Na
terça-feira última (25), ocorreu a 10ª edição do Papo Literário, um evento que
apresenta escritores de renome para a comunidade leitora de Marabá. Neste
encontro, foi a vez do poeta, Eduardo Castro, atual presidente da Academia de
Letras do Sul e Sudeste do Pará (ALSSP), que conversou com o grande público, presente
na Biblioteca Municipal Orlando Lima Lobo, situada na Marabá Pioneira.
O poeta
marabaense, Airton Souza, apresentou o literato e mediou a conversa.
Eduardo
Castro tem 63 anos de idade, não possui formação superior e aprendeu a ler somente
aos 15. Motivado pelo prazer da arte literária, já publicou 7 livros e, embora
tenha outros escritos, eles ainda não foram para o prelo.
O longevo
escritor conheceu a escritora Cora Coralina, por quem desenvolveu afinidade. Entre
suas obras, destaca-se "Tributo a vida", por ter sido o primeiro
conjunto de textos em gênero lírico, e, em seguida, o lançamento do livro "Verbo
viver", escrito depois de acidente que sofreu e precisou de doações.
Apesar da
imensidão do prédio, a biblioteca ficou pequenina naquela noite. Não comportou
todo o público. Muitas pessoas ficaram de pé o quanto puderam e outras nem
conseguiram entrar.
Quando
perguntado sobre se escreve poemas apaixonado por alguém, ele responde que não
se declara diretamente. “Não tenho esse hábito. Eu sofro, mas não corro
atrás", considera, arrancando aplausos dos ouvintes.
Vários
participantes quiseram conhecer vida e obra do artista. Entre os
questionamentos, de que livros e autores ele mais gostava, como foi o contato
com a leitura e que dicas o poeta tinha para aqueles que não tem tanto costume
de ler.
Castro fez uma
pausa para ler a própria versão de poema intitulado “Marabá”, escrito em 1988, tendo
chegado há pouco tempo nesta cidade.
Estudantes
que cursam o ensino médio na Escola Municipal Irmã Theodora, situada no Bairro
Liberdade, e do ProJovem Urbano, localizado no prédio na Escola Municipal
Pequeno Paje, no Bairro São Félix vieram em ônibus escolar para a oportunidade.
Aline
Pinheiro, professora do Curso Técnico Profissionalizante (CTP), participou do
momento. Acompanhada de uma das turmas, Pinheiro questionou. Já a estudante de
Pedagogia, que mora em Minas Gerais, Elis Neia, também questionou sobre o
caminho para se tornar um escritor respeitável.
Por sua vez,
a poetisa, Eliane Soares, membro da ALESSP, procurou saber se ele se via como
um poeta romântico. "Na verdade, nem sei a qual linha de poeta me
classifico. Mas não me considero um poeta romântico", afirma em tom ameno.
Diversas personalidades
da esfera artística marabaense compareceram ao Papo Literário. O fotógrafo,
Jordão Nunes, artistas plásticos, Creusa Salame e Félix Urano, os poetas
Joelthon Ribeiro, Adão Almeida e Glecia Sousa conheceram mais detalhes. Félix,
artista que produz obras e artesanato a partir de materiais em estado de
demolição, assistiu o venturoso poeta narrar sobre o trabalho com a literatura.
De acordo com
Glecia Sousa, que além de escritora atua no ProJovem, o ótimo papo chamou a
atenção do alunado.
“Uma aluna
minha, por exemplo, ficou muito feliz. Disse que nunca tinha entrado em uma
biblioteca e assistido algo assim. Ficou admirada. Todos felizes por ganharem o
livro”, ressalta.
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