Deixar os livros de lado, mochilas escolares jogadas, tudo ao mofo... parecem atitudes comuns no início das férias. Afinal, o repouso integral chegou. Estudar cansa a mente e entorpece nossos gostos porque o dever vem em primeiro lugar. Temo-lo que cumprir!
Quisera eu acreditar nisso! Que tal repouso vem como a benesse pelo empenho de todos estudantes, de cada um que faz parte de qualquer contexto de estudo escolar.
Nada! O Brasil permanece a passos largos de ser formado por povo um tanto mais sábio, militante, pesquisador, leitor e ético.
Enfim, meu apelo nessas férias.
Reflitam sobre o que é ser aprendiz. Estudar é faculdade inata no homem, pena que a sociedade se entorpeceu com a moda, a música de nível indigente, a luxúria televisionada pra todas as gentes como se a vida fosse menos que o inferno aparente, sustentado pelo Sistema Totalitário Mercantil (STM). Ou, como tá poraí, vida de empreguete é a vontade de ser patroa - não importa quem fica pra trás.
Peço! Leiam bons livros. Sobretudo, a Bíblia Sagrada e .
sábado, 7 de julho de 2012
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Ananindeua, 29 de junho, às 21h
Às margens da capital do Estado está a cidade de
Ananindeua. Na verdade, chama-se de conurbação o termo geográfico adequado que
retrata a relação espacial dela com Belém. Isto é, quando duas cidades crescem
a ponto de seus limites territoriais se ligarem, devido a construção de casas,
prédios, que representam a expansão de bairros, estradas, enfim, produto do
desenvolvimento populacional.
Ou, seria um tipo de desenvolvimento rotulado por
aquela palavrona – melhor dizer palavrão –, que se constrói mais ou menos assim:
sócio-político-econômico? Sabe lá! Falar
claro, não está certo, mas tá claro certo?
Bem, esquecendo o palavreado acima, temos um porém
aqui. O retrato espacial desenha a caricatura do que é uma cidade, vizinha da
capital, vivendo “às margens” do desenvolvimento desta.
Em viagem que durou toda a semana passada, hospedado
no Centro Mariápolis que fica no município de Benevides, passei por situações
inéditas naquelas bandas. Naturalmente, por ser esta minha primeira excursão
por cidades que compõem a Grande Belém. Que coisa foi aquela? Passei por quatro
cidades, sendo conduzido no carro de um amigo, em menos de uma hora.
Assim, foram cenas inusitadas, algumas receosas,
cômicas e outras até agora sem uma classificação precisa de minha parte.
Obviamente, julgo todos os acontecimentos assim porque já estou afeito a
moradia em Marabá desde 2004.
Acostumei-me novamente a esta cidade, onde nasci no
ano de 1985. Acostumei-me às imagens que passais pela minha retina.
Poderia esboçar aqui o desconforto de coisas que
ocorreram dentro do shopping Castanheira, como ao perguntar pro guarda dentro
de uma mini agência do Banco do Brasil, se ali havia um caixa de auto-atendimento
e a única instrução recebida ser: “Espera na fila aí, que o cara vai te dar uma
senha”. Desisti. Espantei-me por ver que a poucos passos, pior, a cada andar
havia muitos.
Quero referir aqui pelos menos duas situações, que
ocorreram já no dia de voltar. Isso em Ananindeua, e guardar só comigo os
gracejos que fiz, um dia antes, ao perceber que no ponto de mototaxi em
Benevides há muitos capacetes, pendidos como roupas num varal. Eram quase todos
amarelinhos, postos em pregos à semelhança de cabides ao longo de toda a
madeira. Um ponto tipo choupana. Nenhum passageiro vai hesitar qual helmet usar.
Tirei fotos das duas, assim não dependo só do fio
da memória. Este danado gosta de brincar comigo, e, de quando em vez, volta e
meia, apronta-me cada uma.
Ambas sucederam na mesma noite, ambas em frente do
prédio da prefeitura de Ananindeua. Vou manter a ordem espacial e cronológica
delas, quem sabe assim agente faz aqui um déjà-vu.
Duas viaturas estacionaram na calçada com frente
esse prédio, seguidas por um guincho, digo, um desses caminhões reboque,
transporte de carros; e por uma combie, caracterizada com o nome DEMTRAN. Uma
viatura pertencia a Polícia Militar(PM), a outra à SEMTRAN.
Não pensem aqui que encasquetei com a diferença de
nomes entre a combie e a VTR, que se vi bem – e a fotos me permitem afirmar –
esta era numerada com 05. Não, não. Não foi por isso. A mim bastava ver o
nominativo TRAN para entender que era alguma coisa de órgão de trânsito.
