NACIONAL ENERGY

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

VAMOS CASAR...

VAMOS CASAR...

Até que a morte nos rasgue!

Será se você está preparado para ser a pessoa mais importante na vida de outra?

Você se acha capaz de corresponder a isso?

Você ao menos se importa ou dar valor a isso?

Você entende o que significa se tornar a pessoa mais valiosa para o coração de alguém?

Você está disposto a ocupar esse lugar de tamanhudo valor? 

Ou vai encarar tudo isso como uma simples aventura?

Você tem ciência do quanto é prejudicial se aventurar nos sentimentos alheios?

As pessoas que brincam de casamento podem colocar em risco toda a história, toda a vida de alguém completamente inocente.

Como podemos classificar a maldade de um homem ou de uma mulher que, conscientemente, brincou com os sentimentos de alguém que resolveu acreditar no amor?

Sim. Realmente há muitas coisas a refletir. Eu mesmo tenho muitas coisas a perguntar. Inclusive a mim mesmo. Principalmente.

Fica decretado que agora vale o amor. Estou thiagomelliando. 

E que casar não seja apenas a novela que alguém assiste pela TV.

Que o amor não seja apenas enlatado de internet. 

E que a poesia possa humanizar os muitos corações.

E que casar seja ser um pro outro tudo aquilo que muitas vezes precisamos ser pra nós mesmos. 

E que amar não seja um crime consciente.

Só as bocas.

Só os corações. 

Só as mãos juntas.

Espalmadas. 

Aneladas.

Porque agora...

Agora vamos casar.

domingo, 21 de janeiro de 2024

CRÔNICA – TÚMULO DOS SONHOS

CRÔNICA – TÚMULO DOS SONHOS

 

Nós somos os homens ocos

Os homens empalhados

Uns nos outros amparados

O elmo cheio de nada. Ai de nós!

T. S. Eliot (1888-1965)

 

Eu acredito no poder do sonho. Penso que cada sonho que buscamos realizar representa um dos meios usados por Deus para alimentar nossas almas. Alimentar com esperanças dignas, coragem e crenças no que há de mais valioso na vida.

Afinal, se não fossem os sonhos, o que seria capaz de dar motivo e sentido aos olhos que se abrem, às narinas que suspiram e aos sorrisos gostosos a cada manhã?

            Porém, parece que vivemos um tempo fatalista. Pessimista. Tempo capaz de anular até mesmo a menor fagulha do imaginário humano. Pois, a poeira nos meus ouvidos vive me contando, já faz um tempo, a respeito de uma velhacaria que se tornou triste verdade: tem sido bastante incomum encontrar pessoas que ainda ousam falar de alguns de seus sonhos.

Claro que precisamos identificar a origem desse mal funéreo. As pessoas estão caminhando como covas ambulantes. Enterram dentro de si a riqueza do expectar. Ou seja, a frase mais assassina do momento é: “Não crio nenhuma expectativa, assim não tenho que passar por nenhum tipo de decepção”. Rapaz! Será mesmo? O quanto pode ser oca uma alma assim. Nem consigo pensar se dar para medir a oquidão de um peito assim.

         Dante!

Ele, sim, soube enxergar como poucos o material que constitui a natureza embrionária do sonho. Seu germe primevo. A imaginação!

Dante sacou que a alta fantasia é um lugar que chove dentro. E, se o sonho pessoal, quer dormindo ou acordado, não for o primeiro lugar em que as gotas caem, que importa onde mais cairão?

Contudo, diante desse velório exponencial, o que podemos fazer? Devemos reconhecer que existem muitas forças atuando para que tanta gente vá dormir com pesadelos e acorde sem sonhar.

Eu tenho uma lista sintético-identificadora dessas forças catatúmbicas.

            A fonte. Um dos problemas que marcam este tempo cadavérico é a fonte. O homem moderno escasseou todos os fingidos porquês que tentaram matar Deus. E substituí-lo. Julgaram-se a nascente. Mas, hoje, só são a morrente.

O medo. Eta miserável medo! É tão difícil alcançar e eu não sou ninguém pra isso.

A desconfiança. Dos ouvidos em que meus sonhos foram pousar. Falar dos sonhos significa dar poder a quem nos escutar. Pode se fazer o bem e o mal.

O egoísmo. O mais avassalador de todos. O sonho nasce, cresce, destrói tudo e morre.

As superstições. São as respostas para as coisas que nunca foram perguntadas. E nem havia de se perguntar.

A ganância. Tudo só pra mim. Eis o túmulo mais enfeitado. E o mais seco de todos. Nada tem na cabeça deste ser. O sonho do ganancioso é a pobreza da realidade.

É por isso a epígrafe.

