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segunda-feira, 18 de maio de 2015

EDUCAÇÃO ARTÍSTICA - Curador Antônio Botelho critica falta de aulas nas séries iniciais

Coordenador do Galpão de Artes de Marabá, Antônio Botelho (à esq.),
mais conhecido como Botelhinho, ao lado do poeta marabaense,
Airton Souza, durante evento no mês de abril





Antônio Botelho, importante curador e ativista na arte, conhecido amplamente em Marabá como “Botelhinho”, relatou parte das preocupações com atual curso da Educação Artística, matéria que foi retirada da grade curricular. Durante a realização da 26ª edição do Sarau da Lua Cheia, realizada no Galpão de Artes de Marabá, no final do mês passado, o profissional relatou problemas que podem colocar em risco gerações de estudantes. 
Na ocasião, ele declarou: “A gente sabe que as crianças de Marabá tiveram a disciplina de arte extraída de suas salas de aula. E já que o GAM é uma instituição artística não tinha como ficar imóvel. Fizemos então um minuto de silêncio para lembrar esse ato tão perverso e crítico”, pontuou.
Botelhinho considerou que essa situação pode comprometer e empobrecer o processo de ensino-aprendizagem, dado aos pequenos nas séries iniciais.
“Exatamente a criança de primeiro ao quarto ano fundamental, fase que está aflorando sua inteligência. Hoje as crianças escrevem a partir de contos maravilhosos e contos de fadas, só que quando ela se torna adulta, substitui essas fadas por pessoas, homens e mulheres. Então, se a criança não exercitar o poder de criatividade dela, o que ela vai perder?”, questiona abismado.
E inteirou: “Em Marabá, praticamente foi tirado todo exercício que mexe com a criatividade dos pequenos. Toda a rede pública retirou”.


JUNHO DE 2014
Graças à larga experiência no ramo da arte, Antônio Botelho recordou que em junho de 2014, teve uma proveitosa participação no encontro do Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC), entidade que dialoga com o Ministério da Cultura (Minc).
“Eu participei por quatro anos do Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC), com foco nas artes visuais. Então, eu fui delegado regional e suplente do fotógrafo belenense Miguel Chica Oca. E tive a oportunidade de ano passado, em Brasília, substituir o Chica Oca”, rememorou.
Nessa ocasião, o curador viu de perto como o quadro monumental da arte passa por dramas diferentes em cada região do Brasil.
“Na parte da manhã, o microfone era aberto para cada delegado falar das demandas sobre artes visuais da região que pertence. Mas, antes de mim, falaram os representantes da região sul e sudeste. Ambos lamentaram o incêndio que ocorreu no apartamento de um milionário, que carbonizou junto muitas obras de arte de imensa significância”, narra.
E completou o episódio: “Quando chegou a minha vez, disse que, enquanto a região sul e sudeste lamentam a perda dessas obras especiais para a história artística do nosso país, lá no norte, em especial na minha cidade, os gestores retiram a disciplina de artes das crianças. Tiraram delas o direito de ver o mundo, de reinventar a vida. Só a arte possibilita isso”.
Botelho relatou que, na parte da tarde, criaram-se Grupos de Trabalhos (GTs) e essa fala foi levada em conta. Um documento foi produzido e entregue para o Governo Federal, haja vista que o CNPC tem o poder de sugerir a implantação de políticas públicas.
“Então, foi discutido que no Brasil existe interferência federal para o meio ambiente, quando acontecem catástrofes, para a educação, transporte, mas não há nenhum tipo de intervenção quando o assunto é cultura. O meu desabafo ecoou e, a partir disso, criamos o documento Protocolo de Intervenção Cultural”.

E encerrou com esperança: “Não há mal que não traga um bem. Isso veio por conta do desrespeito de um secretário de cultura, que retirou o estudo da arte do público infantil. Mas, como existe um pacto federativo, esse processo de implantação do Protocolo dura algo de três a oito anos. Quando isso acontecer no Brasil, atos assim vão ser alvo de intervenção federal”. 

