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Em janeiro de 2014 a nova escola Anísio Teixeira estará concluída, conforme diz o projeto. |
Nos últimos três anos, a
demora em torno da obra do Governo do Estado, referente à construção e
ampliação da escola Anísio Teixeira, situada ao longo da Avenida Nagib Mutran,
no Bairro Cidade Nova, tem abusado da paciência da comunidade estudantil. As
turmas foram remanejadas do prédio original desde outubro de 2010, para espaços
cuja estrutura não dá conta de atender o número de alunos, além de outras
exigências básicas, com a devida qualidade.
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Construção do Anísio vai completar triênio inacabada, no próximo dia 3 de outubro. |
Nesse triênio, os
estudantes, pais, professores e representantes de sindicato reivindicaram pelo
prédio original, inúmeras vezes. Paralisações de aulas, carreatas e
manifestações em frente à 4ª URE (Unidade Regional de Ensino) foram algumas das
formas utilizadas.
Elton Pedro Cavalcante
tinha 17 anos quando estudava na Escola Estadual Anísio Teixeira, cursando o
terceiro ano médio, em 2011. Ele participou das manifestações cobrando melhorias
e atitudes do governo, e teve que se formar apesar de todos os atropelos
naquela época.
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Elton Cavalcante tinha 17 anos quando cursava o terceiro ano, em 2011. Ele participou das manifestações junto com colegas de turma. |
Cavalcante lembra que os
prédios alugados para receber o alunado, o corpo docente, bem como os espaços
mínimos do funcionamento escolar – secretaria, diretoria, sala de professores,
xerox, cantina – até o término da construção, não tinham “graça nenhuma”. Isso
porque as edificações das igrejas Católicas (Bairro Laranjeiras) e Batista (Bairro
Novo Horizonte), que foram destinadas aos níveis de ensino médio e fundamental
II, respectivamente, eram pequenas e chegavam a estorvar o alunado “nos dias
quentes”.
Nossa reportagem
entrevistou alguns alunos nesse período de férias, que dura todo o mês de julho, para saber como vai a atual situação da escola, rotulada por muitos
como descaso do governo atual.
Segundo Caroline da
Costa Souza (16), que veio a essa escola estadual em 2012, atualmente os
problemas continuam. Souza relata que ao conversar com seus colegas de turma, hoje
no segundo ano médio, a opinião geral é a de que o local continua inadequado. “Até
meus pais estão decepcionados com a situação”, afirma.
Souza detalha que o
resultado das manifestações nos anos anteriores trouxe melhorias por um lado,
porque, as centrais de ar foram instaladas nas salas. Porém, a padronização da
energia elétrica não foi efetuada, e por conta disso, não dá para refrigerar
todas as salas.
De acordo com Michele
Ferreira (17), também secundarista, os estudantes no Anísio Teixeira não foram
informados de nada acerca do novo prédio, e continuam sem previsão de retorno,
após essa reconstrução. Ferreira observa que até seus professores reclamam das
condições de trabalho por lá e, embora tenham ido à 4ª URE pedir
esclarecimentos, nada se resolve.
Para Wendel Bezerra,
durante reivindicação mobilizada pelo Sintepp – Sindicato de Trabalhadores em
Educação Pública do Estado do Pará – em abril deste ano, as obras no prédio
faziam parte da pauta que foi levada à diretora da 4ª URE, Elaine Cristina
Silva. Ele entende que, realmente, não deixa de ser um absurdo, tanto para os
alunos quanto para os professores, permanecerem na mesma já em 2013.
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Prof. Elis Lima (à dir.) e a diretora da 4ª URE, Elaine Silva, ao lado, durante a III FECAT em Dezembro de 2012. |
Bezerra recordou que,
após aquela mobilização, a então diretora recebeu o Sintepp e confirmou que um
novo processo licitatório havia sido encaminhado. Logo que a nova empresa
assumisse os trabalhos, esta daria um prazo para o término das construções.
Essa informação nunca
chegou até os ouvidos da comunidade estudantil. Porém, na placa em frente à construção,
consta o prazo de 240 dias para que a nova empreiteira entregue a obra,
contando a partir de maio deste ano. Ou seja, em janeiro de 2014 a nova escola
Anísio Teixeira estará concluída, conforme diz o projeto.
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A equipe compostas Lucas, Ana Beatriz, Rafael, Marcos, Alexia, Adolfo, Jaqueline, Daniele, Mateus e Layla foi bastante elogiada na III FECAT. |
A única certeza é que,
no próximo dia 3 de outubro, completam-se os três anos de espera, sem o Anísio
Teixeira em plena forma.
Atualmente, há
trabalhadores em plena função, atuando por conta dessa nova construtora, que
tomou a frente das edificações no prédio. As lembranças das “Feiras” de
Ciências e de Linguagem, que tomavam boa parte da Nagib Mutran, local que por
anos recebeu o alunado do Bairro Cidade Nova e adjacências, repleta de
projetos, ficam esperando por outras melhores.
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Assim como a IX FBI, o evento da FECAT ficou prejudicado
devido ao pouco espaço, para receber comunidade. |
ÁGUAS
PASSADAS...
