Durante o mês de junho,
nossa reportagem conversou com acadêmicos que ainda cursam no Campus I da UFPA (Universidade
Federal do Pará) e profissionais que se formaram nela. Eles elencaram algumas questões
que gostariam de fazer aos coordenadores dessa instituição, Hildelte Pereira e Fernando
Michelotti, acerca da nova universidade.
Segue abaixo algumas
preocupações e dúvidas.
Érica Faustino, aluna da
turma de Letras 2008, pergunta quais cursos estão previstos para a Unifesspa. Mais
uma questão, Faustino aponta para a localização da nova universidade: “Se nem
tem linha de ônibus para lá, como os acadêmicos poderão ir às aulas?”.
Marciano César, formado
em pedagogia pela UFPA em Marabá, faz questões
de cunho político.
“Antes a obra estava
embargada, agora a construção já está definitivamente autorizada. Se a UFPA não
tem estrutura, quem garante que a Unifesspa não ficará largada pelo governo”, infere.
Cassio Melo questiona
como será tratada a questão da acessibilidade ao campus, não somente na questão
do transporte coletivo, mas, no favorecimento a cadeirantes e outros portadores
de necessidades especiais que buscam a formação superior.
Aline Moraes, formanda neste
ano de 2013, olha para a formação do corpo profissional que vai atuar
diretamente na Unifesspa.
“Quantas vagas terá para
cargos técnicos e professores e se está previsto concurso público?”, pontua
Moraes.
Professor Paulo Lima
aponta a experiência de abertura de uma nova universidade semelhante ao
ocorrido em Santarém. Lá houve a criação da UFOPA (Universidade Federal do
Oeste do Pará) em 2009, como resultado de lutas por melhor formação estudantil
– uma vez que o Campus da UFPA não atendia a contento – e do desejo de
interiorização.
“A expectativa é boa.
Vir, essa universidade vem. Nem que seja nos próximos três anos. O problema é
que pode ficar igual lá em Santarém. Acredito que, inicialmente, nós vamos sofrer
igualmente está acontecendo em Santarém”, afirma.
E acrescenta ainda que o
clima de insatisfação profissional faz com a greve permaneça iminente, todo o
ano.
“Direto eles estão com
indicativo de greve. Falta material. O governo separou as instituições, mas não
mandou os recursos. Alguns cursos como o de medicina e outros que era pra ter,
até agora... Aqui também vai começar assim?”, questiona.
Julio Cesar, atuante no Sintepp
(Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará), aponta as dúvidas em
torno do modelo de universidade, que futuramente se instalará na região.
“Seria interessante
saber desse movimento que está na transição, que é bastante forte, saber se vai
ser debatido o modelo de universidade? Qual é compreensão que temos de uma
universidade pública, de qualidade, laica, com forte participação e
fiscalização da população local? Ou o Estado vai colocar salas cheias de alunos
sem o aparato necessário? Ou, por exemplo, ela vai ser construída em cima dessa
legislação que considera o avanço de programas do governo como o Reuni e
Prouni? Porque pode acontecer como um curso aqui na UFPA, o de inglês, que
parece estar com os dias contados”, ressalva.
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