QUADRANGULAR EM AÇÃO

QUADRANGULAR EM AÇÃO
Neste sábado, 15 de novembro, a partir das 7h da manhã, a população de Marabá será beneficiada com uma grande ação social promovida pela Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ). O evento, intitulado "Quadrangular em Ação", acontecerá na Escola Irmã Theodora, localizada no Bairro Liberdade (núcleo Cidade Nova), e oferecerá serviços gratuitos em diversas áreas.

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

A IMPUNIDADE É O MAIOR DOS CRIMES

O que acontece no momento em que as pessoas assistem a injustiças? Quando elas presenciam a injustiça na forma de impunidade? Qual é o impacto, qual é o efeito disso em suas mentes? Eu, na maioria das vezes, fico reflexivo. Um pouco paralisado, pensando no absurdo que meus olhos veem.

Entendo que esse impacto depende, geralmente, de múltiplos fatores: o meio, o tipo de injustiça e meu vínculo em relação a quem, porventura, sofre com a impunidade.

Por exemplo, o meio pelo qual essas situações ou cenas de violência, de patente injustiça, chegam: pelo celular, pela TV. Ou quando eu presencio a ocorrência delas. Isso mexe na minha sensação de potência ou impotência reativa perante os fatos.

Vejamos. Que potência tenho se, ao ir à padaria, vejo a notícia de um bandido solto em audiência de custódia, enquanto a vítima desse assassino vai para debaixo da terra e os familiares padecem com o silêncio e a ausência de representantes dos direitos humanos? Nenhuma, imediatamente falando.

Agora, eu posso evitar o “sucesso” das pequenas injustiças praticadas no dia a dia, coisa que acostuma muita gente que gosta de sair impune. Na fila do pão – a gente precisa sair da padaria –, se vejo à minha frente uma pessoa ser atendida por dar uma de espertinha e violar a vez de quem estava ainda mais à frente — que chegou bem antes de nós dois: de mim, o “assistidor”, e do pentelho à frente, o espertalhão — obviamente que a potência aumenta. Assim, podemos cobrar que o atendente seja justo e não permita que a injustiça ocasione a impunidade.

Embora exista uma gradação entre maior ou menor relevância social, todo um abismo entre esses dois exemplos de impunidade, a do bandido solto dolosamente e a do espertalhão na fila do pão, é necessário avaliarmos os efeitos da impunidade em todas as esferas da sociedade.

Na verdade, o impacto de cada caso vai muito além do aspecto visual. Muito além da cara que fazemos, quer de consternados, quer de revoltados.

Quando presencio a injustiça na forma de impunidade, todos os meus sentidos ficam num esforço contínuo, acredito que seja para reagir, isto é, para gerenciar os fatos que chegam até mim e como vou entender o que é a vida — ou seguir entendendo o que é a vida a partir dali. Mais: o que vou fazer com o que é vida ao ver que a vida também é aquela impunidade ali, na minha cara.

Sabemos que mais um fator é a nossa relação, nossa intimidade, nosso vínculo com quem padece a impunidade. Não posso esperar para reagir e agir, para usar a potência que tenho, apenas quando minha relação com quem sofre injustiça seja a de quem tem a vítima em seu campo de afeto — por motivos sanguíneos, um familiar, afetivo-sociais, um amigo de infância, ou até filosófico-existenciais, alguém da minha igreja, do meu partido ou da minha profissão.

Quando a justiça não é feita, toda a sociedade sai perdendo. Quando a impunidade torna-se a regra, as pessoas do povo passam a desacreditar nas leis, passam a perder a confiança naqueles que deveriam executá-las.

No fim das contas, a impunidade é um tipo de maldade que consegue ser maior que o crime cometido. Ela torna todos nós culpados em alguma medida. Porque todos temos a capacidade, a potência de se importar. Seja adulto, seja idoso. Até uma criança chega a um momento da infância em que percebe que as injustiças não pertencem a bem nenhum. E que o coleguinha merece ajuda. Justa ajuda.

Nenhum comentário:

Postar um comentário