Universitárias Maila Souza (esq.), de 24 anos, e Celine Perdigão, 21, cursam Engenharia Florestal na Universidade Estadual do Pará (UEPA) |
Seguindo a série de matérias especiais,
voltadas para o mês do trabalhador, vamos conhecer a vida acadêmica de estudantes
do curso de Engenharia Florestal. A área estuda os recursos florestais e
elabora projetos sustentáveis de exploração e reflorestamento. Sabe-se que o engenheiro
florestal entende também de ecossistemas, para poder desenvolver o uso,
apropriação e exploração correta dos recursos naturais.
Apesar da ação humana sobre o mundo, as
florestas ainda ocupam aproximadamente 30% da área total dos continentes e são
uma peça fundamental para o equilíbrio ambiental e econômico da nossa sociedade.
As universitárias, Maila Souza, de 24 anos,
e Celine Perdigão, 21, cursam Engenharia Florestal na Universidade Estadual do
Pará (UEPA), Campus VIII. Elas fazem parte da Turma 2012, a primeira a se
formar em breve pela instituição.
A reportagem procurou saber o que motivou a dupla na escolha do
curso.
Segundo Maila Souza, um interesse pessoal
pela natureza contribuiu com a decisão.
“Na verdade, a gente entrou no curso de
Tecnologia Agroindustrial de Madeira. Então, logo quando eu fiz, foi porque eu
ouvi falarem dele. Mas, eu sempre gostei muito da parte do meio ambiente,
engenharia, daquilo que envolve florestas e madeira. Só depois que eu passei no
vestibular, fui pesquisar sobre o que era o curso realmente”, recorda.
De acordo com Celine Perdigão, esse ramo da
engenharia era apenas uma das áreas de interesse dela.
“Eu também sou aluna remanescente de TA
madeira, só que a UEPA, foi a minha segunda opção. Eu pretendia fazer
Odontologia, mas não passei. Então, como eu tinha passado na UEPA e pesquisado
sobre Marabá, eu vim. No primeiro ano, que foi quando a gente teve matéria
específica, eu comecei a me interessar”, lembra.
As jovens passaram por um projeto de
mudança dentro do curso TA madeira, por conta da grade curricular. E contaram
na entrevista o que consideram mais interessante sobre a atividade florestal.
Para Souza, que é natural de Capanema,
município do estado do Pará, compreender o processo de reflorestamento foi um
grande atrativo.
“Eu me identifiquei muito na parte prática,
com relação à recuperação. A gente fez uma aula lá no Porque Zoobotânico,
então, eu gostei desse trabalho de recuperar áreas degradadas. Também a parte
de floresta, no que diz respeito à identificação botânica, bem como a
identificação de tipos de madeira, que é o nosso enfoque. Tanto é que, os
nossos TCCs, são voltados para a anatomia de madeiras”, considera.
Por sua vez, a jovem que nasceu em Belém, Perdigão,
houve matérias que a fizeram enxergar a natureza com outros olhos.
“Um momento marcante, comigo, foi numa das
matérias específicas chamada Anatomia da Madeira. Foi ela que me fez despertar
para as áreas de ciência e tecnologia da madeira. Nela a gente teve um
conhecimento das propriedades, algo mais específico, coisa que a gente olha
para uma árvore no dia-a-dia e nem imagina o que acontece e os benefícios dela”,
observa.
E quando tiverem realizado o sonho da
formatura, os planos que elas possuem para o futuro intelectual e profissional
são desafiadores.
Maila Souza, que é bolsista e faz pesquisa
no seguimento de identificação anatômica de madeira, planeja a vida de
servidora pública.
“Meu objetivo depois do curso é realizar um
mestrado na âmbito da botânica e prestar concurso público órgãos como o IBAMA,
INCRA”, detalha.
Celine Perdigão, também bolsista e na mesma
área de pesquisa que a colega, quer manter a atenção mútua tanto no estudo
quando na profissão, mesmo após a faculdade.
“Também pretendo seguir na minha área de
pesquisar e alcançar o mestrado. E, de forma concomitante, prestar concurso
público, buscando conciliar a vida profissional com a de pesquisadora”, diz.
Elas citam alguns dos desafios e problemas
que existem em Marabá, que acabando tornando o engenheiro florestal tão
necessário para a sociedade.
“Em Marabá, a atividade de madeireiras
ainda tem sido de forma ilegal. Então, como o nosso curso nos capacita na
identificação desse material, inclusive, o curso tem um projeto em parceria com
o IBAMA, que procura sondar esses casos em que a madeira é comercializada de
forma ilegal. Espécies ameaçadas de extinção, a própria castanheira, que não
poderia ser derrubada, são pegas em movelarias por exemplo. Isso acarreta a
necessidade desses profissionais, para estarem multando da forma correta os
estabelecimentos que cometem essa ilegalidade”, avalia a dupla de acadêmicas da
UEPA.
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