Anderson Damasceno
Ontem (28), a psicóloga e analista de comportamento, Dra. Lanúzia
Lobo, atendeu ao convite do casal de pastores, Ronisteu e Rosilene Araújo, para
palestrar sobre questões em torno da prevenção e combate ao suicídio, tema este
que ganha relevo durante as ações do Setembro Amarelo. O encontro ocorreu no
prédio sede da Igreja do Evangelho Quadrangular, situado na Avenida Paraíso –
Bairro Independência (núcleo Cidade Nova), e recebeu centenas de jovens e
adultos.
O evento foi gratuito e endereçado a todos que buscam
entendimento, capacitação, e buscam unir forças em favor da prevenção e auxílio
às pessoas, ou com sintomas depressivos, ou com inclinações ao suicídio.
Segundo Lanúzia Lobo, há fatores biológicos e culturais que desencadeiam
doenças relacionadas à mente humana.
“Nós temos uma condição pior, hoje em dia, que nos deixa
muito suscetíveis a certas patologias. Herdamos certos traços da biologia dos
nossos pais, sejam coisas externas ou internas. Além disso, há os fatores
culturais. Por exemplo, em aldeias indígenas, o suicídio é entendido de forma
diferente em relação à nossa sociedade”, considera.
Antes do encerramento, a pastora Daniela Garcia coordenou um
breve momento de perguntas e tiração
de dúvidas, entre o público e a dra. Lanúzia.
Leia mais sobre o conteúdo da palestra nos tópicos abaixo.
EXPERIMENTOS COM ANIMAIS
Ainda segundo a psicóloga, embora as experiências com
animais tenham sido proibidas e regulamentadas, os pesquisadores utilizaram,
anteriormente, experimentos com cachorros, ratos, entre outros, para averiguar
seus comportamentos e estímulos diante de situações estressantes.
“Os pesquisadores detectaram que pessoas que passam por
situações de vida incontroláveis como a perda de uma ou muitas pessoas da
família, ou passam por situações que não conseguem resolver, acabam mudando de
uma fase da vida para outra, por exemplo, da juventude à fase adulta, acreditando
que nunca vão poder fazer nada”, relata Lobo.
Contudo, a dra. Lanúzia esclareceu que a ciência descobriu
que era possível ajudar os pacientes a reagirem. “Há métodos específicos que a gente
faz dentro da psicologia a fim de ensinar os animais a terem determinado
comportamento, mesmo demorando muito tempo”, nota a psicoterapeuta, sugerindo
que é possível reorientar o ser humano para sair das condições em que acha que
não pode fazer nada.
PRECONCEITOS
Para a psicoterapeuta, a família e os amigos sempre podem
ajudar. Existem atitudes que contribuem no tratamento das pessoas que estão
sendo acompanhadas por profissionais. Ser sensível e não perder a chance de ajudar
é um importante passo, porém, cuidado com os preconceitos, ou seja, dar
opiniões sem entender do assunto.
“Não sei o porquê, muitas vezes, a gente se torna juiz das
pessoas. Acaba achando que é frescura e que querem só chamar a atenção. Os
preconceitos e esses julgamentos só fazem com que a gente se afaste da pessoa.
Então, essa oportunidade de acolher quem sofre é perdida. Toda vez que eu
começar julgando, inferiorizando o outro, não consigo mais ter empatia. Não
consigo me dar pela pessoa”, ressalta.
UMA “PALAVRA AMIGA” E
ESPIRITUALIDADE
Embora pareça fácil, dra. Lanúzia, enquanto analista de
comportamento, afirma que quem está de fora do problema alheio tem dificuldades
de tratar com respeito a dor do outro.
“Uma das coisas mais importantes na vida é ter uma palavra
gentil para dizer a todos. Ou seja, validar o que aquela pessoa está sentindo. Os
amigos podem ser francos e dizer: ‘Poxa, eu não sei o que está acontecendo com
você, mas eu estou vendo que você está diferente. Você deve estar realmente muito
triste. Deve estar sofrendo muito. Tem tantas coisas que você não está
conseguindo fazer, que antes você fazia’. É só isso gente. Esse pouquinho que
você diz pode servir como compreensão e acolhimento”, ensina.
Outra questão emblemática, apontada pela psicoterapeuta, tem
a ver com os ensinamentos nos Evangelhos, que narram e descrevem o quanto Jesus
Cristo, o Filho de Deus, conseguia socorrer as pessoas sobrecarregadas.
“Se olharmos para Jesus, veremos que com cada pecador passando
no caminho, Ele se importou. E, principalmente, Jesus sabia se aproximar dos
fracos. Sabia acolher e sabia validar o que a pessoa está sentindo”, defende.
Foi uma bênção.,
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