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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

UEMA 2018 – Confira dicas e questões sobre romance "Cais da Sagração", de Josué Montello

























Anderson Damasceno 

Conforme anunciei, fiz aqui uma breve pesquisa acerca do romance “Cais da Sagração”, de Josué Montello, uma das três solicitadas no vestibular PAES 2018 - Processo Seletivo de Acesso à Educação Superior, realizado pela UEMA (Universidade Estadual do Maranhão), no dia 22 de outubro. O material inclui um pequeno questionário sobre essa obra. O gabarito está nos comentários. Bom estudo e sucesso pra vocês vestibulandos!

CAIS DA SAGRAÇÃO
Dono de uma vasta produção literária, desde crônicas à artigos jornalísticos, Josué Montello nasceu em São Luís – Maranhão, em 21 de agosto de 1917. Foi escritor, jornalista, teatrólogo e professor. Escreveu para a revista Manchete e para o Jornal do Brasil. Trabalhou no governo de Kubitschek, do qual escreveu um livro de ensaios, O Juscelino Kubitschek de minhas recordações (1999,) relatando fatos do país e a atuação do seu governo.
Em 1954, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), ocupando a cadeira 29. Dentre suas diversas importantes obras como Janela Fechada (1941) e Os Tambores de São Luís (1975), Cais da Sagração (1971) conquistou o prêmio Intelectual do Ano pela Folha de São Paulo e pela União Brasileira de escritores, em 1971, e Prêmio de Romance da Fundação Cultural de Brasília, em 1972.
Sob a perspectiva crítico-analítica, é notável na obra a não linearidade dos acontecimentos, uma vez que, a trama se inicia a partir das crises fortes no peito e da apneia do Mestre Severino. Já no segundo capítulo, o velho barqueiro faz pretensões de casar de véu e grinalda com uma mulher chamada Vanju, mas logo é censurado pelo padre Dourado ao saber que a mesma foi uma meretriz. Aqui é possível observar um outro aspecto interessante da obra, isto é, o constante conflito de valores existente entre as ideias dos personagens e o contexto social estabelecido, neste caso específico, a doutrina religiosa da Igreja Católica.
A história segue com o Severino dentro da sala do Dr. Estevão que, após se submeter a uma rápida avaliação médica, é constatado uma lesão grave no coração.
Mesmo mediante as objeções do médico, o pescador teima em viajar de barco, uma vez que, além de ser o seu instrumento de trabalho, era o seu estilo de vida e uma herança de família. Lucas Faísca, um velho conhecido da cadeia, recebe a visita de Severino que, por sua vez, demonstra a sua insatisfação quanto ao diagnóstico de sua doença e aconselha o seu amigo, que está moribundo, a não se entregar, assim como mostra esse fragmento: “- Faísca – disse ele, com energia, buscando os olhos do outro – você precisa reagir. Reaja, enquanto lhe sobra um resto de força. Se você não reage, a doença toma conta de você. O homem só morre quando se entrega. E você está se entregando. Não faça isso. Eu ainda preciso de você” (1971; pág.: 46).
Observa-se, com isso, que Mestre Severino encarna o espírito destemido de quem não se entrega fácil, um homem teimoso, que insiste em viver a vida considerada por ele a mais correta e digna, mesmo que para isso seja necessário não oferecer credibilidade à autoridade científica instituída, representado pela medicina oficial do Dr. Estêvão.
Há um paradoxo na figura feminina de duas personagens: Vanju e Lourença. Esta, submissa, cuidadosa, entregue às vontades do Severino. Àquela, delicada, de beleza exorbitante. Tal divergência não é sustentada por muito tempo, posto que Severino aspirava ter um menino para dar continuidade à geração, o que o desaponta. Mesmo assim, ele insiste em ter outro filho, mas ela contesta. Não aceitando a sua condição de mãe provedora, Vanju manda Lourença cuidar de sua filha Mercedes, enquanto ela restituía o seu estado anterior: uma vida pacata e sem obrigações. Apenas entretida na vaidade.
Passado o tempo, Mercedes cresce e casa-se com Vicente, que por sua vez, este lhe dá um filho homem, mas ela logo falece. Mais uma vez, Lourença se sente na obrigação de criar o neto de Severino que, já adolescente, demonstra desinteresse em virar barqueiro. O enredo também reporta o leitor às reminiscências do protagonista e ao redimensionamento do passado. Há momentos, no decorrer da história, em que o flashback se confunde com a presente situação ali retratada. Além disso, a linguagem rebuscada, as leves pitadas de humor, as figuras de linguagem, a identidade regional e temas como valores morais e religiosos, morte constituem a trama.

