CONFERÊNCIA CRESCIMENTO SOBRENATURAL

CONFERÊNCIA CRESCIMENTO SOBRENATURAL
No próximo sábado (26), a Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ) do Bairro Independência, sede da Região 337 em Marabá, será palco da Conferência Crescimento Sobrenatural, um evento que promete reunir fiéis e líderes religiosos em uma programação especial.

terça-feira, 1 de abril de 2025

A FELICIDADE FOI AO AR

"Não remova os marcos antigos."

Provérbios         


Construindo-se de muitas pequenezas, com dores ainda por passar, vindas de futuras cicatrizes que provam suas travessias por marfim e morfina, a Felicidade resolveu aparecer. Tão esbelta, atraente, porém, perambuladora... Esquecida, de repente, de que sua construção só terminaria quando, pra si, parassem todos os relógios.

Ela está, agora, de pés calçados bem. Sem perceber que a sola gasta na jornada do tempo era o que dava sentido a seus pés. Cada passo era a bem-aventurança. A Felicidade conseguia ser bem feliz no meio do caminho.

Houve tempos de desgraça, em que feminina conduzia sua solidão e fome. Seu rosto era limpo pelas próprias lágrimas. Poucos davam alguma palavra a ela. Racionavam olhar, negavam esmola. E só seguia. Fazia de tudo para que o nada não consumisse sua pureza e devoção. Virtudes, herdades da fé dos que a deixaram.

Ela atravessou a sombra até chegar em tempos escuros. Naquela época, a família pouca. Só dois. Sem pai, sem mãe. Parentes distantes. A vida adulta batendo à porta e sabe-se lá, oh Deus, de onde a Felicidade tirava aquilo, fibra e sonho, coisas que só se procuram com olhos tidos por aqueles que não significam nada.

Como pode? A resignação e a persistência ao sonho de quem tem pouco para sobreviver guardarem em si uma tênue linha fronteiriça com o show business.

Sua história de interrompida. Tantas formas de privação viraram coisa de cinema. Queriam enlatar e podiam. Isso era pra ser bom. Até que enfim podia chegar em todos os lugares que fora impedida de ir. No regular das vezes – como o é para a maioria –, os chãos que Felicidade tentava caminhar possuíam barricadas, sujas de um vinil tocador de velhos males: exploração, luxúria e diminuição da mulher. As miseráveis!

Contudo, os holofotes finalmente...

Luzes tão fortes. A cegueira.

Finalmente, estava no ar. Aparecendo para todos na propaganda, nos canais nobres, nos shows de renome. Contratos por anos que talvez atravessariam os de suas cicatrizes. Grandezas que criavam nela um novo senso de si como em Divertidamente 2. Não é justo que deixar Felicidade ir ao ar a faria em pedaços. Que para uma nova adolescência perdida regrediria. Ela estava em todas as TVs do país. Novelizando... podendo até reclamar dos seguidores de Jesus como fez a Bruna Marquezine.

Sua nova história feliz foi também interrompida. Explodiu. Menosprezou sua pequenez de valor. Não defendeu as lições daqueles olhos que um dia teve. Estava no ar e no imenso nada. Esqueceu-se que era menor que o vento. Evaporada, pra gente não mais enxergar. 

Quem diria que Marcelo D2, com João e Maria, cheios de regalia, teriam algo a ensinar? Coisa que se ouvia no Winning Eleven, do Play 2.


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