26º SARAU DA LUA CHEIA - Galpão de Artes de Marabá recebe encontro de leitores e apreciadores da arte



O escritor Cezamar de Oliveira fez lançamento da Antologia Vozes do
Sarau, ganhando as congratulações e carinhos dos participantes


GAM se tornou ambiente especial para registros fotográficos com arte









Claudimar Campos compartilhou trechos da Antologia
No último sábado de abril (25), houve a passagem do Sarau da Lua Cheia, um encontro mensal que reúne leitores, artistas e a comunidade, pela primeira vez no prédio do Galpão de Artes de Marabá (GAM), situado no Bairro Marabá Pioneira. O local é bastante conhecido pela sociedade, em especial a classe artística de Marabá, por ser um ponto de cultura de longa data, e recebeu grande público nesta que é 26ª edição do evento.  
Shopping, praças, escolas, universidades e galerias, em diversos núcleos de cidade, já foram palco das rodas de leitura e bate-papo, constituídas pelos participantes do movimento sarauista. 
O anfitrião da noite, Antônio Botelho, o “Botelhinho”, é um dos apoiadores do coletivo de poetas e artistas.

“O GAM não foi apenas o suporte físico para acontecer o evento. Pensamos mais que isso, pois, o GAM é visto na sociedade como uma célula geradora de independências artísticas. Então, resolvemos fazer um sarau que tem a nossa cara. Desde a abertura pontuamos questões caras para Marabá”, afirma.
No corpo da abertura, também ocorreu um protesto contra o duro golpe que as escolas sofreram. O grupo fez um minuto de silêncio simbolizando a situação de luto em que arte se encontra.
“A gente sabe que as crianças de Marabá tiveram a disciplina de arte extraída de suas salas de aula. E já que o GAM é uma instituição artística não tinha como ficar imóvel”, defende Botelhinho.  
No GAM, as diversas formas expressão na arte vão ganharam momentos de apreciação e deleite. Durante o evento, todos os participantes tiveram a liberdade de apresentar textos artísticos, de escritores preferidos ou das produções pessoais. Música e teatro também fizeram parte manifestações poéticas. 

VOZES DO SARAU 
A noite também foi marcada pelo lançamento da Antologia Vozes do Sarau, livro que reúne textos dos participantes do encontro poético. De acordo com Cezamar de Oliveira, organizador do projeto, leitores e artistas escreveram um livro que é a cara do sarau. 
“Em primeiro lugar, é uma grande felicidade por ser o primeiro trabalho da editora que estou fundando. Também é muito importante porque abrange, como diz o título, as vozes de todos os participantes do sarau, seja artista ou leitor, que tem escrito alguns versos. Fico feliz por idealizar e concluir esse projeto”, considera.
A obra possui uma diversidade de textos no gênero narrativo, prosa, conto, crônica, e no gênero lírico, poema e música. O Sarau da Lua Cheia caminha para o terceiro ano de realizações e continua estimulando a produção de arte.  
“As pessoas gostaram do trabalho. Quando cheguei vi amigos me parabenizando”, ressalta Cezamar.
Katiucia Oliveira leu poemas de Cley Araújo, que participou da Antologia Vozes do Sarau.
Os versos também brincaram nos lábios de Analu, filha do cantor e poeta Xavier Santos, o Javier Di Mar-y-abá.
Katiucia Oliveira, autora dos livros Desverso e Poética do Talvez – ambos lançados nas edições do Projeto Tocaiúnas –, leu trecho do prefácio feito por Eliane Soares, que abre a Antologia Vozes do Sarau.
“Gostaria de compartilhar com vocês o que Eliane fala sobre o que eu escrevo. Katiucia Oliveira traz uma poesia feita em cima do fazer poético. A palavra é sua matéria prima e, como um ferreiro ou um oleiro, ela se debruça sobre o poema, ávida de forjar ou demolir. É uma poética forte no traçado, escrita a ferro e fogo”, declara. 

Confira mais clicks da noite do Sarau. 














sábado, 9 de maio de 2015

LADRÕES DE MOTO - Assaltantes chegam de carro e arma em punho

Na manhã deste sábado (9), um morador da Rua Goiás, às proximidades da esquina com a Avenida Adelina situada no Bairro Liberdade, foi alvo de assaltantes que chegaram com arma em punho, usando um carro preto. Os meliantes roubaram moto Honda recém saída da fábrica, uma Bros, de cor vermelha.
Conforme os populares, outros casos ocorreram recentemente, sendo que os bandidos tem usado a mesma tática.
A ação é rápida. Abordam o condutor na frente da própria casa, sob à mira da arma e obrigam o mesmo a sair da moto. 
Tudo indica que eles fazem um estágio de observação das vítimas, a fim de saber a qualidade do veículo, onde os condutores moram e horário que retornam para casa.

