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quinta-feira, 20 de julho de 2017

CHESTER EM TRÊS ATOS - Homenagem póstuma



















Três reflexões marcaram esta minha quinta-feira (20), data em que perdemos Chester Bennington, talentoso Linkin Park. "Todos" sabem que ao falar do mês de julho muita vez menciono que grandes poetas e romancistas brasileiros nos deixaram neste mês, gerando e alargando uma sensação de infinito. Muitos infinitos.
E, mais desta vez, vemos que não é só o Brasil.
Sempre falo que o nosso país poderá passar por uma grave crise com a perda de seus intelectuais. Crise hídrica, energética, financeira, moral... são superáveis. Mas, e a da arte, de nossos artistas? Superamos?
Bem, não me comprometo a responder isso. Só quero deixar aqui o pensei hoje, e o que consegui fazer, após a perda desse amigo. Three steps closer...

I
Fez (ele) parte da minha adolescência. E fortemente me influenciou. 
Mais uma vez vemos que riqueza, sucesso e talento não garantem vida feliz. 
Como dizem os psicólogos, o suicida só quer viver. Porém, passa(va) ele por alguma dor que fazia a vida não parecer valer a pena e ter sentido.
Quanto as drogas, vimos isso no Brasil com Chorão e Rodolfo Abrantes. A diferença é que este último escolheu a vida enquanto podia decidir.

II
Difícil não sentir a dor da partida dele.
Desde adolescente eu recordava que o fato de Chester ter sido abusado por adulto quando era criança acabava mexendo comigo, pois eu quase fui vítima da mesma situação quando morava na Folha 16 nos anos 90.
Minha memória não é bem nítida sobre o que ocorreu e também nunca foi algo que tive cabeça para poder conversar com alguém. E minha mãe sempre fez questão que esquecêssemos esse episódio.
Ainda bem que tive a graça de minha mãe e alguns adultos notarem que eu havia desaparecido por certo tempo da proximidade de todos ali, o dia já estava anoitecido e recordo dos gritos de minha mãe correndo pro mato quando e colocando pra correr o adulto que me aliciava para entrar no mato.
Recordo que em casa minha mãe respirava aliviada retirando minha roupa pra checar se eu havia sido violado.
Cara... esta é a primeira vez na minha vida que comento a público acerca dessa situação que me gera uma tristeza e ódio que não explicar bem a natureza.
Mas posso falar com todas as letras. Se eu que passei perto dessa situação violenta e hedionda de ser sexualmente abusado com 6 ou 7 anos, tenho relativos traumas pra expressar o que penso disso, imagine o que o talentoso e carismático Chester não teve que carregar. Quantas marcas traumáticas não ficam? E quem pode imaginar em que profundidades da alma humana esse crime que ele passou não permaneceu ferindo e sangrando a vida dele como o fio da navalha?
Senhor Deus, protegei nossas crianças. Que Teu Espírito se aposse de homens e mulheres que lutem até o último fôlego para proteger nossos pequeninos.
"Nossos filhos não entregaremos jamais 
Nas mãos do inimigo. 
Da missão que nos confiastes, Senhor
Não desistiremos. 
Torna nos forte pra vencer a batalha 
Firme no coração dos teus filhinhos 
Padrão de fé e santidade 
Queremos ser...
Dissestes deixes vir a mim os pequeninos", - FILHOS DO HOMEM


III
Há poucas semanas ele cantou aleluia  (de Leonard  Cohen) exatamente no sepultamento de um amigo dele que se enforcara.
Pouco mais de dois meses. Fico pensando que isso com certeza era também um apelo da alma dele pra que a luz do Alto também o ajudasse a se levantar como ajudou a Davi - pois no original de Cohen é sobre o coração contrito que Deus não presa de que se trata a canção.
Contudo fica o exemplo que de a pessoa gritando e fritando a cabeça sozinha não consegue mesmo sair dessa vida.
Que Deus Pai nos dê um espírito para agir com sabedoria e em tempo, com urgência, pra estender a mão a quem é enleado pelo álcool e drogas.


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