Estudantes de Direito na UNIFESSPA, Maria, Thiago e Laylla relatam experiências acadêmicas e planos profissionais |
Qual é o compromisso e a qualidade de profissionais que florescem nas faculdades? A motivação que os universitários tiveram, quando resolveram escolher o curso, e como eles planejam atuar na sociedade também são questões fundamentais. Projeto pessoal, curiosidade, preocupação com a sociedade e busca por estabilidade são apenas alguns dos elementos que mexem com as emoções e pensamentos.
A reportagem do Jornal Opinião realizou entrevista com
estudantes do curso de Direito, turma 2013. Os jovens vivenciam uma formação de
extrema importância para a sociedade, e já estão no 5º semestre, estudando no
Campus I da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, situada na Folha 31.
Segundo Laylla Sampaio, no
Brasil é comum os jovens pensarem, antes de tudo, no bolso, mas que o interesse
de ter independência não é o único.
“Pelo que eu recordo, o
fato de nossa sociedade ser extremamente capitalista, e isso nos é imposto
todos os dias, eu escolhi Direito porque eu tinha uma visão de que queria algo
que me proporcionasse um bom retorno financeiro e estabilidade. Mas, precisava
ser algo que gostasse de fazer e tinha afinidade”, afirma.
De acordo com Maria Rita
Araújo, o curso era muito mais amplo do que ela imaginava.
“Sinceramente, eu pensava
que tudo terminava em tribunal do júri, tudo era Direito Penal. E quanto mais
você estuda, quanto mais você avança no curso, vai desconstruindo essa ideia.
É, realmente, o que a gente vê nas redes sociais, na televisão, a discussão de
leis e questões penais. Então, era o que eu imaginava do curso, mas, claro que também
tinha em mente o retorno financeiro”, ressalta.
Para Thiago Messias Dal
Alba, o interesse por questões políticas motivaram a escolha.
“Na minha visão, o curso leva a uma profissão que conseguia
casar a atividade social e política. Sempre fui muito aficionado em político. Então,
eu tinha interesse em algo que pudesse unir o meu anseio”, cita.
VIDA ACADÊMICA PERMITE
NOVAS EXPERIÊNCIAS
O trio de estudantes já está no quinto período do curso, o que
corresponde a mais de dois anos tendo experiência com a gama de conteúdos do Direito.
A reportagem procurou saber se, nesse tempo, eles descobriram em que possuem
mais afinidade e o que despertou o interesse deles.
Aos 19 anos e nascida na
capital do estado do Pará, Belém, Laylla Sampaio revelou que, como a maioria
dos acadêmicos, a área de Penal é muito atraente. No entanto, ela vê mais
possibilidades de interesses.
“Mas, especificando, eu
acredito que podemos tirar mais que isso. Por exemplo, eu penso que posso
conhecer a sociedade de uma forma não tão comum para as pessoas, apenas
observando suas leis, normas e regimentos. A lei é imensamente necessária para
vida do homem. Então, busco ver a sociedade de forma mais humanizada. E agora,
sei melhor como utilizar o conhecimento, adquirido na faculdade, lá fora”,
enfatiza.
Também com 19 anos, mas
sendo natural de Marabá (PA), Maria Araújo destaca que os estudos permitiram
uma nova visão dos usos e relações que os sujeitos fazem da cidade.
“O que sinto mais
afinidade tem a ver com a área de Direito Processual Penal e Direito Penal. Mas,
como o curso permite uma visão mais aprofundada da sociedade, cada lugar que
agora eu olho na rua, que visito, cada notícia de jornal, eu consigo associar
com algo que já estudei”, considera.
Com 20 anos de idade, natural
de Redenção (PA), Thiago Messias diz que o contato com a população gerou grande
interesse.
“Gostei muito da
experiência que tive de estágio, dentro da Defensoria Pública, fazendo
atendimento ao cidadão. Como estudante, pude ver a teoria e a prática,
simultaneamente. E ajuda você a construir uma visão crítica do conhecimento
visto em sala. Por isso, as matérias de Direito Civil e Penal se tornaram as
que mais gosto”, acentua.
INTERESSE EM ATUAR NA SOCIEDADE
O grupo de jovens
acadêmicos também relatou de forma pretendem atuar após o término da formação
superior. Além disso, colocaram em relevo algumas dos problemas e preocupações
vigentes.
A belenense Sampaio projeta
ser servidora pública e considera a qualidade no atendimento ao cidadão um
princípio fundamental.
“Eu trabalho com questões
previdenciárias. Quero ver cada cidadão fazendo parte do mundo que cabe a eles,
tendo seus direitos atendidos”, assinala.
A marabaense Araújo
acredita que, do mesmo modo que teve experiência de estágio, planeja trabalhar
no ramo da Defensoria Pública.
“Claro que posso de
ideia, haja vista que ainda tem um bom tempo de curso. Então, é preocupante a
falta desses profissionais que poderiam estar atendendo pessoas mais carentes. Quero
ter a oportunidade de representar essas pessoas, que não tem ninguém olhando
por elas”, explica.
O redencense Messias
almeja continuar atuando pela Defensoria Pública, instituição pela qual criou
um senso de respeito.
“No Pará, existe um
déficit de quase cem defensores públicos. Nota-se que Marabá sofre com isso,
pois, ainda tem um acesso lento e tardio nos processos. Muitos cidadãos não tem
acesso aos direitos mínimos”, nota.
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