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segunda-feira, 15 de julho de 2013

SEM ATENDIMENTO - Populares recorrem à clínica particular e enfrentam filas por horas.

Na tarde de ontem (15), quase vinte pessoas formaram fila em frente a uma clínica, situada no Bairro Cidade Nova, na tentativa de marcar suas consultas e fazer exames. Os populares reivindicam que, mesmo o serviço sendo pago, a expectativa de atendimento era pouca.
Noutras clínicas da cidade expectativa
 de consulta é para setembro
 
A fila se estendia desde a porta da clínica, Climagem, que fica nas dependências do prédio da Climec e permanecia fechada, ainda às 13h30, sem algum funcionário que pudesse passar informações.
De acordo com Gildo Pereira, morador da zona rural, a esposa veio dar prosseguimento ao tratamento com os rins. Ambos ficavam revezando o lugar durante a espera.
“A gente veio fazer um exame só. Depois que sair daqui, tem que levar para o doutor em outro lugar”, explica Pereira.
Segundo Evandro Medeiros, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), essa situação se agrava porque a previsão de atendimento noutras clínicas da cidade fica para setembro.
“Por exemplo, a clínica São Lucas atende só em setembro. Noutras perto da Climec, os médicos não se encontram. Só no meio da semana em diante. E aqui, a pessoa marca os exames, mas tem que ser por ordem de chegada. Tem gente aqui desde meio-dia, esperando. E vão só marcar, pois, para fazer os exames, só uma hora depois. Há pessoas aqui da zona rural, que chegam aqui e não conseguem fazer o exame de imediato. Ou então você tem que vir de manhã, marcar, pra voltar à tarde, e ser mais humilhado desse jeito”, observa Medeiros.
Quem teve que ficar dando voltas foi a residente no Bairro Morada Nova, Célia Carvalho. Ela já tinha vindo ao local no período da manhã, e a informação dada era de que a pessoa tem que chegar às 6h da manhã, uma vez que a triagem ocorre às 7h.
“Aí, como não tinha jeito de eu estar aqui às seis da manhã, eu vim à tarde, porque disseram que uma hora da tarde daria... Eu espero ser atendida porque a gente paga o plano todo mês”, afirma Carvalho.
Sem alternativa – Ainda conforme o professor, Evandro Medeiros, além da humilhação que o povo está passando em relação à saúde, hã pouca alternativa para quem quer tratamento digno.

“As pessoas estão pagando e estão sendo humilhadas. Na frente de uma clínica que é paga, as pessoas vem se tratar e acabam adoecendo. Aqui, além de pacientes, as pessoas são clientes, elas deveriam ser recebidas com toda comodidade, e ser tratadas bem... Em Marabá, a saúde está uma cagada, pública e privada. Particular é isso. A não ser que você seja alguém com muito dinheiro, e chegue e pague tudo na hora. Só assim. Porque, quando é plano de saúde, convênio do SUS, as pessoas sofrem essa humilhação aqui”, relata.

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