Porém, sindicato entende que greve da educação
pública é culpa do Governo Estadual
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Imagem postada no site do Sintepp Marabá como resultado no último dia 24 de setembro |
Com greve,
sem aula. Essa lógica é inatacável. A greve dos professores nas Escolas
Estaduais de Ensino Médio está bem visível em toda a Marabá. Faixas foram
expostas nos portões de entrada dessas instituições, com declaração que acusa o
atual governador, Simão Jatene, como culpado pela greve. Algumas escolas nos
bairros do núcleo Cidade Nova, como a Elinda Simplício Costa e Anísio Teixeira,
são exemplo disso.
No entanto,
muitos alunos que cursam o nível médio na rede estadual se vêem prejudicados.
Especialmente, os ultimoanistas. Eles entendem que a perda é grande, porque, a
falta de aulas nesse período compromete o bom desempenho nos exames propostos
pelas universidades.
A verdade é
que o histórico de greves no sistema público de ensino parece doença sem cura. O
governo tem o costume de atender às demandas dos educadores somente debaixo de
pressão.
De acordo com
a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (SINTEPP) a
categoria está ciente de que a greve acarreta prejuízo ao alunado. Porém, o
cenário da educação pública só tem a perder, caso o movimento da classe de
professores não faça as devidas reivindicações ao governador.
Por outro
lado, a cultura estudantil também é um carrasco.
Boa parte dos
alunos está acostumada a estudar somente na escola. Os poucos que mantêm
regularmente o estudo fora da sala de aula, devem isso ao fato de estarem
matriculados em cursinhos pré-vestibular.
Por causa
desse quadro, os profissionais das salas de aula são, erroneamente, tratados como
os causadores da greve. Mas, o correto seria entendê-los como reagentes ao descaso que o governo comente.
Na semana
passada, Ana Caroline, estudante do terceiro ano médio na Escola Estadual
Plínio Pinheiro, chegou a comunicar a imprensa local de que os alunos iriam
fazer uma manifestação por causa dessa greve. Só que o protesto dos
secundaristas não seria em favor da causa dos professores, e sim, contra o fato
deles admitirem isso.
Ainda na
semana anterior, a estudante do turno vespertino na Escola Estadual de Ensino
Médio O Pequeno Príncipe, Kleiciane Moura, recebeu telefonema de uma colega de
classe na última terça-feira (1), afirmando que não haveria aula porque algumas
pessoas tinham ido ao prédio da escola, localizado na Folha 32, núcleo Nova
Marabá, garantir que os professores aderissem à greve.
Ela tinha acabado de almoçar e já estava a caminho de mais uma tarde de aulas, em preparação ás provas de vestibular que se aproximam.
Enquanto tudo isso não se resolve, as escolas particulares funcionam normalmente, dando mais garantias e condições de que uma boa formação e preparação sejam feitas com seus educandos. Por conta disso, as chances das vagas nas universidades públicas serem preenchidas por aqueles que vieram de instituição privada é bem maior.