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quinta-feira, 12 de setembro de 2019

ENSAIO – Sábias palavras que já ouvi (Anderson Damasceno)

Sábias palavras que já ouvi ou "Um ensaio sobre o mal Dalrympleano".

Você não precisa fazer mal nenhum às pessoas para que elas desejem o teu mal. 
Não queria começar assim, mas essa me pareça uma das “top ten” entre as piores das piores verdades sobre a natureza humana. E mais, esse mal pode vir de qualquer lugar e a qualquer momento, pois não basta as pessoas praticarem o mal fortuito e desmotivado. Ele ainda é sorrateiro, imprevisível e quase que inevitável em todas as suas dimensões. 

Você negaria mais teus sorrisos às pessoas se soubesse o que elas realmente pensam de você.  
É o velho tapinhas nas costas que recebemos das pessoas falsas. Na maioria das vezes a gente não sabe de quem são as mãos. Mas sempre dói quando a apunhalada vem. O sorriso inocente é a paráfrase dos inaptos a viver na sociedade líquida. Quem finge gostar de mim não merece nem o sorriso, de fato, alegre, o que dizer então do inocente. O sorriso puro, gratuito e desinteressado é filho genuíno da grávida felicidade, todo dia prenhe em nossa alma. 

As pessoas dizem que gostam de ver seus amigos bem, mas nunca melhor do que elas. 
É educado e nobre falar que quer ver os amigos tendo sucesso e conquistando sonhos. Só que quando os dados materiais mostram isso na frente e de perto, outra parte da natureza humana se manifesta. A inveja, que traz por companheiras mesquinhez, repugnância e cólera. Mesquinho por causa da baixeza que vem da incapacidade da pessoa se contentar com a felicidade alheia, inda que verbalize querê-la. Repugnância porque no fundo também sente que da fortuna e do êxito alcançados o amigo não é digno. Cólera, por odiar Deus ou o destino, como se estes fossem os únicos culpados por não trouxerem o sucesso para a pessoa digna certa! 

Quer você realize o bem ou não, você sempre será julgado ou criticado pelo que faz. 
Se ajuda, é bobo. Se não, individualista. Se resolve de graça, é babão. Se não, interesseiro porco capitalista. Quando assiste, “tem coisa ai, em?!”. Quando não, “que falta de amor ao próximo”. Quando compra, quer agradar. Quando não compra, é mal. Caso queira, está se beneficiando. Caso não, não tem filantropia. Enfim, é a perfeito filosofia que pariu a razão do misantropo.  

Eu não saberia o que fazer se eu estivesse no seu lugar. 
Não ter resposta pra tudo, para solucionar todas e tantas que sejam as infindas situações e dramas humanos, muita vez, é o mais saudável. Isso pode ser a atitude mais nobre: reconhecer o silêncio do não conselho. O limite da responsabilidade para com o outro que eu me preocupo. 

A humanidade não existe. 
Jesus mandou amar o próximo e não a humanidade. Fazer o bem ao necessitado que está mais perto resolveria muitos dos problemas que acontecem para os dois lados. Melhor IDH e menos terapia aos vazios, ricaços ou não. Se todos que tem muita ou pouca condição cuidasse da danosa vida que acomete quem está perto, o “Se eu pudesse seria extinto”.

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