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

ROTEIRO AB OVO

Abertas as paredes

No sossego do meu lar

Ninguém está à porta

Só eu posso mudar

 

Quando eu piso no chão

As camadas de imantar

Sacodem novos sons

De Goelas a falar

 

Ficaram revolvidas

Mais memórias e mais histórias

Bobinas que não rodavam

Magnetizam, mas vão embora

 

Os passos até as paredes

Pra fugir do lado de lá

Comida encontro, as cestas

Formigam, há um quarentilhar

 

Perto da nova esquina

O ano que se seguirá

Comboios nascem por cima

Pelas esteiras a caminhar

 

Vão eclodir as tartarugas

A natureza adentra o mar

Renascem novas figuras

E na minha casa vão morar

domingo, 14 de janeiro de 2024

POEMA - SUPER AÇÃO

SUPER AÇÃO

 

Homens dos quais o mundo não era digno

 

A todos que enfrentaram seus gigantes,

Que conseguiram se superar,

Que não pararam de seguir adiante,

Independentemente do que encontrar.

Vocês se tornaram exemplos ao mundo.

Espero que todos tenham olhos de olhar:

Tiveram forças que os outros precisam ter,

Lutaram acreditando que vale lutar.

 

Homens que decidiram batalhar por um sonho.

Ouviram palavras duras, fortes para desmotivar.

Encararam o medo, o engano, a solidão e a fome.

Engrossaram a pele de tanto bater e apanhar.

Existe muito motivo para se dizer sujeito homem,

Mesmo que ainda se multipliquem covardes a negar.

Engolir as próprias dores e reagir como um sem nome,

Sem saber quando, nem onde, cada dia iria terminar.

 

Mulheres que anelaram, por si, o melhor futuro,

Cultivando esperanças... quebrando vinganças...

Tristes em face da injustiça, impondo-se em muro,

Anoitecendo os passados, o presente as escuras.

Firmes, com a chama inextinta, fechados os punhos.

Leves, como a neve gelada, congelando as amarras,

Para em seguida quebrá-las, perpetuar-se no rumo.

Com vozes erguidas, seguem-se os passos e as idas.

 

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

ABELHAMENTO

Nós só buscamos entender aquilo que é problema nosso. Esta é uma tese geral. Ou seja, no papel de pessoas responsáveis que somos, de pessoas que cuidam das próprias vidas, temos muito interesse em compreender os porquês das coisas que nos afetam de perto.

Se algo é prejudicial a você, é natural que você queira saber o que é isso que tanto te afeta. Conhecer o problema e buscar saídas. Nó e desenlace. Na vida como na arte.

Mesmo que dê muito trabalho para se compreender as causas de tudo aquilo que nos provoca dano, devemos permanecer, firmes, no propósito de lutar contra a origem do mal. Afinal, como cita o dito popular: “Ninguém tem sangue barata!”. Se você sofre, cuide-se. Resolva!

Além disso, quando algo que nos prejudica diretamente acontece, as nossas reações tendem a ser mais rápidas. Rápidas e interessadas.

Eu sou do tipo que quer entender quem, como, quando e por que algo me afeta. Acredito que faz parte da vida de qualquer sujeito, que atua como condutor do próprio destino, o interesse em encontrar as melhores, mais justas e seguras soluções. Definitivas sempre que possível! Só não gosto de perder tempo, (re)trabalho, recursos e energias com coisas que não posso mudar, nem cabe a mim mudar.

Porém, às vezes ocorre uma demora para que haja esse entendimento: “É algo que posso ou não mudar? E, se posso, devo?”. Se posso e devo, logo, faço. Não vou ter ganho nenhum deixando os problemas, cobranças e desafios que estão ligados a mim sem encontrar seus devidos fins.

Apesar de tudo dito até aqui, pode acontecer da tese geral conter uma falha. Isto é, nem sempre as pessoas buscam entender apenas aquilo que é problema delas. Não dá pra negar que existe muita gente que gasta esforço – diria até que gastam uma grande quantidade de abelhamento – só para poder ficar se metendo nos problemas alheios.

Metem-se, não para resolver os problemas do próximo ou ajudar, mas, sim, para mexericar. Para novelizar os acontecimentos da vida real. Tornar em episódio tudo aquilo que acreditam ser dramático falar acerca das vidas alheias.

Os abelhudos gostam de saborear sadicamente, não com poucas ilações, as nuances que julgam ser as mais acertadas. Julgam como verdades absolutas todos os achismos que seriam mais dolorosos na pele vizinha.

 O abelhamento é uma praga local e nacional, pessoal e coletiva. Ela está no grupo das coisas do: “Se posso ou não posso? Se devo ou não devo?”.

Contudo, uma coisa é certa. Só não podemos dizer que o abelhamento seja a solução. Quem fica alienado à TV da vida do vizinho vai se assustar no dia que a programação acabar. E, geralmente, só acaba para o lado de quem abelha. Digo, de quem assiste.