POEMA – SUBSERVIVA (ANDERSON DAMASCENO)
Suas mãos (não) são mudas.
Na conta do poeta moram humanidades,
Há muito domesticadas pela ideologia.
Nela, já chove(ra)m tantas fragosidades
Que inunda(ra)m seus descaminhos.
E com uma colher de disruptura –
E não disruptiva –
É que venho denunciar todos os sinos.
Subserviva na pele
Para quem silencia os ninhos,
Criadouros em contato com a neve
Gestando quem ama pensar sozinho.
Enfrentando a fé do alcoólatra em verve
Iludido pelos sinos dos amigos.
É com mão dura que se escreve
O antigolpe nos marabaenses fofinhos.
Apoderados da máquina que tece
O jornal de muitos dos-sem-destino.
Holofotes sobre os oásis
De quem monopoliza com dedos finos.
A grita fina nas páginas
Mata aos poucos seus não meninos.
Vendem em co(u)ro a subserviência dos que agem
Sob a prática do mal ensino.
Pregado com pompas –
Umas sacanagens –
Que tanto ganham admiração do desdivino,
Povo bêbado da plêiade dos bem logrados,
Que causam na High Society adicta de mimos.
Gente que precisa de retomada,
Download do bom divino,
Pra nascer de novo a irmandade,
A tradição contra todos os crimes.
Pregam a subversão,
Procriam o subservivo.
Poetam sua esquerda Nação,
Anulando o direito ser vivo.
Pálidas de delitos as mãos
Que batem palmas no Legislativo.
Dominam a falsa acusação
Acusando quem critica seus sinos.
Fora do útero calam o povão
Que querem os subservivos nascidos.
Trago a pá de cal,
Trago a cor do cimento,
Para vos dar sinais de passado hostil,
Para falsearem futuros tormentos.
A poesia que prometeu incendiar o país
Também terá seus maus momentos,
Colhendo a paga de seus sinos,
Pela colher dos subservivos talentos.
Vozes que foram abaixadas,
Seres subnivelados,
Vivos ainda não nascidos
Com força na arcada dentária.
Vencerão os cegos,
Perante o deus desconhecido,
Derrubarão os areopagitas da saga insana,
Na pós-modernidade.
Cultuadores dos túmulos do multiculturalismo,
Não viemos para sua escuridade.
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