Tenente (Anderson Damasceno)
O tempo salgado,
Vestido de sol,
De um negrume raso,
Que se aponta.
A boca de Amor,
Levada e leve,
Ligeira...
Apontando pra mim.
E um arco,
Formado da noite,
Orvalhada e úmida...
Insultando quem não vê.
Se nas faces,
Agora fugazes,
Fui um, se quer,
Esquecer.
Lombadas de atritos,
Fazendo infinitos,
Um jeito especial
De se ver.
Agoura a seta,
Apontada na testa,
Daquele moço
E do não viver.
Arteira notícia,
Dita na grita,
De um saboroso
Desver.
Se é ainda finita,
A boca úmida, Esquecida,
De quem não...
Quer te ver.
Abelha rainha,
De Vinícius versada,
De pele esmaltada,
Querendo descrer...
Se é finito teu verso,
Canta-o,
É certo!
O céu te quer ver.
Levou-me um doce,
A notícia já trouxe,
Cedo me trouxe,
Querendo você.
A morte foi crua,
Tua veia se foi,
Raiz que te muda,
À noite são dois.
O que eu te falava,
O que a vida buscava,
Foi cedo,
Não foi?
Dou-te meu mundo,
Nesta canção...
Há um reino fundo,
Chamado paixão.
Tua boca calada,
Do tempo salgada,
Sem nenhuma
Direção...
Cabia no peito,
A verdade,
E o direito,
De matar-me então.
Tenente é o tempo,
Marchando...
Numa fanfarra,
De fé sincronizada.
Sou flecha de Dia,
Atravessada da Noite,
Se me matou por cima,
Renasci-te hoje.
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