso que essa gente usando o “TODAS”
para apequenar e tomar o lugar do “TODOS”, na língua, planeja em parte efetuar
a demonização da virilidade, a satanização de tudo que é masculino. Querem a
feminilização de tudo aquilo que essa gente acreditar ser o malvadão
patriarcado. Assim, quererão um dia o mundo feito à imagem e semelhança do
matriarcado. Olha, na boa, ouçam gente do meio de vocês mesmos! Ouçam a Camille
Paglia. Na primeira enchente, na primeira guerra, na primeira catástrofe
natural, cêis vão chorar pelo patriarcado rapidinho. Vão ficar doidxs para ouvir um: “Mulheres e
crianças primeiro!”.
Quem sabe a gente para pra estudar sobre esse assunto na próxima.
Retomando, também devo ressaltar que, se não usam a
estratégia do emocionalismo, a militância de esquerda emprega a técnica dos
rótulos negativos. Isto é, vão chamar de retrógrados, caretas e fascistas, a qualquer
indivíduo que não se acovardar e não sucumbir aos preceitos linguísticos que
eles acham politicamente corretos. Jordan B. Peterson não se acovardou.
A meu ver, há muita gente que usa essas e outras saudações
de forma inocente. Beleza! Contudo, eu me refiro aqui aos ideólogos e militantes
que usam essas expressões porquanto elas servem de sinal para o seus. Servem de
sinal e servem de monopólio. Explico. Não é novidade que a esquerda brasileira
e mundial usa o campo da língua e da linguagem para expandir sua agenda político-ideológica.
Utilizam palavras-localizadoras, palavras
que facilmente denunciam que são adeptos do ideário político de esquerda. E,
com isso, buscam o monopólio do discurso, ou seja, fazer com todas as pessoas
falem e pensem como a esquerda quer que pensem. Que existam como a esquerda
quer que existam. E nada melhor que usar a engenharia social através do idioma.
Inclusive, de uma forma muito engenhosa, esses militantes de esquerda conseguem
incutir esse “vocabulário” na mente da massa populacional. Engenharia que
começa desde a infância. Conseguem ainda que as pessoas do povo não percebam o
quanto suas mentes já foram formatadas a pensar dentro dos moldes da new left. Adotam um shape mental que nem
mesmo Neo vai conseguir romper com essa Matrix.
Em resumo, isso é o tal criptocomunismo e/ou o gramcismo
funcionando ardilosamente.
Isso que digo não é novidade. Não são poucos os conservadores
que apontam para George Orwell quando abordam o assunto do campo linguístico-discursivo.
Sempre apontam para a reflexão que Orwell faz sobre a “novilíngua”, a “novafala”,
no livro 1984. Outros pensadores conservadores
apontam para o processo de subversão, conforme a palestra de Yure Bezmenov, na
década em 80. A obra do professor Olavo de Carvalho também é repleta desse
assunto. Enfim, é inquestionável a existência dessa guerra linguística – ora em
andamento há bom tempo no Brasil. Guerra que integra a cultura e a política
obviamente.
Quando eu estou numa reunião política, seja na câmara de
vereadores, seja na prefeitura, ou em num encontro em qualquer lugar, quer numa
reunião da associação de moradores do bairro, quer numa igreja, e um militante
lança essas pérolas linguísticas, eu respeito. Beleza! Mas temos que exigir respeito
do mesmo modo. Percebo que muitas pessoas conservadoras precisam assumir uma
postura, assumir muito mais do que os políticos conservadores que nos
representam. Pois, essa luta da linguagem é manifesta toda hora no cotidiano.
Minha sugestão para essas situações é óbvia como o sol
iluminando o dia. Usem o bom e velho “todos”. É cientificamente o correto. E
caso alguém queira enfeitar – sabendo nós que progressista geralmente odêêêia a
tradição –, custa nada falar o: “Boa noite, senhoras e senhores!”, ou “Senhoras
e senhores deputados, bom dia!”.
Facinho, né?!
E pra não dizer que não dei uma dica para os esquerdosos,
vocês também têm uma saudação boa pra se safar do que sugeri aqui. Já que
querem usar o todas, digam: “Bom dia a todas as pessoas políticas, nesta câmara
do povo”. Viu?! É cult! É cool! Fica top sem vocês quererem que todos se acovardem.
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