CONFLITO AMOROSO
Inicialmente, um aspecto interessante é a construção do tempo na obra. A sua apresentação é envolvida por quebras constantes no núcleo da memória individual do personagem-chave. É possível considerar então que o tempo se processa psicologicamente. Os fatos vividos pelos personagens não constituem um arquivo de memória, mas objeto de uma construção subjetiva do narrador.
Na subida que o levaria ao Largo da Matriz para a consulta, outro corte abrupto em sua memória; ele se lembra da primeira noite de amor com Vanju em seu barco. Ele a amou naquela noite inesquecível. A beleza da mulher surge como sinal explícito de um sexo carnal e consumado pelo desejo da satisfação do prazer. Naquele dia, ele prometera casar-se com ela, no juiz e no padre, nas leis dos homens e na lei de Deus.
Outra mulher marcante da obra é a personagem Lourença, que vive este drama: ser submissa, ou fazer tudo por amor? Este impasse nos salta aos olhos quando Mestre Severino anuncia à Lourença que vai se casar, e ela ingenuamente pensa ser com ela; ao que ele responde não ser ela a escolhida, mas uma conhecida de São Luís. Lourença, em estado de completa desolação, muda-se de quarto, passando a noite em claro, numa insônia devastadora.
Lourença, então, de maneira resignada, considera que: “a culpa é minha, de mais ninguém”. Isto é, ela aceita a posição submissa de mulher obediente, e passa a preparar a casa para a chegada de sua “substituta”, com dois dias de antecedência. Fato suficientemente plausível para considerar a sua condição de acatar de modo incondicional as determinações de Mestre Severino.
Eis então que surge a imagem da mulher irresistível, mulher da cidade, de nome Vanju. Como nova moradora, chega com sua beleza imponente, dando claros sinais de vir para ficar. Lourença, ao vê-la, mais uma vez se culpa do fato ocorrido: “se eu tivesse um filho, nada disso tinha acontecido”. A sua reação incide a pôr-se a espionar Vanju, aumentando ainda mais a sua dor, de quem não poderia competir com a beleza da nova moradora, que, “mesmo sem se arrumar era bonita”…
Vê-se, com isso, que a situação de Lourença era humilhante, pois agora estava ela na condição de serviçal, diante do casal a saciar-se na mesa do jantar, depois do amor consumado pela volta do Mestre Severino. A sua diligência para com ele agora tramitava as órbitas de uma relação subserviente, onde o cenário figurava em torno de duas personagens principais, e ela, de modo atento e imediato, guardava os bastidores, providenciando todos os elementos cênicos para a concretização do espetáculo montado. Ou seja, a platéia aplaudiria dois atores que tinham tudo a seus pés, sem qualquer esforço ou trabalho. Era certamente a entrega a uma vida determinada pela posição dominante de Mestre Severino. Lourença retrata em sua condição a posição de um papel social pré-determinado como mulher serviçal. Ela não questiona, apenas acata, internalizada pelo suplício de um amor jamais correspondido.
No, entanto, como para quebrar a ordem rotineira das coisas, o inesperado aconteceu, Vanju estava grávida. Ela jamais desejou tal condição. Embora este fosse o sonho de Mestre Severino, ter um filho herdeiro de seu barco. Entretanto, Vanju dá à luz uma menina, a Mercedes, o que deixa Mestre Severino profundamente desapontado. Torturado pela notícia, ele vaga em seu estado de ruína, perguntando a si mesmo: “sem outro homem na família, a quem entregaria o Bonança…?”. Tudo parecia ser fruto de um “capricho da sorte adversa, interessada em castigá-lo”. Inconformado com a notícia, Mestre Severino reage, pedindo a Vanju outro filho, ao que ela responde negativamente, dizendo que bastava o que já havia passado durante o primeiro parto. São as palavras de Vanju: “Não, isso não! Basta o que sofri. Pelo amor de Deus, não me fale de outro parto. Sei que morro, se tiver outro filho”.

Atividades 1
Texto para as questões 1, 2 e 3.
Exposição de fotos recompõe livro "Cais da Sagração", de Montello
27/08/2017 às 07h00

