No dia 25 de
outubro, um nublado sábado do mês passado, sai de Marabá para primeira visita à
cidade de Curionópolis, “o 30”, onde pude conhecer meu irmão de sangue – cuja
história, por dramática que é, vou me reservar de narrar. Contudo, foi e vai
ser um almoço e pouco mais de 3h em companhia pra nunca mais se esquecer. Lá,
como garupa, fizemos um passeio na cidade, tour de uma horinha, e o pneu ainda
furou.
Nesse passeio,
fui tirando fotos de lugares que meu mano Tiago apresentava. Escolas, bairros,
restaurantes, dinâmicas de empresas e seus operários, prédios do Legislativo e
Executivo, borracharia e lava a jato.
Mas, nada me
chamou mais atenção do que o bairro que recebeu o nome do prefeito atual, a
“Chamonlândia”.
De início,
não quero sugerir que nominar partes da cidade com nomes de personalidades seja
algo antidemocrático e pura mentalidade colonialista. Acredito que o processo
para se escolher o nome deve ter seguido o princípio de meritocracia. Porém, na
certa, isso se parece com a mania sarneyzista de nominar o bem público. Espero
que o prefeito Chamonzinho dê outro exemplo para a população paraense. Não
duvido que sobrem outros protagonistas em Curionópolis, que muito contribuíram
ao desenvolvimento dela, e nada tem a ver com a família do então gestor.
A cidade estava
pacata, naquela tarde de sábado, e bastante era só o movimento pela rodovia. No
entanto, uma última carreata política, do segundo turno ao governo do Pará,
estava programada para o dia. E o clima era todo Helder Barbalho (PMDB), uma
vez que a carreata do Simão Jatene (PSDB) tinha ocorrido no dia anterior.
No dito
bairro, praticamente todas as casas tinham na faixada um banner ou cartaz do
Helder (hoje, como se sabe, democraticamente derrotado) e do Chamom, pai do
prefeito citado e que foi candidato a Deputado Estadual (hoje, como se sabe,
democraticamente eleito). Isso reafirma o contexto de que o atual governador do
Pará, Simão Jatene, reeleito para 2015-2018, está bem apagadinho.
A Chamolândia
é toda ela feita com as casas do projeto “Minha Casa Minha Vida”, financiamento
do Governo Federal, dirigido pela presidenta Dilma Rousseff (PT). A dupla
apoiadora de Dilma, Helder e Chamon, cultivou votos ali.
Se por
“gratidão”, todos os moradores apoiaram essa dupla, considero até algo nobre.
Agora, se essa gratidão representa obrigatoriamente o voto na urna, o povo
brasileiro tem que mudar essa mentalidade de que ficamos devendo algo, uma
troca de favores, sempre que os políticos cumprem o papel de trazer
melhorias.
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