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sábado, 7 de abril de 2012

CORAÇÃO, PAIXÃO e PACIÊNCIA

























A vida é uma aprendizagem sem fim. Quem busca conhecer um pouco mais de si mesmo tem melhores condições de superar os desafios, que qualquer pessoa enfrenta. Aliás, quem toma como base as experiências pessoais poderá orientar mais, e seguramente, os que fazem parte de seu círculo de amigos, ou a outros de forma solidária.

Em outros casos, a arte simula a vida e não deixa de nos dar lições vitais para a laboriosa jornada de cada cristão. John Bunyan, um modesto cristão e pregador itinerante, que morou na Inglaterra por volta de 1640 e também foi arrastado pelos eventos da Guerra Civil Inglesa nesse período, deixou algumas “parábolas” que servem de espelho para cada um de nós. Mesmo vivendo séculos depois de Bunyan, as vicissitudes de nossa vida não são diferentes.

A conversa que John retratou em seu best-seller, The Pilgrim´s Progress (O peregrino), uma conversa entre 2 homens, Cristiano e seu mentor, mostra bem os dilemas da condição humana. Olhem só essa incrível experiência:

“Cristiano foi conduzido pela mão a uma sala cheia de poeira, porque nunca foi varrida, e, seu mentor ordenou a um empregado que a varresse, mas levantou-se tal nuvem de poeira que Cristiano ia ficando sufocado. Disse o mentor, então, a uma jovem que os acompanhava, que borrifasse a sala com água, e assim pode ser varrida sem dificuldade.

Cristiano indaga: ´Que significa isso?`

O mentor esclarece: ´A sala representa um coração que nunca foi santificado pela doce graça do Evangelho; a poeira é o pecado original e a corrupção interior que contamina todos os homens; o empregado que principiou a varrer é a lei, e a jovem que trouxe a água e borrifou a sala é o Evangelho. Cristiano, você notou que quando o primeiro começou a varrer, levantou-se tanto a poeira que foi absolutamente impossível continuar, e você esteve quase a ser asfixiado: isso significa que a lei, em lugar de limpar os corações do pecado, faz reviver cada vez mais (Rm. 7:9), dá-lhe força (I Co. 15:56), ao mesmo tempo que o denuncia e o prescreve, sem dar a força necessária para vencer o pecado. O fato de ter sido possível varrê-lo e limpá-lo depois da jovem ter regado a sala, significa que, quando o Evangelho entra no coração, vence e domina o pecado com a sua doce e preciosa influência. Limpa a alma que nele crê e torna-a digna de ser habitada pelo Rei da Glória (Jo. 15:3)`.

Pela segunda vez, o mentor tomou Cristiano pela mão e conduziu-o a um pequeno espaço na casa onde estavam dois meninos sentados; o mais velho  chamava-se Paixão e o mais novo Paciência; o primeiro estava muito inquieto, e o segundo muito sossegado. ´Paixão`, disse o mentor, ´não se dispõe a esperar, até ao princípio do ano futuro, pela posse das coisas que mais deseja, como lhe aconselha o seu amigo Paciência; queria possuí-las já, e como não pode consegui-lo, está inquieto. Paciência, porém, resigna-se e espera.`

Naquele momento, Cristiano e seu mentor vêem um homem entrar com um saco de dinheiro e colocá-lo aos pés de paixão. Este recebeu-o com grande interesse e alegria, dirigindo a Paciência um sorriso de escárnio, mas a sua alegria foi pouco duradoura, porque o dinheiro depressa se gastou; acabou; nada mais restou a Paixão do que uns míseros andrajos, trapos de roupa, tornou-se um molambento.

Então o mentor revela: ´Paixão é a imagem dos homens deste mundo, e Paciência a dos homens do século futuro. Paixão quer possuir e gozar tudo agora, neste mesmo ano, isto é, neste mundo, à semelhança dos homens que querem gozar aqui tudo quanto se lhes afigura melhor, e nada desejam para o mundo futuro, ou para a outra vida. O conhecido provérbio ´Mais vale um pássaro na mão do que dois voando`, é para eles de muito valor do que todos os testemunhos divinos acerca da felicidade futura. E o que lhes acontece? Assim como aconteceu a Paixão, tornando-se um molambo depois de gasto o dinheiro, assim a eles sucederá.

Cristiano: ´Compreendo perfeitamente que Paciência é muito mais sensato: 1º porque aspira as coisas mais excelentes, 2º porque há de desfrutá-las e ter nelas a sua glória, quando aos outros só restarem andrajos`. E seu mentor conclui: ´Enfim, deves acrescentar ao que foi dito, que a glória do século futuro será eterna, enquanto que os bens deste século se dissipam como o fumo. Quem tem incontestável direito de se rir de Paixão é Paciência: porque terá finalmente a sua felicidade, ao passo que Paixão, por não ter atendido o conselho do amigo Paciência, perderá a sua.”

    As experiências de Cristiano facilitaram o bom andamento de sua carreira na fé.  Da mesma forma, em algum momento na vida você deixará, ou a força do pecado, ou o domínio libertador do Evangelho, agir em seu coração e decidir sua vida.

Se a paixão que existe em você der ouvido a paciência, que é uma suave virtude, e não aceitar que algum vício dominador se torne sua paixão, mais gratificante será o caminho que você escolher. E com isso, Coração, Paixão e Paciência, de meras parábolas, se tornarão saudável conduta de vida pra você!


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