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domingo, 3 de novembro de 2013

Ginásio Ozorinho, Marabá vence Copa de Basquetebol

  
Seleção de Marabá leva o título batendo time de Açailândia (MA) por 69 a 66

Na manhã de hoje (3), os jogos da rodada final da 1ª Copa Intermunicipal de Basquetebol foram realizados no Ginásio Ozorinho, localizado ao longo da Avenida Antônio Maia, no Bairro Marabá Pioneira. Marabá sediou as partidas de basquete que reuniu, além da seleção local, times de Rondon do Pará, Imperatriz e Açailândia, do Maranhão. 
Ainda no domingo, os times de Imperatriz (MA) e Rondon do Pará se enfrentaram pela terceira colocação. Imperatriz acabou levando a melhor, alcançado um placar de 55 pontos contra 32 do adversário. 
Heriomar Pereira, secretário adjunto da Semel, conversa
 com representantes das cidades que trouxeram times
Segundo o secretário adjunto da Semel (Secretaria Municipal de Esporte e Lazer), Heriomar Pereira, esse evento já representa um grande avanço para a linha do basquetebol. Além da seleção de Marabá, participaram mais dois times de Açailândia, um de Imperatriz e um de Rondon.
Uma das turmas que cursam a graduação em Educação Física, pela Faculdade Metropolitana de Marabá, assistiu a manhã de jogos. Como torcedores e estudantes do esporte, a arquibancada ganhou um duplo ar para o grupo.  
O time de Marabá jogou em seguida contra uma das seleções de Açailândia. Esta cidade veio com dois times. 
Graduandos em Educação Física, pela Faculdade
Metropolitana de Marabá, assistem a manhã de jogos
Desde o início do jogo, o time casa abriu vantagem com mais de cinco pontos na frente. O placar foi mantido com tranquilidade, durante a maior parte do jogo. 
Marabá levou o título fechando o placar com 69 a 66. 
De acordo com Itamar Chaves, também do departamento de desporto da Semel, os jogadores tiveram bom desempenho, o que contribuiu para essa vitória. 



Final da 3º Copa Rebeca Silva no Parque São Jorge


Time faz pose tradicional curtindo a vitória

Elson fez o terceiro gol definindo o jogo
A partida final da 3ª Copa Rebeca Silva ocorreu na manhã de hoje, domingo (3), no campo de futebol do Parque São Jorge situado no Bairro Novo Planalto, entre os times Saraiva e Transamérica. O campeonato foi organizado pela ADBL - Associação dos Desportistas do Bairro Liberdade - que tem entre seus colaboradores Celzamar de Oliveira, conhecido como Incansável Zim. 
A partida contou com numeroso público que tomou conta da arquibancada. Entre as autoridades e personalidades públicas que prestigiaram o jogo final estavam os vereadores Adelmo do sindicato, Pedro Souza  e Pedro Correia, o secretário adjunto da Semel - Secretaria Municipal de Esporte e Lazer,  Heriomar Pereira.
O time do Transamerica disputou o título com Saraiva de forma acirrada. Terminou em 1x1 o primeiro tempo de jogo, contudo, alguns espectadores comentavam que o time de amarelo (Saraiva) estava demonstrando mais jogabilidade e feito mais ataques.
No segundo tempo, o número 10 do time amarelo foi expulso por entrada violenta na disputa de bola. Finalmente uma vantagem significativa ia ajudar o Transamérica.
Porém, nem jogando com um a mais a pressão mudou direção. 
Vereador Adelmo torceu pro Transamérica, mas não foi feliz 
Thiago fez o segundo gol para o Saraiva, poucos minutos da expulsão do amigo de campo. Com isso garantiu mais tranquilidade pro time. 
O camisa 19 do Saraiva, Elson, fez o terceiro já nos últimos minutos, o que fez grande parte dos torcedores invadirem o campo na intenção de comemorar.
Marcio Alves, técnico do Saraiva, largamente conhecido por Mixirica, reuniu os jogadores para oração em agradecimento a Deus pela conquista do título.

Zim destaca os colaboradores da copa em agradecimento


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Quem ingere bebida alcoólica e dirige merece cadeia?

