De início, a situação exposta a seguir foi que suscitou o título dessa postagem no Olhar do Alto. Estamos realmente preocupados com quem dirige embriagado. Muito mais que o ENEM. De fato, nosso alarde é com as possíveis vítimas de quem está bêbado e na direção de um veículo. Acompanhe. Uma amiga compartilhou hoje - via WhatsApp - a seguinte informação: "Este final de semana , sexta e sabado a noite, blitz grande em todas as vias para treinamento dos PMs. Avise para nao beberem e dirigir! Será uma mega operação para integrar mais de 500 PMs na tropa. Repassem!!!" Minha reação foi imediata. Esse tipo de alerta não me possui valor moral e politicamente correto. E olha que não sou desses que acolhem qualquer preceito da "Praga PC", como diria Pondé. Enfim, a minha resposta que coloco aqui como não somente sendo a opinião do blog, mas uma abertura a reflexão. Inclusive, aguardando idéias contrárias. A resposta está transcrita abaixo. "Vou repassar nada! Quero que sejam pegos tudim. Quem beber e dirigir merece é cadeia. Eles tem obrigação de não beberem. Repassar é ajudar uma cambada de gente leviana. Marabá só vai melhorar quando o povo criar vergonha na cara e parar de fazer as coisas erradas por medo... E, sim, fazer o certo como cidadãos porque respeitam a vida. E reconhecem as leis de trânsito. Pega geral Geral DMTU e PM! Mete essa cambada na linha. Multa neles! E eu tiro foto pro jornal!" Peço que entendam nosso repúdio ao costume ainda tão presente em nossa sociedade. As pessoas são respeitadas aqui, inclusive os que cometem esse "delito". No entanto, não concordamos com essas práticas nocivas, que mais dão aos condutores irresponsáveis características de primatas de calça, como diria C.S. Lewis.
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Boca do Inferno – Um século em um verso
Os amantes do poeta e
fidalgo português, Gregório de Matos e Guerra – como eu sou – sentem imenso
desconforto ao ler os apontamentos que o jornalista, Leandro Narloch, faz no seu
livro ícone Guia politicamente incorreto
da história do Brasil. Aquele artista nos legou grandes pérolas da arte barroca,
que muito nos ajudam a compreender o que foi o século 17 no Brasil,
especialmente na Bahia, e, sem dúvidas, grande parte da centúria seguinte.
Dificilmente um estudioso
não confere ao poeta o título de herói popular e ícone da Baianidade, coisa que
Narloch também nota.
Num dos artigos, intitulado
“Gregório de Matos era um dedo-duro”, Narloch não nos fere ao citar que as
críticas e sátiras que o poeta barroco tecia, destinadas às personalidades
políticas e líderes daquele período, fossem sua marca registrada. Daí o apelido
“Boca do Inferno”.
Ferimo-nos por criar uma
imagem errada do poeta. Errada até nos depararmos com verdades da época.
Afinal, como poderia um
leitor que deu boas gargalhadas ao ler os sonetos gregorianos ricos em sátiras,
ou se afeiçoou aos versos de erotismo barroco, aceitar que muito do que
acreditamos ser de autoria dele, na verdade, pode não passar de mexericos?
Algumas fofocas podiam até causar a morte de gente inocente. Duas vezes
malditos poemas “volantes”.
Contudo, meu objetivo
aqui é, ignorando tudo isso dito acima, mostrar que arte manifesta a história
de forma condensada. Todavia, ela pode conter mais fatos da realidade do que os
fáceis livros didáticos que encontramos nas escolas brasileiras.
Para provar isso, quero
mostrar dois textos que, em síntese, demonstram que o nosso Brasil é um país
sempre vítima, desde muito muito tempo saqueado e capaz de enriquecer muitos
países “capetalistas”. Isso não significa que o regime socialista seja menos sordido
quando o papo é o capital... kkk!!!
O primeiro é um soneto
que compõem a coletânea de poemas satíricos que a Editora Martin Claret reuniu,
assinados por Gregório de Matos e Guerra. O segundo faz parte do célebre livro As veias abertas da América Latina, de
Eduardo Galeano – um pensador uruguaio que dispensa qualquer comentário.
Especialmente o de que, se eu o leio, de modo algum, em tudo o creio... kkk!!!
Mas, como o fato relevante é a questão entre Arte e Realidade, dou a ele o
crédito de que vale a pena ser conferido.
Saquem só como um único
verso pode representar todo um período cuja estrutura política e econômica fica
nuazinha. Infelizmente, nós a desnudamos mas quem ficou na vergonha foi... sim,
sim, isso aí, toda a Baianidade. Brinco! Lascou foi todo o país mesmo. (P>S>
Claro que é válida a leitura integral, senão tudo que pretendemos notar aqui
vai pros ares. Sem priguicinha de ler, meu povo!!!)
