Anderson Damasceno
A MORTE DE LUCIANO HANG
Brincar com a simbologia em torno do que seria o assassinato
de Luciano Hang, dono da Havan – uma das gigantes no varejo brasileiro –, revela
muito sobre a arte humorista produzida pela “galerinha do bem”. O humor criado
pelos artistas que se alinham ao pensamento esquerdista, no Brasil, por alguma
razão não é visto como ato antidemocrático. Nem é julgado como discurso de
ódio. Pelo contrário, recebe aplausos, elogios, se duvidar até convite pra fazer live com ministro. E é exatamente nisso que mora
toda a injustiça.
PROPAGANDA DA ANIQUILAÇÃO
A simbologia da arte não é vazia. Quando comediantes querem
ganhar dinheiro e público, aumentando o clima de tensão e revolta no meio da
população brasileira, sabem muito bem quais elementos reunir num filme, numa
peça de propaganda.
A ARTE COMO “ÓDIO DO BEM”
Quando eles fazem um vídeo, teaser, num cenário que sugere o
abate de inimigos, a desova de corpos, comunicam – em bom tom – que possuem
autoridade para executar o discurso da aniquilação contra quem pensa
diferentemente deles. Mas é ficção, então pode! Ao menos pra eles.
CARNIÇARIA VENDE MUITO
Apresentar um ambiente distante, no campo, e uma construção
abandonada, esquecida. Escrever o nome “antipatriota” num machado afiado, de
gume reluzente. Olhar fixamente para uma faca longa, em pose de quem só aguarda
o comando para usá-la. Dispor uma cova funda, captada no meio da tela. Fica
parecendo que Stalin é o roteirista.
O COMEÇO DO EXTERMÍNIO DE PATRIOTAS
Por ser um grande leitor de Karl Marx (principal profeta do
extermínio, venerado pela seita lulo-petista), Stalin teria dado exatamente essas
dicas para ambientação de gulags no Brasil. Claro, tudo isso democraticamente. E
visando a criação de um país que tivesse praticado o extermínio de patriotas.
Um extermínio que não atrapalha o governo. É um extermínio para o bem.
STALIN: “MATEM OS IDIOTAS DE VERDE!”
Ver a tortura ser relativizada pela galerinha do bem é o
menor dos exemplos de contradição e demagogia. Escoltar um dos presos como quem
é levado para o matadouro, enquanto os outros aguardam a seu tempo a punição.
Fazê-lo ajoelhar na bosta da vaca, colocar o facão em seu pescoço (em descompasso
com o tempo da cena. Péssimo encadeamento na ordem das ações. Talvez Marx ou Stalin
teriam notado essa falha). Cuspir no chão e engatilhar o discurso: “Nosso negócio
é descer a porrada na cabeça de patriota”.
ESTÁ ABERTA A TEMPORADA DE ASSASSINATO DOS DIREITISTAS
A cerimônia de abertura para a caçada dos patriotas começou.
E o ato solene foi: dar close em corpo encostado numa pilastra, uma pessoa
morta com porrada de bastão na cabeça, tendo a bandeira do Brasil como um manto.
MATAR GENTE! MATAR A MERITOCRACIA!
É essa a empresa que vai bem.
SERIA UM PROCESSO DE PSICOADAPTAÇÃO?
Assisti o Teaser Antipatriota. E teci aqui apenas alguns dos
possíveis juízos teóricos-estéticos sobre. Algo em torno de três minutos do vídeo,
que segue com mais alguns minutos de bizarrices e insanidades (Ops! Licenças
poéticas para a esquerda), endossando o discurso central, que pode ser resumido
em: “VAMOS MATAR A GALERA DO OLAVO”. Em resumo mesmo, o vídeo é uma catarse.
Serve de descarrego das vontades e paixões que muitos dessa gente limpinha –
que quer derrotar o bolsonarismo – nem esconde mais ter. E não esconde há muito
tempo. Bem sabemos.
PEÇA DE ESCÂNDALO QUE SE O LEO LINS FIZESSE COM A DONA DO
MAGALU... OH, SHIT!
A justiça e a nobreza do espírito humano se tornaram
artefatos. Às vezes, parece nem existir mais, pois não existe igualdade de direitos
nesse jogo. Quando comediantes de esquerda se sentem à vontade para “explorar o
humor”, enquanto os comediantes de direita (como os integrantes do Canal
Hipócritas) sofrem todo tipo de perseguição, a morte física de patriotas pelo “crime
de gênero” ser patriota JÁ ESTÁ SIMBOLICAMENTE ENTRANHADA em certo setor da
vida pública brasileira. Os patriotas, hoje, são pintados nas capas dos jornais
como ratos com unhas de rapina. Com quem será que a Extrema-Imprensa aprendeu
isso?
A HEGEMONIA NÃO É NOVIDADE
No meio educacional, universitário, assim como no meio artístico,
neste caso a comédia, a violência que uma pessoa declaradamente conservadora,
de direita e olavista sofre, vivencia, aparece de várias formas. Há a forma silenciosa
– famosa espiral do silêncio –, há a forma espalhafatosa – em que o riso se
torna o principal instrumento de violência psicológica e prenúncio da física –,
há a perseguição institucional – como se vê na cultura do cancelamento, que faz
os profissionais repulsivos ao comuno-socialismo terem prejuízos com a perda de
contratos, de parcerias, de publicidade.
Matar tirando o pão de cada dia. Isso é democracia?
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