De início, a situação exposta a seguir foi que suscitou o título dessa postagem no Olhar do Alto. Estamos realmente preocupados com quem dirige embriagado. Muito mais que o ENEM. De fato, nosso alarde é com as possíveis vítimas de quem está bêbado e na direção de um veículo. Acompanhe. Uma amiga compartilhou hoje - via WhatsApp - a seguinte informação: "Este final de semana , sexta e sabado a noite, blitz grande em todas as vias para treinamento dos PMs. Avise para nao beberem e dirigir! Será uma mega operação para integrar mais de 500 PMs na tropa. Repassem!!!" Minha reação foi imediata. Esse tipo de alerta não me possui valor moral e politicamente correto. E olha que não sou desses que acolhem qualquer preceito da "Praga PC", como diria Pondé. Enfim, a minha resposta que coloco aqui como não somente sendo a opinião do blog, mas uma abertura a reflexão. Inclusive, aguardando idéias contrárias. A resposta está transcrita abaixo. "Vou repassar nada! Quero que sejam pegos tudim. Quem beber e dirigir merece é cadeia. Eles tem obrigação de não beberem. Repassar é ajudar uma cambada de gente leviana. Marabá só vai melhorar quando o povo criar vergonha na cara e parar de fazer as coisas erradas por medo... E, sim, fazer o certo como cidadãos porque respeitam a vida. E reconhecem as leis de trânsito. Pega geral Geral DMTU e PM! Mete essa cambada na linha. Multa neles! E eu tiro foto pro jornal!" Peço que entendam nosso repúdio ao costume ainda tão presente em nossa sociedade. As pessoas são respeitadas aqui, inclusive os que cometem esse "delito". No entanto, não concordamos com essas práticas nocivas, que mais dão aos condutores irresponsáveis características de primatas de calça, como diria C.S. Lewis.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Boca do Inferno – Um século em um verso

Os amantes do poeta e fidalgo português, Gregório de Matos e Guerra – como eu sou – sentem imenso desconforto ao ler os apontamentos que o jornalista, Leandro Narloch, faz no seu livro ícone Guia politicamente incorreto da história do Brasil. Aquele artista nos legou grandes pérolas da arte barroca, que muito nos ajudam a compreender o que foi o século 17 no Brasil, especialmente na Bahia, e, sem dúvidas, grande parte da centúria seguinte.  
Dificilmente um estudioso não confere ao poeta o título de herói popular e ícone da Baianidade, coisa que Narloch também nota.
Num dos artigos, intitulado “Gregório de Matos era um dedo-duro”, Narloch não nos fere ao citar que as críticas e sátiras que o poeta barroco tecia, destinadas às personalidades políticas e líderes daquele período, fossem sua marca registrada. Daí o apelido “Boca do Inferno”.
Ferimo-nos por criar uma imagem errada do poeta. Errada até nos depararmos com verdades da época.
Afinal, como poderia um leitor que deu boas gargalhadas ao ler os sonetos gregorianos ricos em sátiras, ou se afeiçoou aos versos de erotismo barroco, aceitar que muito do que acreditamos ser de autoria dele, na verdade, pode não passar de mexericos? Algumas fofocas podiam até causar a morte de gente inocente. Duas vezes malditos poemas “volantes”.
Contudo, meu objetivo aqui é, ignorando tudo isso dito acima, mostrar que arte manifesta a história de forma condensada. Todavia, ela pode conter mais fatos da realidade do que os fáceis livros didáticos que encontramos nas escolas brasileiras.
Para provar isso, quero mostrar dois textos que, em síntese, demonstram que o nosso Brasil é um país sempre vítima, desde muito muito tempo saqueado e capaz de enriquecer muitos países “capetalistas”. Isso não significa que o regime socialista seja menos sordido quando o papo é o capital... kkk!!!
O primeiro é um soneto que compõem a coletânea de poemas satíricos que a Editora Martin Claret reuniu, assinados por Gregório de Matos e Guerra. O segundo faz parte do célebre livro As veias abertas da América Latina, de Eduardo Galeano – um pensador uruguaio que dispensa qualquer comentário. Especialmente o de que, se eu o leio, de modo algum, em tudo o creio... kkk!!! Mas, como o fato relevante é a questão entre Arte e Realidade, dou a ele o crédito de que vale a pena ser conferido.  
Saquem só como um único verso pode representar todo um período cuja estrutura política e econômica fica nuazinha. Infelizmente, nós a desnudamos mas quem ficou na vergonha foi... sim, sim, isso aí, toda a Baianidade. Brinco! Lascou foi todo o país mesmo. (P>S> Claro que é válida a leitura integral, senão tudo que pretendemos notar aqui vai pros ares. Sem priguicinha de ler, meu povo!!!)
Comecemos pelo poema do Boca do Inferno. Depois da leitura, clique no link que leva ao texto de Eduardo Galeano, o qual vai revelar um Brasil sendo saqueado por gente de sangue azul, mesquinha e abestalhada. Assim, verificamos como o Brasil, não só a Bahia ou Minas Gerais, conforme se verá, e sim, o quanto ficou comprometido o nosso desenvolvimento macro. Ainda hoje amargamos tal atraso. E, como a história tem o mal costume de se repetir, não estaria Marabá sendo sugada do mesmo jeitinho infame? “Existe um vale podre no Reino da Dinamarca!”