SÃO LUÍS - Entre as atividades de celebração do centenário do escritor Josué Montello (1917-2017), a exposição fotográfica “Cais da Sagração” será reapresentada nesta segunda, 28, às 17h, no Buriteco Café (rua Portugal, 81, Praia Grande). A exposição foi inaugurada na abertura da Semana Montelliana, organizada pela Casa de Cultura Josué Montello, e terá sua primeira itinerância no Buriteco Café que recebeu a mostra no sábado, 26.
A exposição é acompanhada de sarau literário aberto ao público, que pode recitar trechos do livro “Cais da Sagração” e de outras obras do autor em um palco aberto, no Buriteco Café, com acompanhamento musical. O trabalho é de autoria da médica e professora da UFMA, Marizélia Ribeiro, baseado em vários trechos do livro que tem como principais referências históricas e geográficas o Centro Histórico de São Luís, especialmente o bairro Praia Grande.
As imagens são uma recomposição ficcional de um dos principais livros do escritor Josué Montello, “Cais da Sagração”, que deu ao autor o prêmio Juca Pato/Intelectual do Ano, uma das maiores honrarias da Literatura brasileira. O livro publicado em 1971 tem como personagem principal Mestre Severino, que narra suas memórias de um tempo em que o Cais da Sagração (do Porto do Jenipapeiro à Praia Grande) era o principal entreposto comercial e marítimo do Maranhão. A exposição fotográfica Cais da Sagração foi inaugurada na abertura dos trabalhos da Semana Montelliana, realizada na Casa de Cultura Josué Montello.
1. No texto, há o predomínio da função da linguagem
a) conativa, por evidenciar o tom confessional.
b) referencial, por centrar-se no referente ou assunto.
c) fática, por focalizar na manutenção do canal comunicativo.
d) apelativa, por tornar o repórter um cúmplice de sua escrita.
e) metalinguística, por utilizar um código explicando o próprio código.

2. As produções artísticas, mencionadas no texto, podem ser consideradas tanto cultural como política, pois
a) geram a alienação política por meio da doutrinação sociocultural.
b) pretendem arregimentar grupos sociais para a aceitação dos interesses do governo.
c) expressam os planos da classe artística e candidatos populares às campanhas políticas.
d) demonstram os costumes e as necessidades políticas
de uma parcela da sociedade maranhense.
e) exercem o poder de fogo como uma arma e, por isso, é usada tanto por artistas como por políticos.

3. A reportagem anterior apresenta temática histórica, apesar de o fato central acontecer na atualidade. A despeito de trabalhar um tema atual, se destaca na reportagem o fato de
a) caracterizar-se como um texto investigativo por ter sido publicado em jornal.
b) mostrar preocupação acadêmica em produzir bibliografia sobre o tema.
c) reorganizar uma ficção, através da arte fotográfica, de um tema relevante historicamente.
d) possuir declarações de fontes não confiáveis sobre o tema abordado.
e) substituir as obras historiográficas, como faz a mídia atual.

Textos para a questão 4.
                Texto I
Como seria a dona que enfeitiçara Mestre Severino? De si para si, pitando o cachimbo, Lourença queria queixar-se, no teimoso esforço para se compenetrar da injustiça da sorte; mas logo reconhecia que não era direito. Dos dois, pensando bem, quem tinha culpa era ela. Mestre Severino dera-lhe casa, dera-lhe comida, dera-lhe roupa, dera-lhe carinho, tirara-a das mãos do pai que lhe batia, e a verdade é que ela não lhe tinha dado, ao fim de tantos anos, o filho que ele sempre deixava dentro dela, à noite, quando voltava das viagens.
- A culpa é minha, de mais ninguém.
Cais da Sagração, de Josué Montello, p. 68
Texto II
O existencialismo sendo uma doutrina de ação, coloca o homem como ser que exerce plenamente o seu humanismo através de movimentos subjetivos. É também um movimento cultural e de caráter humanista, sendo o humanismo, em linhas gerais, uma filosofia que enfatiza o bem-estar e a dignidade humana, ou seja, procura do seu "eu", único autônomo, autoconsciente racional, na medida em que afirma que o homem deve encontrar-se a si mesmo.
A existência precede a essência. Isso significa que não existe uma natureza humana, (...) não há uma essência precedente, que determina aquilo que cada indivíduo vai ser ou deve ser.
4. Em que medida a personagem Lourença corresponde, ou não, à definição de existencialismo? Valide sua resposta.
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Textos para as questões 5 e 6.
Texto I
Assim, as mudanças urbanas iniciadas na segunda metade do século XVIII, e ampliadas no final daquela centúria e início do século seguinte, foram algo visível. Nesse último período e depois dele, devido o movimento geral do capitalismo industrial no mundo e o livre comércio, a cidade de São Luís também passou por mudanças no seu cenário físico urbano. De todas as
reformas pelas quais a cidade passou, a construção do Cais da Sagração foi uma das mais significativas, pois seus resultados foram sentidos na economia por muito tempo. O impacto da construção do cais sobre a cidade foi forte a ponto de Josué Montello escrever um livro intitulado “Cais da Sagração”, cenário da construção do mesmo e através do qual se desenrola a história do pescador Mestre Severino, de sua amada Vanju e da submissa Lourença, personagens do mar, o qual, mais do que um plano de fundo, manifesta vida.
CAIS DA SAGRAÇÃO: O Processo de Modernização da Cidade de São Luís no século XIX
Texto II
Mestre Severino, inteiriçado na cadeira, não se move, a mão em cima do peito, lívido, as sobrancelhas travadas. A dor lhe viera de repente, agora crescia, alastrava-se para o lado esquerdo, (...) enquanto o velho Cunha, entregue à sua ira, gesticulava, sacudia os fios ralos da cabeleira toda branca, deixando cair as mãos ossudas (...) na tampa do balcão - e com isto espantava o gato gordo, enroscado sobre si mesmo, que dormitava adiante, num vão de prateleira.
- Outra coisa eu lhe asseguro: a Praia Grande não vai morrer sozinha. Com ela irá também o Cais da Sagração. Os barcos vão se passar para o Itaqui. Sem barcos, de que serve o cais? Nem para tomar canoa, para ir à Ponta de São Francisco ou à Ponta da Areia, ele vai ser preciso: a ponte já está aí.
Cais da Sagração, de Josué Montello, p. 389.
5. Sob diferentes perspectivas, os textos citados são exemplos de uma abordagem histórica e literária recorrente na literatura brasileira do século XX. Em ambos os textos,
a) a linguagem afetiva aproxima os narradores dos personagens marginalizados.
b) a ironia marca o distanciamento do historiador e do narrador em relação aos atores sociais e personagens.
c) o detalhamento do cotidiano dos personagens revela a sua origem social.
d) o espaço onde vivem os personagens constitui a natureza humana e determina suas relações.
e) a crítica à indiferença da sociedade pelos marginalizados é direta.

