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quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

ESCOLA WALKISE VIANA – Comunidade prestigia evento do projeto “Educação tem cor?”



















Anderson Damasceno

Na terça-feira última (20), os estudantes da Escola Estadual de Ensino Médio Walkise da Silveira Viana, situada no Bairro São Félix 2, realizaram a culminância do projeto “Educação tem cor? Outros olhares para a Educação com diversidade na escola”, que recebeu a visita expressiva da comunidade. No período de 07 de novembro a 20 de dezembro, as salas de aulas e o corpo da escola se tornaram um espaço para trabalhos interdisciplinares, que serviram de preparação para o evento final.
Segundo o professor, José Evandro, o objetivo do projeto “Educação tem cor?” é implementar a lei 10.639/03, que versa sobre o ensino de história e cultura africana, como obrigatório na educação básica.
“No Brasil, a gente sabe que a educação é direcionada aos ricos e brancos. Por isso, a gente tem a intenção de indagar e dar outros olhares para a diversidade com educação”, afirma Evandro.
Na ocasião, Bruna Pardim e Andressa Scardua, organizadoras do Encontro de Crespos e Cacheados de Marabá (ECCM), foram prestigiar o evento. Ainda no mês de novembro, Bruna Pardim, idealizadora do Encontro, Queziah Matos e Diego Vieira foram até o Walkise a convite dos professores José Evandro e Nelma Braga, que coordenam o projeto, e compartilharam um pouco da história e alguns dos desafios em quase dois anos do ECCM. 

EVENTO – A programação do Walkise foi constituída de dois momentos.
Durante a tarde, uma série de exposições estavam abertas à apreciação do público. O alunado utilizou a nave da escola – salas e pátio – para fazer a comunicação de trabalhos e pesquisas sobre temas diversificados. Apartheid, Quilombos no Brasil, comidas e sabores da África, leituras ancestrais e outros estavam no currículo.
Logo à noite, ocorreram apresentações artísticas e culturais.
A abertura foi feita com a performance “Corpos diversos”, encenada por Vanda Mello, que atua no coletivo Grupo de Ação Cultural (GAC). Em seguida, a turma do 1º ano 01 fez a performance: “Criação do mundo segundo a crença Iorubá” e a do 1º ano 02 apresentou uma paródia a respeito da conscientização. Por sua vez, os alunos do 3º ano fizeram uma dança do maculelê mesclado com o calipso, em homenagem à cultura paraense. Após isso, a galera do 1º ano 03 realizou uma dramatização acerca da condição da mulher.

OA – O autor deste blog, além de professor e repórter, é pastor evangélico e, como tal, não poderia deixar de tecer alguns comentários sobre o evento e se posicionar, uma vez que a questão da (in)tolerância religiosa se torna mais urgente no Brasil. Então, deixo aqui três reflexões.
Em primeiro lugar, penso que o sucesso desse evento na Escola Walkise Viana foi possível por ter uma equipe de professores disposta a construir o conhecimento em parceria com o alunado, o que faz toda a diferença.
Além disso, esse sucesso também advém da equipe de professores buscar outras formas de se adquirir e comunicar o conhecimento já construído, ou, redimensioná-lo, aprimorá-lo, criticá-lo, através dos vários meios de diálogo com os estudantes e se valendo das tecnologias que temos hoje.   
Em segundo, para termos um perfil de aluno mais esclarecido, com bom senso, apto à vida em sociedade, é importante não rotular nem deixar que o estudo e o debate sobre cultura seja monopolizado por uma visão progressista. É necessário que, no espaço escolar, outros pontos de vistas sejam ouvidos, por exemplo, como o ponto de vista de pessoas conservadoras como eu e muitos outros. Do mesmo modo, e para ampliar os exemplos, é preciso ouvir a visão de mundo de um estrangeiro. Nessa pluralidade, podemos dizer que os alunos, seguramente, serão formados democraticamente. E isso é imprescindível e inalienável.  
Por fim, embora eu dedique meu mestrado aos estudos comparados entre meus dois autores prediletos, João Guimarães Rosa, brasileiro, e Mia Couto, moçambicano, confesso que é necessário refletir sobre cultura brasileira, europeia e africana, sem a apaixonada visão de esquerda (que anteriormente citei como progressista). Na atualidade, existe um estado de coisas que tende a prestigiar a africanidade e a negritude, enquanto apequena os brancos e europeus. E de pronto me coloco contra isso. Também há uma onda que endeusa a religiosidade de matriz africana à medida de demoniza a deidade de quem é cristão. O que rechaço veementemente. Isso não é igualdade. 





















































































































































































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