À CIDADE DA BAHIA
Triste Bahia! Ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mi abundante.

A ti trocou-te a máquina mercante
Que em tua larga barra tem entrado
A mim foi-me trocando, e tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.

Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda

Oh se quisera Deus, que de repente
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fôra de algodão o teu capote!

Você pode pular a leitura deste segundo soneto. Está aqui só para pintar um pouco mais o contexto sócio cultural ao qual nos referimos sendo manifesto na arte.  
À CIDADE DA BAHIA
A cada canto um grande conselheiro
Que nos quer governar cabana e vinha;
Não sabem governar sua cozinha
E podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um bem freqüente olheiro
Que a vida do vizinho e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha
Para o levar à praça e ao terreiro.

Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos sob os pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda a picardia,

Estupendas usuras nos mercados,
Todos os que não furtam muito pobres:
E eis aqui a cidade da Bahia.




Contribuição do ouro do Brasil para o progresso da Inglaterra - As veias abertas da América Latina (Eduardo Galeano - p. 83)



             O ouro começara a fluir no preciso momento em que Portugal assinava com a Inglaterra o Tratado de Methuen, em 1703. Tal tratado foi a coroação de uma longa série de privilégios conseguidos pelos comerciantes britânicos em Portugal. Em troca de algumas vantagens para seus vinhos no mercado inglês, Portugal abria seu próprio mercado e o de suas colônias às manufaturas britânicas. Por causa do desnível do desenvolvimento industrial já então existente, a medida implicava para as manufaturas locais uma condenação à ruína. Não era com vinho que seriam pago os tecidos ingleses, mas com ouro, o ouro do Brasil, e pelo caminho restariam paralíticos os teares de Portugal. Portugal não se limitou a matar no ovo sua própria indústria: de passagem, aniquilou também os germes de qualquer tipo de desenvolvimento manufatureiro no Brasil. O reino proibiu o funcionamento de refinarias de açúcar em 1715; em 1729, criminalizou a abertura de novas vias de comunicação na região mineira; em 1785, ordenou que fossem incendiados os teares e as fiações do Brasil.
            Inglaterra e Holanda, campeãs do contrabando do ouro e de escravos, que amealharam grandes fortunas no tráfico ilegal de carne negra, por meios ilícitos apossaram-se, segundo se estima, de mais da metade do metal que correspondia ao imposto do “quinto real” que, no Brasil, era recebido pela coroa portuguesa. Mas a Inglaterra não recorria somente ao comércio proibido para canalizar o ouro brasileiro na direção de Londres. As vias legais também lhe pertenciam. O auge do ouro, que implicou o fluxo de grandes contingentes populacionais portugueses para Minas Gerais, estimulou fortemente a demanda colonial de produtos industriais e, ao mesmo tempo, proporcionou os meios de pagá-los. Do mesmo modo que a prata de Potosí rebotava no solo espanhol, o ouro de Minas Gerais apenas transitava em Portugal. A metrópole se transformou em simples intermediária. Em 1755, o marquês de Pombal, primeiro-ministro português, tentou a ressurreição de uma política protecionista, mas já era tarde: denunciou que os ingleses tinham conquistado Portugal sem os inconvenientes de uma conquista, que abasteciam duas terças partes de suas necessidades e que os agentes britânicos eram os donos da totalidades do comércio português. Portugal não produzia praticamente nada, e tão fictícia era a riqueza do ouro que até os escravos negros que trabalhavam nas minas da colônia eram vestidos pelos ingleses (MANCHESTER, Allan K. Bristish Preeminence in Brazil: Its Rise and Fall. Chapel Hill, North Carolina, 1933).
            Celso Furtado fez notar que a Inglaterra, seguindo uma política clarividente em matéria de desenvolvimento industrial, utilizou o ouro do Brasil para pagar importações essenciais que fazia em outros países, e assim pôde concentrar seus investimentos no setor manufatureiro. Rápidas e eficazes inovações tecnológicas puderam ser aplicadas graças a essa gentileza histórica de Portugal. O centro financeiro da Europa se deslocou de Amsterdam para Londres. Segundo fontes britânicas, as entradas de ouro brasileiro em Londres alcançavam 50 mil libras semanais em alguns períodos. Sem essa tremenda acumulação de reservas metálicas, a Inglaterra, posteriormente, não teria conseguido enfrentar Napoleão.