Comecemos pelo poema do
Boca do Inferno. Depois da leitura, clique no link que leva ao texto de Eduardo
Galeano, o qual vai revelar um Brasil sendo saqueado por gente de sangue azul, mesquinha
e abestalhada. Assim, verificamos como o Brasil, não só a Bahia ou Minas Gerais,
conforme se verá, e sim, o quanto ficou comprometido o nosso desenvolvimento macro.
Ainda hoje amargamos tal atraso. E, como a história tem o mal costume de se
repetir, não estaria Marabá sendo sugada do mesmo jeitinho infame? “Existe um
vale podre no Reino da Dinamarca!”
À CIDADE DA BAHIA
Triste Bahia! Ó quão
dessemelhante
Estás e estou do nosso
antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a
mi empenhado,
Rica te vi eu já, tu a
mi abundante.
A ti trocou-te a máquina
mercante
Que em tua larga barra
tem entrado
A mim foi-me trocando, e
tem trocado,
Tanto negócio e tanto
negociante.
Deste em dar tanto
açúcar excelente
Pelas drogas inúteis,
que abelhuda
Oh se quisera Deus, que
de repente
Um dia amanheceras tão
sisuda
Que fôra de algodão o
teu capote!
Você pode pular a
leitura deste segundo soneto. Está aqui só para pintar um pouco mais o contexto
sócio cultural ao qual nos referimos sendo manifesto na arte.
À CIDADE DA BAHIA
A cada canto um grande
conselheiro
Que nos quer governar
cabana e vinha;
Não sabem governar sua
cozinha
E podem governar o mundo
inteiro.
Em cada porta um bem
freqüente olheiro
Que a vida do vizinho e
da vizinha
Pesquisa, escuta,
espreita e esquadrinha
Para o levar à praça e
ao terreiro.
Muitos mulatos
desavergonhados,
Trazidos sob os pés os
homens nobres,
Posta nas palmas toda a
picardia,
Estupendas usuras nos
mercados,
Todos os que não furtam
muito pobres:
E eis aqui a cidade da
Bahia.
Contribuição do ouro do Brasil para o progresso da Inglaterra - As veias abertas da América Latina (Eduardo Galeano - p. 83)
O ouro começara a fluir no preciso momento em que
Portugal assinava com a Inglaterra o Tratado de Methuen, em 1703. Tal tratado
foi a coroação de uma longa série de privilégios conseguidos pelos comerciantes
britânicos em Portugal. Em troca de algumas vantagens para seus vinhos no
mercado inglês, Portugal abria seu próprio mercado e o de suas colônias às manufaturas
britânicas. Por causa do desnível do desenvolvimento industrial já então
existente, a medida implicava para as manufaturas locais uma condenação à
ruína. Não era com vinho que seriam pago os tecidos ingleses, mas com ouro, o
ouro do Brasil, e pelo caminho restariam paralíticos os teares de Portugal.
Portugal não se limitou a matar no ovo sua própria indústria: de passagem,
aniquilou também os germes de qualquer tipo de desenvolvimento manufatureiro no
Brasil. O reino proibiu o funcionamento de refinarias de açúcar em 1715; em
1729, criminalizou a abertura de novas vias de comunicação na região mineira;
em 1785, ordenou que fossem incendiados os teares e as fiações do Brasil.
Inglaterra e Holanda, campeãs do contrabando do ouro e de
escravos, que amealharam grandes fortunas no tráfico ilegal de carne negra, por meios ilícitos
apossaram-se, segundo se estima, de mais da metade do metal que correspondia ao
imposto do “quinto real” que, no Brasil, era recebido pela coroa portuguesa.
Mas a Inglaterra não recorria somente ao comércio proibido para canalizar o
ouro brasileiro na direção de Londres. As vias legais também lhe pertenciam. O
auge do ouro, que implicou o fluxo de grandes contingentes populacionais
portugueses para Minas Gerais, estimulou fortemente a demanda colonial de
produtos industriais e, ao mesmo tempo, proporcionou os meios de pagá-los. Do
mesmo modo que a prata de Potosí rebotava no solo espanhol, o ouro de Minas
Gerais apenas transitava em Portugal. A metrópole se transformou em simples intermediária.