Aqui mesmo há o DMTU e o Detran que fazem as vezes
compreender menos do que li no CTB – Código de Trânsito Brasileiro. Pra quê
encasquetar com isso então? Muitos menos depois de ficar me perguntando que
rodovia era aquela à minha frente, ou, se era mesmo rodovia. O tipo de coisa
que geralmente se resolve questionando com alguém que more por ali.
Daí, perdido em pensamentos com meus botões, dei
com os olhos numa placa que fica no meio, melhor, no matinho que fica entre as
calçadas que separam as duas pistas, uma que passa em frente da prefeitura e a
outra sendo a mão oposta. Sendo também o lugar de onde vi e fotografava a maior
parte do acontecido.
“Polícia Rodoviária Federal a 500 metros”.
Mais uma vez entrei no meu estado de epifania. “Ah!
Então não é rodovia. Casso fosse, é a PRF que viria resolver essa situação aqui.
Mas, por que aquela placa ali?”. Contudo, por reparar que havia uma rua
contígua a calçada própria da gestão municipal, fazendo curva à esquerda, desconclui tudo pra poder pensar: “Deve
se igual em Marabá, que DMTU fica às margens da rodovia (BR-230) pra multar.
Tipo assim, lá na entrada da Avenida Antônio Vilhena”.
Só que a situação era bem simples. O dono do carro
estacionado em frente a prefeitura se demorou ali, digo, em algum lugar. Rebocaram.
Isso é igual acontece se algum “doido” estacionar nas paradas de ônibus na via
principal do Bairro Cidade Nova. Pensando bem, doido é um juízo muito forte.
Isso aconteceria com qualquer condutor absorto, por causa de sabe lá o quê das
preocupações da vida, que cometa tal coisa.
A outra situação é mais simples ainda.
Se tem alguém que reclama da Rodoviária do Km 06,
precisa dá uma olhada no aglomerado de agências de transporte que ficam do
outro lado da rodovia – que eu imaginei a pouco que não fosse. Na mão oposta da
via como eu disse anteriormente.
As “casinhas” onde ficam os pontos das principais
agências que conhecemos aqui no sudeste do Pará, parecem aquelas “acomodações”
provisórias que o MST faz quando invade/ocupa algum órgão público, só o
material é que muda; ou, bancas em que se vendem comidas típicas nas festas
juninas.
domingo, 24 de junho de 2012
Se eu fosse amigo do Neymar...
Como seria se o Neymar fosse meu amigo?
O cara é tão conhecido que se quer há a necessidade de referendá-lo como, o
jogador Neymar, do time de futebol Santos, lembra? Agora, tente fazer isso com meu nome por aí. A pergunta imediata seria: “Que Anderson?...” Você está rindo,
né? Tb ñ precisa avacalhar! Alguém mais sensato explicando diria: “É o poder da
mídia”; já uma tiete: “Ele é o cara!”, e, um santista, todo torcedor sabe...
Amenidades.
Eu não digo assim amigo, tipo, de
conhecido só, ou, porque tivesse alguém da família dele que fosse mais íntima
de mim. Nem eu como parente dele, entende? Tô imaginando só como amigo,
chegado! Ok? “Tendeu”? Pois bem, creio que a maioria das pessoas, por causa da
atual fase na carreira desse camarada, ia me julgar privilegiado. E abusar de
mim um pouquinho, tipo, “Mano, me arruma um autógrafo dele ou uma camisa, um chiclete
mastigado, o pente...” Arre, chega! Que tristuras...
Mas,
e eu? Como eu me veria?
Preocupado
e um tanto esperançoso. Afinal, sou cristão e sei que futebol não salva a alma
de ninguém. Pior, sei que esse esporte é uma deidade no meu país – e não apenas
nele –, uma deidade tão maligna que ilude bem quem a vê como fonte da
felicidade. Bullshit!
Veria que seria preciso aproveitar
qualquer oportunidade pra revelar-lhe o amor de Jesus. Pregar? Sim, pregar...
anunciar o evangelho, de modo que Jesus Cristo se tornasse mais que uma fitinha
amarrada na cabeça dele.
Enfim,
estaria eu agindo verdadeiramente como amigo. Realmente a palavra amizade não
seria um discurso vazio, porque, quem é amigo de Deus Pai, faz assim. E bem
feito!
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Nas mãos do diabo (...)
“Nas
mãos do diabo da lei!”, esta expressão existe e o estranhamento que ela causa,
se dá em parte, pelo fato de a ideia mais comum de lei ser ligada ao senso do
bem comum. Se algo é lei, é para o bem de todos, não é mesmo? Mas, desta vez, o
incomum vem ao caso, detalhe, com um jugo nada suave.
Um
amigo caiu nas maléficas mãos – vale dizer com obviedade que é um amigo meu – e
entendo que em algum momento quis ele se auto indagar: “Meu Deus! Que diabos de
lei é essa?
