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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

UNIFESSPA - II Congresso Paraense de Educação Especial terá inscrições online gratuitas a partir de amanhã


Professora Lucélia Rabelo (centro) coordena o II Congresso
Paraense de Educação Especial. 
Nacélio Madeiro (segundo da
esquerda) participa da organização junto ao NAIA.



Auditório da Faculdade Metropolitana de Marabá vai ficar lotado nos
dias 12, 13 e 14 de novembro, para debates e palestras com
pesquisadores de renome nacional e internacional. 
























Lucélia Rabelo destacou urgência no debate 
acerca da Educação Especial

Entre os dias 12 e 14 de novembro, a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA) promove o II Congresso Paraense de Educação Especial, no auditório Leonardo Da Vinci, na Faculdade Metropolitana de Marabá. O evento é organizado pelo Núcleo de Acessibilidade e Inclusão Acadêmica (NAIA) e vai contar com palestras, oficinas e minicursos, apresentados por pesquisadores de renome nacional e internacional.
A inscrição é gratuita e pode ser feita pelo site cpee.unifesspa.edu.br, a partir do dia 27 de outubro. No ano passado, o encontro aconteceu em Castanhal e em menos de quatros horas todas as vagas foram preenchidas.
O Congresso é realizado em parceria com instituições como Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), o Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Físico Visual, 4ª URE e a Secretaria Municipal de Educação (SEMED). Em 2015, o tema do Congresso é a Educação como direito das pessoas com deficiência: debatendo e construindo trajetórias na Amazônia.
Segundo Lucélia Cardoso Cavalcante Rabelo, coordenadora geral do evento, esse tema faz parte de atual política de Educação Inclusiva, que defende a presença das pessoas com deficiência nas escolas de ensino regular.
“Todas as escolas do Brasil e de Marabá precisam se adequar a essa política. Elas devem ofertar um ensino direcionado às pessoas especiais, através de salas de aulas de recursos multifuncionais e centros especializados para surdos, deficientes audiovisuais e pessoas com altas habilidades de superdotação”, afirma.
Ainda segundo Lucélia Rabelo, desde 1988 a Constituição Federal já assegura os direitos desse segmento social, porém, o país continua atrasado e falta um investimento mais expressivo na área.
“Por isso, esse encontro vai debater a urgência do processo de formação de professores para a área de Educação Especial. Os professores estão em sala de aula sem saber lidar com esse público. Porque, hoje, a grande problemática é a falta de espaços de formação inicial e continuada para eles”, pontua.
A coordenadora colocou em relevo o trabalho monumental da promotora, Lilian Viana Freire, que preside em Marabá a 13ª Promotoria de Justiça de Direitos Humanos, Órfãos, Interditados, Incapazes, Pessoas com Deficiência e Idosos. “A atuação dela tem otimizado a urgência desse processo, no nosso município”, cita.
Durante os três dias, o público vai participar de comunicações de pesquisas e mesas redondas, destinadas a debates de temas específicos.
Entre os especialistas convidados estão os professores doutores Danúsia Lago (UFSB), José Bentes (UEPA), Kátia Caiado (UFSCAR), Leonardo Cabral (UFGD) – pesquisador de renome internacional, com estudos na Itália – e a professora mestra Kátia Lima – pesquisadora que estuda a presença das pessoas com deficiência no espaço amazônico.

Jennifer Viana, mesmo com dificuldades,
se preparou para encarar o ENEM
ESTUDANTES ESPECIAIS E PROFISSIONAIS DETALHAM DIFICULDADES ENFRENTADAS DIARIAMENTE 
Para o universitário, Nacélio Madeiro, 31 anos, a exclusão social ainda é um absurdo constante na sociedade. Ele é deficiente audiovisual e atua nos projetos do NAIA, porém, mesmo com formação em Química pela Universidade do Estado do Pará (UEPA), não consegue uma vaga no mercado de trabalho.
Hoje em dia, Nacélio está concluindo o curso de Ciências Sociais pela UNIFESSPA, em fase de produção do Trabalho de Conclusão do Curso (TCC). “Estou abordando o tema do Mercado de Trabalho e as Pessoas com Deficiência Física. Um dos objetivos é verificar se os direitos dessas pessoas são assegurados dentro das empresas. E se o Ministério Público do Trabalho tem feito a fiscalização como deveria. O fato é que essa atuação é muita frouxa ainda e favorece a negligência dos empregadores”, critica.
Por sua vez, a jovem Jennifer Viana dos Santos (22) está encarando o desafio de ingressar na faculdade pela primeira vez, e com disposição. Ela é cadeirante e tem dificuldades motoras devido uma paralisia cerebral. No entanto, as funções mentais apresentam um nível semelhante ao dos estudantes das escolas comuns.
“Eu quero passar e acredito, com fé em Deus, que vou entrar na faculdade”, enfatiza Santos, que estuda no Curso Pré-vestibular Everest e pode ser contemplada pela política de cotas, uma vez que a UNIFESSPA reserva duas vagas em cada curso, somente para alunos especiais.
Novamente conforme Lucélia Rabelo, pela lei de acessibilidade, promulgada há mais de quinze anos, os prédios públicos e privados teriam o período de uma década para se adequarem. Contudo, a grande parcela de deficientes ainda padece nesses espaços. As condições de acessibilidade física – por exemplo, a disposição dos móveis e calçadas – e arquitetônica – como portas, corrimões, rampas e piso tátil – estão fora do padrão na maioria dos lugares.
“Porém, o maior desafio é o da acessibilidade atitudinal. As pessoas precisam praticar a gentileza e não podem atrapalhar ou criar obstáculos para as pessoas com alguma deficiência. Seja na fila do banco, no estacionamento ou num supermercado”, ressalta. 

NAIA TEM CONTRIBUÍDO NA MUDANÇA DO CENÁRIO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL EM TODA REGIÃO SUDESTE
Desde abril de 2014, o Núcleo de Acessibilidade e Inclusão Acadêmica (NAIA), ligado à UNIFESSPA, promove cursos de formação de professores para a Educação Básica.
Atualmente, está em andamento o terceiro curso de aperfeiçoamento – capacitando cerca de 15 profissionais da educação –, sendo que na turma anterior, ministrada pela professora Francisca Cerqueira, foi trabalhada a aptidão de 53 professores, para que eles possam atuar na educação de surdos.
A organização do congresso, conforme a professora Lucélia Rabelo, é um braço da atuação do NAIA. A segunda edição do Congresso reúne mais de 50 pessoas, entre docentes da rede municipal e estadual, profissionais da APAE e membros de associações. Além destes, há o corpo de docentes e técnicos da UNIFESSPA. 



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