Em 1755, o marquês de Pombal, primeiro-ministro português, tentou a
ressurreição de uma política protecionista, mas já era tarde: denunciou que os
ingleses tinham conquistado Portugal sem os inconvenientes de uma conquista,
que abasteciam duas terças partes de suas necessidades e que os agentes
britânicos eram os donos da totalidades do comércio português. Portugal não
produzia praticamente nada, e tão fictícia era a riqueza do ouro que até os
escravos negros que trabalhavam nas minas da colônia eram vestidos pelos
ingleses (MANCHESTER, Allan K. Bristish
Preeminence in Brazil: Its Rise and Fall. Chapel Hill, North Carolina,
1933).
Celso Furtado fez notar que a Inglaterra, seguindo uma
política clarividente em matéria de desenvolvimento industrial, utilizou o ouro
do Brasil para pagar importações essenciais que fazia em outros países, e assim
pôde concentrar seus investimentos no setor manufatureiro. Rápidas e eficazes
inovações tecnológicas puderam ser aplicadas graças a essa gentileza histórica
de Portugal. O centro financeiro da Europa se deslocou de Amsterdam para
Londres. Segundo fontes britânicas, as
entradas de ouro brasileiro em Londres alcançavam 50 mil libras semanais em
alguns períodos. Sem essa tremenda acumulação de reservas metálicas, a
Inglaterra, posteriormente, não teria conseguido enfrentar Napoleão.
No solo brasileiro nada restou do impulso dinâmico do
ouro, exceto as igrejas e as obras de arte. Em fins do século XVIII, embora
ainda não estivessem esgotados os diamantes, o país estava prostrado. A receita
per capita dos 3 milhões de
brasileiros, segundo cálculo de Celso Furtado e nos termos do atual poder
aquisitivo, não supera os 50 dólares anuais, e este era o nível mais baixo de
todo o período colonial. Minas Gerais caiu verticalmente num abismo de
decadência em ruína. Incrivelmente, um autor brasileiro agradece o favor e
sustenta que o capital inglês que saiu de Minas Gerais “serviu à imensa rede
bancária que propiciou o comércio entre as nações e tornou possível levantar o
nível de vida dos povos dos povos capazes de progresso” (LIMA JUNIOR, op. cit.
O autor sente uma grande alegria pela “expansão do imperialismo colonizador,
que os ignorantes de hoje, movidos por seus mestres moscovitas, qualificam de
crime”). Condenados inflexivelmente à pobreza, em função do progresso alheio, os
povos mineiros “incapazes” se isolaram e tiveram de se resignar em arrancar
seus alimentos das pobres terras já despojadas de metais e pedras preciosas. A
agricultura de subsistência ocupou o lugar da economia mineira (SIMONSEN,
Roberto C. História econômica do
Brasil (1500-1820). São Paulo, 1962). Em nossos dias, os campos de Minas Gerais
são, como os do Nordeste, reinos de latifúndios e dos “coronéis de fazenda”,
impertérritos bastiões do atraso. A venda de trabalhadores mineiros às fazendas de outros estados é quase tão freqüente quanto
o tráfico de escravos de que os nordestinos padecem. Há pouco tempo, Franklin
de Oliveira percorreu Minas Gerais. Encontrou casas de pau a pique, pequenos
povoados sem água e sem luz, prostitutas com uma idade média de 13 anos na
estrada que vai ao vale do Jequitinhonha, loucos e famélicos à margem dos
caminhos. É o que ele conta em seu recente livro, A tragédia da renovação brasileira. Henri Gorceix disse, com razão,
que Minas Gerais tinha um coração de ouro num peito de ferro (RUAS, Eponina. Ouro Preto. Sua história, seus templos e monumentos.
Rio de Janeiro, 1950), mas a exploração de seu famoso quadrilátero ferrífero, em nossos dias, corre por conta de Hanna
Mining Co. e da Bethlehem Steel, associadas para tal fim: as jazidas foram
entregues em 1964, ao cabo de uma sinistra história. Em mãos estrangeiras, o
ferro não deixará nada além do que deixou o ouro.
Apenas a explosão do talento restou como lembrança da
vertigem do ouro, isto para não mencionar os buracos das escavações e as
pequenas cidades abandonadas. Portugal tampouco conseguiu resgatar outra força
criadora que não fosse a revolução estética.