A
situação é a seguinte. Ele, no papel de empregador, estava tentando manter um
estabelecimento de trabalho, assegurado pelo alvará de funcionamento, em um
ponto bem movimentado num dos bairros periféricos de Marabá. Conseguiu dar um
ritmo de trabalho nos últimos meses, uns 4 ou cinco desde que adquiriu o ponto,
e, por certo, esperava alavancar ainda mais o negócio.
Então,
cadê as mãos do diabo nisso? Está na injustidade
do direito trabalhista, precisamente, na interpretação que nossos magistrados
fazem dele.
Ou
seja, adiantando a segunda obviedade, o rigor das leis trabalhistas foi o
buraco da queda. Nesse caso, o tal rigor não tem nada de angelical.
Isso
porque a maior parte da mão de obra empregada no local era formada por rapazes
na menoridade. 15, 16 e 17 anos. Apenas um com mais de 18. A multa que recebeu
por operar nessas condições o fará fechar as portas, algo na casa dos R$ 10.000,00.
E já está se vendo obrigado a isso.
Antes
de qualquer juízo contra mim, juízo hostil, vejo necessário terminar esta
palestra sendo bem ouvido, lido e compreendido. Afinal, se pararmos por aqui,
tudo indica que sou a favor a exploração do trabalho infanto-juvenil.
E
foi simples assim: servidores da Justiça do Trabalho e do Ministério Público, numa data inesperada, chegaram ao local e se depararam com a má
dita cena dos juvenis. Todos no lava a jato efetuando o ofício. Não poucos
veículos havia ali.
Resultado,
crime contra o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ou, contra os
Direitos Humanos, dá no mesmo.
Assim,
segundo espera a justiça trabalhista, ele, até então otimista e dono, deverá
arcar com multas e indenizações para com a família dos mancebos ali. Poderá
pagar os menores que foram, na ótica do direito trabalhista, explorados, do
jeito que ele tiver. E tudo indica que não há outro possível que não seja a
venda do popular lava a jato.
Alguém
pode aqui me corrigir defendendo que não tem nada de errado, afinal, a lei deve
punir todo tipo de exploração imposta ou induzida aos infantes. Sobretudo,
aquela mais comum, o abuso da força de trabalho que eles têm.
Agora,
é imparcial e definitivo assim: qualquer adolescente exercendo um trabalho é
exploração? Bem, sabemos que hoje há uma concessão entre o governo e as
empresas quanto a condição de menor aprendiz. Só que isso ocorre em empresas
grandes.
Como fica, então, as pessoas que começam do
zero e não possuem uma empresa capaz de dar esse amparo aos jovens? Ser patrão
é coisa de rico mesmo, ham?
Será
que algum dia passado essas macro empresas não usufruíram dos nossos avós
quando adolescentes? E não estou falando
de trabalho de risco ou degradante. Estes nem adulto merece.
Todos
os pais e mães cientes de que seus filhos trabalham antes do que a lei preconiza
são bem abastados? Aceitam só porque acreditam piamente que o trabalho
dignifica o homem exclusivamente?
Não
sou contra a aplicação da lei que protege as crianças e adolescentes de
qualquer tipo de exploração.
Sou
avesso a problemas que foram deixados de fora.
Um
deles. Sou contra o uso dos bodes expiatórios. Isto é, este empregador, um
passo atrás do que seria uma microempresa, foi pesado com um rigor exacerbado –
como se tivesse punindo todos os empregadores que possuem jovens nessas
condições.
Outro.
A maior parte, senão a totalidade, dos jovens na menoridade em busca de
dinheiro se encontra assim porque não são amparados por políticas públicas.
Nunca vi adolescente da classe A e B trabalhando irregularmente em níveis de
trabalho similares ao exposto aqui. Picolé, chope, vídeo-game...
O
pior. Nossa sociedade não reconhece o valor elementar do tempo escolar. Não há
de fato uma relação harmoniosa entre estudo, trabalho e esporte para se
alcançar condições dignas de vida. Nossa política capital faz delas
alternativas quase independentes.
Se
neste caso, os jovens encontrados não podiam atuar em nada mais que o estudo
escolar, até que chegue o tempo certo para se empregarem, a escola pagaria para
que eles estudassem. Absurdo? Não... Hipocrisia e indiferença dos governantes.
Resguardo
a identidade do proprietário, porém, sabemos que não são poucos os casos
parecidos com esse em Marabá. E cada um deve ser avaliado conforme as variantes
que existem em cada um.
Erradicar
o trabalho infantil com medidas indiferentes e homogêneas não dá conta da atual
realidade. Algumas medidas rígidas e imediatas não possuem a extensão e o
amparo para dar conta de resolver realmente o problema de cada um.
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