Segundo a Polícia Militar, mesmo à luz do dia, é importante ficar alerta e fixar os olhos na vizinhança a fim de perceber se tem algum veículo diferente, entre os conhecidos da rua.
Infelizmente, não foi possível acionar a PM em tempo. Agora, o cidadão trabalhador, que teve alto custo para comprar um veículo e melhorar a qualidade de vida, tem que arcar com o banditismo, o qual volta e meia recebe mais proteção de políticos e pensadores de um linha equivocada dos Direitos Humanos.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

PROJETO TOCAIÚNAS - Mais de 6 mil livros. Neste sábado (9), Marabá marca história da Literatura Paraense. 2ª edição traz 15 escritores

 




Neste sábado (9), a partir das 20h, a Biblioteca Municipal Orlando Lima Lobo, situada na Marabá Pioneira, recebe um dos maiores acontecimentos da história da Literatura Paraense, o lançamento da 2ª edição do Projeto Tocaiúnas, patrocinada pela Vale. São mais de 6 mil livros, de 15 escritores de Marabá que estão publicando juntos 15 novos títulos, em um evento coordenado pelos poetas Airton Souza e Eliane Soares, membros fundadores da Associação dos Escritores do Sul e Sudeste do Pará.
Segundo os idealizadores, as obras vão ser vendidas a R$ 5,00, facilitando o acesso da população ao livro.
Foi efetuada uma tiragem de 400 exemplares, de cada título. Entre os participantes da primeira edição estão Adão Almeida, escritor de literatura de cordel, que publica “A madrasta má”, Airton Souza publica “Cio”, Creusa Salame participa com a obra “Vivências”, Eliane Soares escreveu “Lápis-Lazúli”, Evilângela Lima participa com o título “Raridades”, Glecia Sousa lança Rios (de) Versos, Katiucia Oliveira reuniu versos em “Poética do talvez”, Lusa Silva escreveu “Proeza Poética” e Lara Borges vem com o “Alcova”.  
O Projeto Tocaiúnas promoveu ainda o surgimento de novos autores. Dos quinze literatos que realizaram o grande feito, seis estão publicando pela primeira vez no projeto.
Entre os novos participantes se encontram Airton Pereira, que publica “Colhendo manhãs”, Vânia Andrade reuniu estórias em “Contos fantásticos da Amazônia”, Francisco Duarte principia com título “O silêncio e a canção”, Francisca Cerqueira lança “Espelho dos meus olhos”, Javier di Mar-y-abá escreveu “Ensaios de Encantamentos” e Marisol Nascimento lança “Embriaguez”.
O grupo de autores tocaiunenses planeja também a doação de parte dos livros. Uma parcela de 50 unidades para a empresa patrocinadora, Vale, 30 unidades para serem distribuídas em bibliotecas públicas de Marabá e região; e ainda 15 unidades para fazer kits cortesias, para serem trocados entre os autores.
“Vamos fazer uma agenda de doações. Um dia numa biblioteca, outro dia em outra”, considera Airton Souza.
A Empresa Vale marcou para a na noite do dia 28, deste mês, a entrega oficial a todos os escritores, também na Biblioteca Municipal Orlando Lima Lobo.


UEPA MARABÁ - Estudantes de Engenharia Florestal em entrevista sobre formação acadêmica e profissional


Universitárias Maila Souza (esq.), de 24 anos, e Celine Perdigão, 21, cursam
Engenharia Florestal na Universidade Estadual do Pará (UEPA)














