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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

SEGURANÇA PÚBLICA - Vereadores de Marabá vão cobrar Simão Jatene por falta de efetivo policial e ausência de orçamento








A Audiência Pública realizada na manhã de quarta-feira última (26), na Câmara Municipal de Marabá (CMM), debateu os desafios relacionados à área de segurança pública, na região sudeste do Pará, em especial do município de Marabá. A Sessão foi solicitada pelo vereador, Antônio Ferreira de Araújo, o “Coronel Araújo”, que convocou órgãos do estado do Pará e a população da cidade para conhecerem os números que dificultam o trabalho das diversas corporações policiais e demais instituições.  
Na abertura, o parlamentar descreveu um quadro com índices de criminalidade sobre a cidade e estendeu a discussão aos oficiais da Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda-Municipal, bem como aos vereadores.
Os grandes projetos, que foram celebrados na região, também foram alvo da crítica do vereador. E a falta de efetivo policial e ausência de certeza no orçamento figuram o principal drama de toda a segurança pública. Sem isso, as polícias tem pouca possibilidade de planejar metas e estratégias, endereçadas ao enfrentamento de crimes.
Apesar do importante tema em debate, houve pouca representação da sociedade civil, por causa da ausência de pessoas como os líderes de comunidades e associações de moradores.
Para tentar amenizar o quadro pintado pelos órgãos, o Coronel Roberto – na ocasião representando o Estado do Pará, uma vez que o secretário não compareceu – enfatizou que o ciclo da violência é grande causa a ser combatida, haja vista que 83% da população carcerária não passou pela escola.
“A família é mal estruturada e isso reflete no estado. Os adolescentes tem sexualidade precoce. A mãe que é fumante, e por isso o filho da gestante nasce com menor capacidade cognitiva. É forçado pela mãe a estar na escola. Dai começa a evasão escolar. Então, as crianças são facilmente cooptadas pelo crime”, relata.
Roberto ainda relatou que embora sejam insuficientes na questão do efetivo, a PM é uma instituição presente nos 144 municípios, assim como a Seduc, sendo que o Pará foi dividido em 15 áreas de segurança pública.
Contudo, para dar um horizonte de esperança, o Governo do Pará planeja um concurso público – com as 4 fases completas até junho de 2016 –, em que cerca de 300 vagas são para Marabá e 100 destinadas à Parauapebas.  
No encerramento, o vereador Coronel Araújo defendeu que é necessário pelo menos 400 vagas somente para Marabá, recebendo apoio unânime dos vereadores. A CMM vai encaminhar um reunião em Belém com o Secretário de Estado para agilizar a ação.

DIRIGENTES DAS CORPORAÇÕES POLICIAIS APRESENTAM OS NÚMEROS
Durante a exposição, o Coronel Fialho, comandante 4º Batalhão de Polícia Militar, destacou que a entidade atua em nove municípios e mais a cidade de Marabá. São 290 policiais para proteger toda a população marabaense, sendo que um número razoável, 49 PMs, atuam em escoltas no sistema carcerário. Daquele total, apenas 70 PMs trabalham diariamente, por turno.
“Nosso número é pequeno. Por isso, dizemos que a melhor estratégia é a integração. Juntos somos mais forte. E o Disque-Denúncia tem ajudado muito nesse processo”, afirmou Fialho.
Umas das ações, apontadas como imediata, tem a ver com o deslocamento da cavalaria para os núcleos São Félix e Morada Nova, que recentemente experimentou grande aumento populacional.
Segundo o vereador Coronel Araújo, a situação só não é pior por causa dessa integração e que a Marabá é uma das cidades pioneiras nessa linha de articulação entre as corporações.
“Eles sabem que a segurança da população é o principal objetivo”, considera.
Outro desafio é colocar em uso as 45 câmeras do CCO, que por falta de manutenção não estão dando resultado. Atualmente, somente seis funcionam.
A Delegada Simone, representante da Polícia Civil, detalhou sobre entidades que estão sob o comando da corporação. Hoje, um efetivo total de 60 policiais compõem o órgão. Mesmo sendo o menor, a Polícia Jurídica já registrou 106 procedimentos.
“Há de 28% a 30% de solução dos crimes. Todos os homicídios são transformados em inquérito policial em 24. Isso é regra. A imprensa não divulga a prisão, solução, tanto quanto a morte”, pontua a delegada.
Em seguida, o Inspetor Welington, da Guarda-Municipal, relatou que a equipe existe há 3 anos e possui 109 servidores. Com a atual estrutura, conseguiram realizar 401 atendimentos de janeiro a junho de 2015.  Grande parte das ocorrências ligadas ao contexto escolar.