            No solo brasileiro nada restou do impulso dinâmico do ouro, exceto as igrejas e as obras de arte. Em fins do século XVIII, embora ainda não estivessem esgotados os diamantes, o país estava prostrado. A receita per capita dos 3 milhões de brasileiros, segundo cálculo de Celso Furtado e nos termos do atual poder aquisitivo, não supera os 50 dólares anuais, e este era o nível mais baixo de todo o período colonial. Minas Gerais caiu verticalmente num abismo de decadência em ruína. Incrivelmente, um autor brasileiro agradece o favor e sustenta que o capital inglês que saiu de Minas Gerais “serviu à imensa rede bancária que propiciou o comércio entre as nações e tornou possível levantar o nível de vida dos povos dos povos capazes de progresso” (LIMA JUNIOR, op. cit. O autor sente uma grande alegria pela “expansão do imperialismo colonizador, que os ignorantes de hoje, movidos por seus mestres moscovitas, qualificam de crime”). Condenados inflexivelmente à pobreza, em função do progresso alheio, os povos mineiros “incapazes” se isolaram e tiveram de se resignar em arrancar seus alimentos das pobres terras já despojadas de metais e pedras preciosas. A agricultura de subsistência ocupou o lugar da economia mineira (SIMONSEN, Roberto C. História econômica do Brasil (1500-1820). São Paulo, 1962). Em nossos dias, os campos de Minas Gerais são, como os do Nordeste, reinos de latifúndios e dos “coronéis de fazenda”, impertérritos bastiões do atraso. A venda de trabalhadores mineiros às fazendas de outros estados é quase tão freqüente quanto o tráfico de escravos de que os nordestinos padecem. Há pouco tempo, Franklin de Oliveira percorreu Minas Gerais. Encontrou casas de pau a pique, pequenos povoados sem água e sem luz, prostitutas com uma idade média de 13 anos na estrada que vai ao vale do Jequitinhonha, loucos e famélicos à margem dos caminhos. É o que ele conta em seu recente livro, A tragédia da renovação brasileira. Henri Gorceix disse, com razão, que Minas Gerais tinha um coração de ouro num peito de ferro (RUAS, Eponina. Ouro Preto. Sua história, seus templos e monumentos. Rio de Janeiro, 1950), mas a exploração de seu famoso quadrilátero ferrífero, em nossos dias, corre por conta de Hanna Mining Co. e da Bethlehem Steel, associadas para tal fim: as jazidas foram entregues em 1964, ao cabo de uma sinistra história. Em mãos estrangeiras, o ferro não deixará nada além do que deixou o ouro. 
            Apenas a explosão do talento restou como lembrança da vertigem do ouro, isto para não mencionar os buracos das escavações e as pequenas cidades abandonadas. Portugal tampouco conseguiu resgatar outra força criadora que não fosse a revolução estética.  O convento de Mafra, orgulho de D. João V, levantou Portugal da decadência artística: em seus carrilhões de 37 sinos, em seus vasos e seus candelabros de ouro maciço, ainda cintila o ouro de Minas Gerais. As igrejas de Minas foram grandemente saqueadas e são raros os objetos sacros, de tamanho portável, que nelas perduram, mas para sempre vão remanescer, alçadas sobre as ruínas coloniais, as monumentais obras barrocas, frontispícios e os púlpitos, os retábulos, as tribunas, as figuras humanas que desenhou, talhou ou esculpiu Antônio Francisco Lisboa, o “Aleijadinho”, o genial filho de uma escrava e de um artesão. Já agonizava o século XVIII quando o Aleijadinho começou a modelar em pedra um conjunto de grandes figuras sagradas, ao pé do santuário de Bom Jesus dos Matosinhos, em Congonhas do Campo. A euforia do ouro era coisa do passado: a obra se chamava Os profetas, mas já não havia nenhuma glória para profetizar. Toda a pompa e toda a alegria tinham desaparecido e não havia lugar para nenhuma esperança. O testemunho final, grandioso como um enterro para aquela fugaz civilização de ouro nascida para morrer, foi legado aos séculos seguintes pelo artista mais talentoso de toda a história do Brasil. O Aleijadinho, desfigurado e mutilado pela lepra, realizou sua obra-prima amarrando o cinzel e o martelo às mãos sem dedos, e a cada madrugada seguia para a sua oficina arrastando-se de joelhos.

            A lenda assegura que na igreja de Nossa Senhora das Mercês e Misericórdias, em Minas Gerais, os mineiros mortos ainda celebram missa nas frias noites de chuva. Quando o sacerdote se volta no altar-mor, erguendo as mãos para o céu, veem-se os ossos do seu rosto.