Seguindo a série de matérias especiais, voltadas para o mês do trabalhador, vamos conhecer a vida acadêmica de estudantes do curso de Engenharia Florestal. A área estuda os recursos florestais e elabora projetos sustentáveis de exploração e reflorestamento. Sabe-se que o engenheiro florestal entende também de ecossistemas, para poder desenvolver o uso, apropriação e exploração correta dos recursos naturais. 
Apesar da ação humana sobre o mundo, as florestas ainda ocupam aproximadamente 30% da área total dos continentes e são uma peça fundamental para o equilíbrio ambiental e econômico da nossa sociedade.
As universitárias, Maila Souza, de 24 anos, e Celine Perdigão, 21, cursam Engenharia Florestal na Universidade Estadual do Pará (UEPA), Campus VIII. Elas fazem parte da Turma 2012, a primeira a se formar em breve pela instituição.
A reportagem procurou saber o que motivou a dupla na escolha do curso.
Segundo Maila Souza, um interesse pessoal pela natureza contribuiu com a decisão.  
“Na verdade, a gente entrou no curso de Tecnologia Agroindustrial de Madeira. Então, logo quando eu fiz, foi porque eu ouvi falarem dele. Mas, eu sempre gostei muito da parte do meio ambiente, engenharia, daquilo que envolve florestas e madeira. Só depois que eu passei no vestibular, fui pesquisar sobre o que era o curso realmente”, recorda.
De acordo com Celine Perdigão, esse ramo da engenharia era apenas uma das áreas de interesse dela.  
“Eu também sou aluna remanescente de TA madeira, só que a UEPA, foi a minha segunda opção. Eu pretendia fazer Odontologia, mas não passei. Então, como eu tinha passado na UEPA e pesquisado sobre Marabá, eu vim. No primeiro ano, que foi quando a gente teve matéria específica, eu comecei a me interessar”, lembra.   
As jovens passaram por um projeto de mudança dentro do curso TA madeira, por conta da grade curricular. E contaram na entrevista o que consideram mais interessante sobre a atividade florestal.
Para Souza, que é natural de Capanema, município do estado do Pará, compreender o processo de reflorestamento foi um grande atrativo.  
“Eu me identifiquei muito na parte prática, com relação à recuperação. A gente fez uma aula lá no Porque Zoobotânico, então, eu gostei desse trabalho de recuperar áreas degradadas. Também a parte de floresta, no que diz respeito à identificação botânica, bem como a identificação de tipos de madeira, que é o nosso enfoque. Tanto é que, os nossos TCCs, são voltados para a anatomia de madeiras”, considera.
Por sua vez, a jovem que nasceu em Belém, Perdigão, houve matérias que a fizeram enxergar a natureza com outros olhos.  
“Um momento marcante, comigo, foi numa das matérias específicas chamada Anatomia da Madeira. Foi ela que me fez despertar para as áreas de ciência e tecnologia da madeira. Nela a gente teve um conhecimento das propriedades, algo mais específico, coisa que a gente olha para uma árvore no dia-a-dia e nem imagina o que acontece e os benefícios dela”, observa.
E quando tiverem realizado o sonho da formatura, os planos que elas possuem para o futuro intelectual e profissional são desafiadores.
Maila Souza, que é bolsista e faz pesquisa no seguimento de identificação anatômica de madeira, planeja a vida de servidora pública.  
“Meu objetivo depois do curso é realizar um mestrado na âmbito da botânica e prestar concurso público órgãos como o IBAMA, INCRA”, detalha.
Celine Perdigão, também bolsista e na mesma área de pesquisa que a colega, quer manter a atenção mútua tanto no estudo quando na profissão, mesmo após a faculdade.
“Também pretendo seguir na minha área de pesquisar e alcançar o mestrado. E, de forma concomitante, prestar concurso público, buscando conciliar a vida profissional com a de pesquisadora”, diz.
Elas citam alguns dos desafios e problemas que existem em Marabá, que acabando tornando o engenheiro florestal tão necessário para a sociedade.

“Em Marabá, a atividade de madeireiras ainda tem sido de forma ilegal. Então, como o nosso curso nos capacita na identificação desse material, inclusive, o curso tem um projeto em parceria com o IBAMA, que procura sondar esses casos em que a madeira é comercializada de forma ilegal. Espécies ameaçadas de extinção, a própria castanheira, que não poderia ser derrubada, são pegas em movelarias por exemplo. Isso acarreta a necessidade desses profissionais, para estarem multando da forma correta os estabelecimentos que cometem essa ilegalidade”, avalia a dupla de acadêmicas da UEPA.