POLÍCIA FEDERAL E ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
A mesa principal foi constituída pela Delegada Simone, chefe da Polícia Civil, Tenente-coronel Fialho, que comanda o 4º BPM, Coronel Roberto Damasceno, chefe do Departamento Geral de Operação, Antônio Carlos Cunha Sá, delegado chefe da Polícia Federal, Tenente Ronildo, do Exército, Haroldo Gaia, presidente da OAB, Patrick Roberto, representando o Deputado Estadual João Chamom, e o Tenente-coronel Hélio. 
Na plateia, o Inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Jair Guimarães, Hellen Araújo do Disque-Denúncia, e Maria do Livramento, a Lia da Liberdade.
De acordo com o delegado chefe da Polícia Federal (PF), Antônio Carlos Cunha Sá, a população carcerária possui cerca de 80% dos detentos com no máximo 34 anos.
O delegado enfatizou que os índices são maiores nos estados onde a população não tem acesso à educação, cultura e condições econômicas. “O tráfico de drogas é o grande fator que gera a criminalidade de massa. A falta de orçamento não permite que se faça o planejamento, com previsões do crescimento populacional, se não há nem a certeza de que haverá o orçamento no ano seguinte” acertou.
Para Haroldo Gaia, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, subseção em Marabá, a instituição tem muito o que falar sobre o tema da audiência, porque desde 2011 mais de dez advogados foram vítimas de homicídio.
“Segurança não é prioridade como os números mostram”, assinalou, acrescentando que apoia categoricamente o projeto que possibilita à guarda municipal ser armada.
O jornalista, Patrick Roberto, que representou o Deputado Estadual Chamom Neto, defendeu que é necessário cobrar dos prefeitos o investimento de parte da verba de publicidade em campanhas educativas.

VEREADORES DE MARABÁ
Vanda Américo, membro do legislativo, abordou que o povo da cidade se desencantou com as audiências públicas, porque os encaminhamentos não resolvem. Ela questionou que a secretaria de segurança de Belém não veio ninguém para o evento.
Além disso, o considerou que o concurso público ainda vai demorar pelo menos dois anos até os novos 300 PMs aumentem o efetivo atual. E retomou a discussão sobre as 18 pessoas que já morreram na passagem na travessia da rodovia, à altura do Bairro Amapá. A passarela nunca foi terminada e Américo culpou o Dnit como violentador dessas vítimas.
No discurso de Guido Mutran, a principal deficiência do sistema – falta de pessoal nos órgãos – ganhou coro. E disse ainda que é milagre a Delegada Simone conseguir trabalhar com poucos.
“A vinda da Hidrovia e da Hidroelétrica vai mudar de forma assustadora a cidade”, pontuou, destacando ainda o caso da garota que último domingo (23) levou tiro e a bala ficou alojada no corpo.
Conforme o vereador Alecio Stringari, a zona rural é a menos assistida, porque a demanda é maior, ressaltando em seguida que muitos números oficiais de crimes. São 250 Km para quatro destacamentos. Uma distância de 70 Km de um município para o outro.
Já parlamentear Adelmo do Sindicato resumiu todo o drama das corporações como a falta de dinheiro é o grande problema. Para ter segurança. E questionou a ausência do prefeito municipal ou representante.


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