Setembro
de 2011 – Durante a
tarde de uma quinta-feira (15), a classe estudantil fez uma paralisação nas
atividades, para discutir a situação com autoridades do município e alunos dos
demais turnos. Desta vez, o motivo que tinha desencadeado o clima de
insatisfação decorria já do famigerado atraso referente às obras no prédio da
escola – que estavam paralisadas desde julho –, quanto das condições insalubres
que professores e, sobretudo, os estudantes estavam passando, nos locais em que
as turmas foram remanejadas.
Nessa ocasião, a
promotora do Ministério Público, Cremilda Aquino da Costa, participou como
ouvidora da causa pública, e o então diretor do Anísio Teixeira, Evaldo
Barreto, informou que o governo do Estado rompeu o contrato com a empresa que
tinha sido a responsável pela obra, por causa de gastos excessivos e rumores de
superfaturamento.
Na avaliação da promotora,
todos estavam sendo vítimas de uma desorganização generalizada por parte do
governo de Estado, quanto ao gerenciamento da obra, desde o início.
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Cremilda Aquino da Costa, participou como ouvidora da causa pública, e o então diretor do Anísio Teixeira, Evaldo Barreto, informou que o governo do Estado tinha rompeu o contrato com a empresa em 2011. |
Setembro
de 2012 – A IX FBI
Feira de Biologia realizada em setembro, durante a quarta-feira (26), moveu
centenas de secundaristas, e apesar da falta de estrutura, conseguiu-se chamar
a comunidade local para prestigiar esse evento. A preocupação dos educadores
era de que a péssima infraestrutura refletisse no aprendizado estudantil, e fizesse
o evento diminuir no prestígio, uma vez que em outubro de 2012 completaria dois
anos fora do seu prédio original.
Ainda nesse período, a
direção da escola, declarou que os eventos anuais – realizados como resultado
do estudo em sala de aula – sempre foram queridos pela comunidade, o que
justificava a numerosa freqüência de famílias bem como de alunos provenientes
de outras instituições de ensino. Fato este que, conforme Evaldo Barreto, caiu
consideravelmente.
Mesmo com todos os
obstáculos, a professora de biologia e coordenadora da feira, Edite Carvalho,
parabenizou o esforço e a criatividade dos secundaristas.
Ela ainda acrescentou
algumas das dificuldades que eles tiverem que superar, a fim de manterem o
melhor dessa FBI: “Infelizmente, esse é o espaço que a gente tem. Estamos por
dois anos aqui e é só o aluno que acaba perdendo mais. Não temos nem sala de
computadores, estes estão tudo trancado porque não tem onde instalar, estão sem
biblioteca...”, revelava.
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IX Feira de Biologia Interna (FBI), no pátio da Igreja Católica - São João Batista -, situada no Bairro Laranjeiras. Enlatados dentro do pátio, por isso, muitos optaram por ficar de fora. |
Outubro
de 2012 – Houve um
dia de paralisação nas atividades escolares, com a finalidade de se promover
uma caminhada formada pela comunidade estudantil. O ato se deu em repúdio a
todo descaso que se instalou em torno da Escola Estadual Anísio Teixeira, no
que se refere às obras de reforma e ampliação do antigo prédio.
Os manifestantes se
reuniram na frente do prédio no Bairro Laranjeiras, a fim de partirem rumo à
Cidade Nova, passando pela 4ª URE (Unidade Regional de Educação), pelo prédio
em reforma, até alcançarem o Ministério Público.
Nesse ato, a direção
tinha elaborado um documento endereçado ao Ministério Público, e para a 4ª URE,
contendo as demandas da escola, espaço inadequado, desumano, com as mínimas
condições de trabalho. Circunstâncias que, para os professores, poderia
comprometer todo o ano letivo em 2013.
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Coordenadora da FBI em 2012, Edite Carvalho. |
Abril
de 2013 – Também numa
quinta-feira (11), uma ação programada por educadores, estudantes e sindicatos,
em frente o prédio da 4ª URE, demorou manhã e tarde, com os manifestantes
ocupando o local, cobrando com cartazes e discursos uma educação de qualidade
nas escolas de nível médio.
Em parte da Praça São
Francisco, pais de alunos acompanhavam os representantes das instituições,
localizadas em cidades da região sudeste, como Parauapebas, Jacundá, Marabá, Brejo
Grande, Palestina, Bom Jesus e outras.
Desta feita, a
professora de Língua Portuguesa, Márcia Quaresma, que também é coordenadora do
Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública de Parauapebas, protestou pelos
direitos garantidos à educação pública no Pará.
“Essa paralisação
fazemos todos os anos. Porque, nós que trabalhamos na rede estadual,
representamos os educadores de todo o Estado, e sabemos o quanto é difícil
atuar com tantos problemas ocorrendo... Está a pior calamidade!”, afirmou
durante o protesto.
Quaresma pontuava que a
falta de merenda, a demanda de professores e a infraestrutura implicam,
diretamente, na qualidade do ensino.
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Delegação cobrou urgência no atendimento de pauta (abril de 2013). |
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Jovens cobram com cartazes e discursos educação de qualidade. |