6. Outra passagem do romance, em que ocorre uma abordagem semelhante à da questão anterior se encontra na seguinte alternativa:
a) “Sei perfeitamente o que estou dizendo. Quando eu falo, pode escrever. Por fim, aliviado de sua cólera, pendeu os ombros, alisou uma das pontas do bigode”.
b) “E depois de um silêncio:
- Traga o seu neto aqui, Mestre Severino. Quando quiser. Faço questão de conhecer o rapaz. Diga-lhe que faço questão de ser amigo dele, como sempre fui de seu
avô”.
c) “Pode acrescentar que o crédito que o senhor tem aqui ele também terá. Pelo menos enquanto viver o velho Filomeno Cunha, seu criado”.
d) “Mestre Severino retardou a resposta, ainda pálido, esperando que a dor aliviasse de todo. E assim que pôde falar, respirando a breves haustos, cautelosamente, enxugou devagar o rosto, ergueu o olhar ainda tenso”.
e) “- Hoje de tarde ou amanhã de manhã, trago o rapaz aqui. Não é por ser meu neto, mas o senhor vai ver que é um pedaço de homem, mais alto do que eu, com o cabelo de fogo que eu tinha na idade dele, e caladão, de poucos amigos, como deve ser quem nasceu para viver no mar”.

7. Agora mesmo, se eu não batesse o pé, tornava a não deixar. E o menino em casa, na boavida, se estragando. Ultimamente passa o dia no mato caçando passarinho. Felizmente tirou da cabeça a ideia de ser padre. Era o que faltava. Ainda não largou de todo foi a mania do desenho, que aprendeu na escola.
Aquela caixa de lápis de cor, que a professora lhe deu no dia do diploma, encontrei um jeito de dar sumiço nela. De vez em quando, eu tirava um lápis e jogava fora. Quando ele abriu os olhos, não tinha mais nenhum. Os desenhos que ele fazia não eram ruins. Ele até tem muito jeito para desenhar. Mas nunca fez um barco. Pelo menos eu nunca vi. Com o mar diante dos olhos, nunca pôs o mar no papel. Era uma borboleta, uma boneca (a velha mania da boneca, que quase me fez perder a cabeça), uma casa, um passarinho, um São Luís Gonzaga, uma porta de igreja, uma escada, tudo muito parecido.
Antigamente passava o dia inteiro desenhando e com a Lourença perto dele se babando. Agora, está melhor. Ainda desenha com o lápis preto, mas é só uma vez ou outra.
Cais da Sagração, de Josué Montello, p. 131.
Nesse texto em prosa, e, no contexto em que se emprega as expressões, "batesse o pé" e "perder a cabeça", pode-se afirmar que elas contribuem para
a) marcar a classe social das personagens.
b) caracterizar usos linguísticos de uma região.
c) enfatizar a relação familiar entre as personagens.
d) sinalizar a influência do gênero nas escolhas vocabulares.
e) demonstrar o tom autoritário da fala de uma das personagens.



FONTES:

3 comentários:

  1. 1 - B;
    2 - D;
    3 - C;
    4 - A personagem Lourença não condiz com a definição de autonomia do sujeito cunhada pela filosofia Existencialista de linha sartreana. A postura dela de submissa e assujeitada inibem seu potencial de autorreflexão que permita conceber seu "estar no mundo".
    5 - D
    6 - E
    7 - E

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  2. Você nao sabe o quanto me ajudou!! obrigada. Deus abençoe

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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