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domingo, 22 de setembro de 2019

ENSAIO – Armandão empadinhas

ENSAIO – Armandão empadinhas (Anderson Damasceno)

Em Marabá, o que não deve ser muito diferente doutras cidades do Brasil, é frequente a associação do nome feminino a empreendimentos do “ramo de comidas”. Quem sabe exista um nome técnico para isto, tipo, o nicho das guloseimas. Depois passo no Sebrae pra perguntar ao amigo Joseni. Contudo, o que se percebe é certa hegemonia em torno dos epítetos mulheris, quando o assunto é enricar seguindo a velha filosofia fisiológica do “A alegria vem das tripas”.

Vejamos, em Marabela, a maioria – talvez sua totalidade – sejam de microempresas que colocam nas fachadas de seus estabelecimentos os nomes femininos, linkados a algum qualificativo que venha sugerir, ou especificar, seu respectivo subgrupo do ramo alimentício. Entre os nomes que recordo agora, de cor, estão: Pérola Panificadora, Jô Cakes, Delícia da Tia Luh, Divina Sabores e segue o flow.

Falo tudo isso porque, há já um tempo aí, tem me ocorrido pensar: “Por que a gente nunca viu sequer uma dessas empresas que lucram na gastronomia com o título na fachada ou o nome fantasia do tipo ‘Armando’ ou ‘Armandão empadinhas?”. O que explica essa ausência?! Isso é no mínimo curioso! É como se vivêssemos numa verdadeira festa de Babette em solo cabelosequiano.

Pode ser que algum chatinho progressista venha problematizar, venha mobilizar seus estudos e todo seu arcabouço teórico-metodológico das profundezas analíticas, e seus saberes pierrebourdieurriânus, e a dominação masculina, e papapi-papapó só pra dizer que é herança do tôxico-machismo-patriarcal-burguês-misógino entranhado no inconsciente coletivo da sociedade contemporânea que oprime os incels e barreiriza ações afirmativas como o no-fap-september. Aff!

Mas, talkey! Vai que esses ideólogos estão certos. Nãaao!!! Só não vou é entrar no mérito dessa questão, pois seria perca de tempo. A ciência para essa gente já virou mero pretexto para suas ideologias faz tempo. Em resumo, seria pura paralaxe cognitiva que se ouviria desses inteligentinhos.

Mas, o que hora me vem aqui, em pensamento, para o desfecho de meu texto, são duas coisas. Uma é que, grazaDeus e ao capitalismo, essa gente (as empreendedoras ou empreendedores como citei nos exemplos iniciais) movimenta a economia de Marabá e são orgulho pra muitos. São coaches naturais com bons resultados financeiros. E, a outra...

A outra é... por que raios tem tanto nome de bar com nome de macho? Vocês são uns atrasos, cara!

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