O convento de Mafra, orgulho de D. João V, levantou Portugal da
decadência artística: em seus carrilhões de 37 sinos, em seus vasos e seus
candelabros de ouro maciço, ainda cintila o ouro de Minas Gerais. As igrejas de
Minas foram grandemente saqueadas e são raros os objetos sacros, de tamanho
portável, que nelas perduram, mas para sempre vão remanescer, alçadas sobre as
ruínas coloniais, as monumentais obras barrocas, frontispícios e os púlpitos,
os retábulos, as tribunas, as figuras humanas que desenhou, talhou ou esculpiu
Antônio Francisco Lisboa, o “Aleijadinho”, o genial filho de uma escrava e de
um artesão. Já agonizava o século XVIII quando o Aleijadinho começou a modelar
em pedra um conjunto de grandes figuras sagradas, ao pé do santuário de Bom
Jesus dos Matosinhos, em Congonhas do Campo. A euforia do ouro era coisa do
passado: a obra se chamava Os profetas,
mas já não havia nenhuma glória para profetizar. Toda a pompa e toda a alegria
tinham desaparecido e não havia lugar para nenhuma esperança. O testemunho
final, grandioso como um enterro para aquela fugaz civilização de ouro nascida
para morrer, foi legado aos séculos seguintes pelo artista mais talentoso de
toda a história do Brasil. O Aleijadinho, desfigurado e mutilado pela lepra,
realizou sua obra-prima amarrando o cinzel e o martelo às mãos sem dedos, e a
cada madrugada seguia para a sua oficina arrastando-se de joelhos.
A lenda assegura que na igreja de Nossa Senhora das
Mercês e Misericórdias, em Minas Gerais, os mineiros mortos ainda celebram
missa nas frias noites de chuva. Quando o sacerdote se volta no altar-mor,
erguendo as mãos para o céu, veem-se os ossos do seu rosto.
Filosofia da Arte - Uma experiência com Kant e os caminhos da Imaginação
Erica Mendes e Felipe Almeida em momento de reflexão |
Na
manhã desta quinta-feira (31), os estudantes que cursam o primeiro ano médio no
Colégio Adventista de Marabá (CAM) efetuaram a avaliação de Artes da 4ª Unidade
Letiva (UL), que aborda o capítulo 6, Espírito e Imaginação, do livro Introdução à Filosofia da Arte,
escrito pelo saudoso professor e filósofo paraense, Benedito Nunes. O texto
teórico serviu para análise e resolução de questões que envolvem poesias,
comentários de gosto artísticos e reflexões sobre a experiência estética.
Entre
as questões, havia tanto a poesia de Alberto Caeiro – heterônimo largamente
conhecido no campo literário, o qual foi criado pelo poeta português Fernando
Pessoa – e apontamentos do psicólogo João-Francisco Duarte Junior, autor da
obra didática O que é beleza?
A
prova foi realizada em dupla e envolvia questões de múltipla escolha que
relacionam textos críticos e obras artísticas. Erica
Mendes e o colega de classe, Felipe Almeida, usufruíram seu tempo de prova a
fim de alcançar o melhor desempenho. Outras duplas como a de João Pedro com
Amanda Santiago se dedicaram ao debato para solucionar satisfatoriamente cada
pergunta.
O
capítulo em questão trata das contribuições de Immanuel Kant para o pensamento
artístico. Nunes analisa especificamente noções do livro A Crítica da razão pura, que compõem a tríade de críticas que
aquele elaborou no século 18.
A
compreensão do problema do conhecimento, as diferenciações entre juízos estéticos
e teóricos, a atua da Imaginação relacionando Sensibilidade e Entendimento,
relação que produz o conhecimento objetivo ou os juízos do gosto.
Ferrovia de Marabá - A caridade da Vale
Na Estação Ferroviária de Marabá, durante a tarde desta quinta feira (31), bem antes das 16h algumas pessoas já aguardavam o funcionamento para tirar passagens. Boa parte delas adiantavam para a viagem do dia seguinte.
No entanto, o sistema de compra e venda não colaborou muito com quem precisava apenas fazer uma simples aquisição de bilhetes de passagem.
O trem parte de Parauapebas, município no sudeste do Pará, três vezes por semana, às terças, sextas e domingos. É comum a população se programar para essa linha de viagem.
Hoje, apenas uma das cabines possuía alguém atendendo aos poucos clientes. Com esta situação esperava-se que o serviço fosse rapidamente efetuado.
Ainda nessa ocasião, ficou patente não só a demora, mas o desgostoso de quem passou mais de hora esperando em pé, afim de ser atendido. Um grupo de cinco pessoas passou cerca de 1h30 só para comprar a passagem ao lugar que se destinava.
Heider, motorista de uma empresa local, teve que ir várias vezes no terminal até conseguir adquirir sua passagem.
Às 17h30, finalmente a estudante Cristiane Silva conseguiu efetuar a compra das passagens de ida e volta ao Maranhão. Ela e a amiga, Gabriela Lima, também de Marabá, estarão participando do vestibular da Universidade Estadual do Maranhão, que ocorre neste fim de semana.
Pelos menos a volta está garantida. Sem demora desta vez, a não ser o imposto do ritmo dos trilhos.
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