Na tarde de ontem (15),
quase vinte pessoas formaram fila em frente a uma clínica, situada no Bairro
Cidade Nova, na tentativa de marcar suas consultas e fazer exames. Os populares
reivindicam que, mesmo o serviço sendo pago, a expectativa de atendimento era
pouca.
Noutras clínicas da cidade expectativa de consulta é para setembro |
De acordo com Gildo
Pereira, morador da zona rural, a esposa veio dar prosseguimento ao tratamento
com os rins. Ambos ficavam revezando o lugar durante a espera.
“A gente veio fazer um
exame só. Depois que sair daqui, tem que levar para o doutor em outro lugar”,
explica Pereira.
Segundo Evandro
Medeiros, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), essa situação se
agrava porque a previsão de atendimento noutras clínicas da cidade fica para
setembro.
“Por exemplo, a clínica
São Lucas atende só em setembro. Noutras perto da Climec, os médicos não se
encontram. Só no meio da semana em diante. E aqui, a pessoa marca os exames,
mas tem que ser por ordem de chegada. Tem gente aqui desde meio-dia, esperando.
E vão só marcar, pois, para fazer os exames, só uma hora depois. Há pessoas
aqui da zona rural, que chegam aqui e não conseguem fazer o exame de imediato.
Ou então você tem que vir de manhã, marcar, pra voltar à tarde, e ser mais
humilhado desse jeito”, observa Medeiros.
Quem teve que ficar
dando voltas foi a residente no Bairro Morada Nova, Célia Carvalho. Ela já tinha
vindo ao local no período da manhã, e a informação dada era de que a pessoa tem
que chegar às 6h da manhã, uma vez que a triagem ocorre às 7h.
“Aí, como não tinha
jeito de eu estar aqui às seis da manhã, eu vim à tarde, porque disseram que
uma hora da tarde daria... Eu espero ser atendida porque a gente paga o plano
todo mês”, afirma Carvalho.
Sem
alternativa – Ainda
conforme o professor, Evandro Medeiros, além da humilhação que o povo está
passando em relação à saúde, hã pouca alternativa para quem quer tratamento
digno.
“As pessoas estão
pagando e estão sendo humilhadas. Na frente de uma clínica que é paga, as
pessoas vem se tratar e acabam adoecendo. Aqui, além de pacientes, as pessoas
são clientes, elas deveriam ser recebidas com toda comodidade, e ser tratadas
bem... Em Marabá, a saúde está uma cagada, pública e privada. Particular é
isso. A não ser que você seja alguém com muito dinheiro, e chegue e pague tudo
na hora. Só assim. Porque, quando é plano de saúde, convênio do SUS, as pessoas
sofrem essa humilhação aqui”, relata.
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