NACIONAL ENERGY

domingo, 22 de março de 2020

TOC TOC – Poema (Anderson Damasceno)


TOC TOC – Poema

A morte na porta de Marabá,
O povo na porta de suas casas,
Caixas de som, noiteira...
Por aniversário, por amigos, pra curtir.
Ninguém liga?!
E se for sério?!
E se for letal?!
E se os seus avós morrerem?!
E se os meus avós morrerem por causa deles?!

A morte na porta de Marabá,
As pessoas nas portas dos bares,
Como de costume, jogar conversa fora...
Pra passar tempo, pra prosear, pra arrumar uma gata.
E esses vinténs?!
Uma hora acabam?!
E com que vão pagar se piorar?!
E o que farão quando não houver de onde tirar?
E se hoje, agora, já for muito tarde até pra se desesperar?

A morte na porta de Marabá,
Na orla, na Folha 33, no final da Antônio Vilhena,
No São Félix...
A enchente pegando carona em plena onda do corona.
A que ponto chegarão na hora que o caos apertar?
Matar?!
As famílias desabrigadas, as crianças afetadas,
Enquanto outra parte da cidade assiste de suas casas,
Ou simplesmente ignora o possível-porvir-pavor ou que quer que há.

A morte na porta de Marabá,
E a culpa sendo da igreja e do Bolsonaro,
Em todo o país...
De extrema-imprensa em extrema imprensa,
Seria a vida guilhotinada?
Seria o espírito da francesa escalada?
Impingindo aos do outro lado o terror mesmo que não houvesse nada?
Só que agora, o que vem, vem é a chinesa, herança de Mão armada.


Anderson Damasceno

Nenhum comentário:

Postar um comentário