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domingo, 8 de junho de 2014

BIBLIOTECA MUNICIPAL - Oficina de Poesia com Marcílio Costa

Grupo faz exercício para "desinibição do traço-pensamento". 







Na última sexta-feira (6) rolou um encontro poético na Biblioteca Municipal Orlando Lima Lobo, situada na Marabá Pioneira. Tratava-se de uma Oficina de Poesia ministrada pelo escritor, Marcílio Costa.
Professores, poetas e arte-educadores faziam parte do público, que aproveitou esse encontro como crescimento e aprendizado.
"Estamos aqui para ter uma convivência criativa", disse Marcílio Costa, para resumir o que seria a oficina.
Ele utilizou um primeiro vídeo para começar a falar sobre poesia. A película mesclava os gêneros de arte narrativo, lírico e cinematográfico.
"É a vida de um velho bebum, que vive do bar a uma praça qualquer e desta à casa. Ele é quase um suicidado pela sociedade", enfatizou, citando um pensador contemporâneo.
O autor é o próprio narrador do vídeo, Nauro Machado.
"É uma cocha de retalhos de vários poemas do Nauro", explicou.
Após o vídeo, o ministrante passou a trabalhar a palavra com papel e caneta. 
A palestra era em slide. Porém, o grupo foi orientado a fazer "jogos para desbloqueio criativo".
O poeta trabalhou exercícios com nomes dos participantes.
"O objetivo é tratar o próprio nome como peça", ressaltou.
Lara Borges, Nilva Burjack, Marissol Nascimento, Katiucia Oliveira, Mauro Nunes, Jorge Pires, Elisabete Rodrigues e Rosilene (Rose) Pinheiro participaram ainda tímidos.
O segundo exercício visava a "desinibição do traço-pensamento".
Um terceiro momento foi a atividade com a "escrita assémica". Segundo Marcílio, esse tipo de linguagem não tem sentido mas é rica em imagem.
"Ela tem valor visual", pontuou.
Marcílio trata a escrita e poesia assêmicas de
 poetas franceses como Dotremond
Propôs ao grupo uma produção assêmica, baseada em Henri Micheux. Em seguida, empregou obras de Christian Dotremont para incitar os estudantes seletos. A partir disso, eles fizeram a própria produção de poesia assêmica. Alguns dos alunos da oficina comentaram sobre a experiência.
Marissol Nascimento relatou qual é a experiência de fazer algo sem a sensação de saber o que está fazendo. Conforme Marcílio, o que a participante sentiu só é possível porque a poesia vive em estado selvagem.
"Ela está sempre nascendo. Ela não pode viver presa ao estado civilizado", observou.
Na quarta parte, começaram a atividade com a "escrita automática".
"Vamos eliotizar os textos. Sem se aprisionar aos critérios semânticos e sintáticos", propôs aos iniciantes. 
Ele usou o exemplo da "fala automática". A partir de 3 palavras geradoras, que serviram de mote, o grupo passou a produzir textos.
Para finalizar, o professor-poeta deu um desafio.
"Em casa, vocês vão organizar cada um. Cortar palavras se necessários ou acrescentar conectivos nesses três mostrinhos", detalhou.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

AMOSTRA DE ARTE - Artista plástica Creusa Salame usa "lixo" para dar corpo ao Belo

A maior parte do material, madeira e cerâmica, seriam jogados no lixo.
Mas a artista Creusa Salame trabalhou, poeticamente, alcançando a beleza 



















Na quinta-feira última (5), o público foi prestigiar a VI Amostra Individual de Artes que ocorreu na Biblioteca Municipal Orlando Lima Lobo, situada na Marabá Pioneira. Este espaço foi ornamentado com parte da obra da artista plástica, Creusa Salame, conhecida pelas belas exposições que tem levado às galerias e espaços públicos de Marabá.
No local, três conjuntos de peças, poeticamente trabalhadas, mexeram com o gosto dos espectadores. Elas vão permanecer abertas à apreciação por um mês. 
Segundo Creusa Salame, a maior parte do material, madeira e cerâmica, veio do lixo. E isso ela utilizou para dar corpo à forma do belo.
“Quem faz moldura para quadros, corta e joga no lixo alguns pedaços. Eu vi esses pedaços em Belo Horizonte (MG) e perguntei ao moço se eu podia pegar o que ia ser jogado fora. Peguei dois sacos cheios, botei no táxi e levei pra casa ansiosa. Paguei quase 200 reais para trazer à Marabá de avião”, recorda.
Uma dupla de mestres marabaenses atuou na montagem. O curador que acompanha as produções da artista, Antônio Botelho, projetou a ambientação da biblioteca junto a Bino Souza, desenhista e pintor. 
O prefeito de Marabá, João Salame, compareceu ao evento e disse que só a mãe (Creusa Salame) consegue fazê-lo dar uma "parada" no ritmo de trabalho, e vir apreciar a arte.
Artistas de vários gêneros de arte vieram apreciar a exposição. Do campo literário, os escritores Eduardo Castro, João Brasil, Airton Souza e Rose Pinheiro visualizaram com apreço as montagens. Félix Urano, mais conhecido por Tibirica, que recentemente chegou de Belém, onde fez a exposição "Chuva de Cores" no Instituto de Artes do Pará (IAP), aproveitou para interpretar as peças.
A emoção saltou durante momento de discurso, pronunciados por parte de familiares e dos que apreciam as exposições inovadoras.
A estudante, Beatriz Azevedo Cunha Bichara, se disse honrada por falar o que sente ao ver e reparar as exposições da artista.
Creusa Salame enfatizou que ama a arte, tanto que aos 74 anos venceu a timidez para publicar obra literária, a saber, o livro “Contos e Crônicas”.
"Mas na minha cabeça só tenho 50", afirmou com gracejo.  

A neta, Rebeca Lara, também não se conteve com comentários primorosos sobre a arte que nasce nas mãos da avó. 

quarta-feira, 4 de junho de 2014

FEIRA DO LIVRO 2014 - Autores de Marabá fizeram dia de autógrafos em Belém


18ª Feira Pan-Amazônica no domingo (1) estava abarrotada de visitantes.
Ao fundo, cenário que simula o Qatar, país homenageado nesta edição





































Literatos de Marabá convidados a sarau na Praça do Carmo
No sábado último (31), uma caravana de escritores de Marabá e região partiu, com o raiar do sol, rumo à capital do estado, Belém, para participar da 18ª Feira Pan-Amazônica do Livro, evento que começou no dia 30 maio e vai até 8 de junho, no Centro de Convenções Hangar. Dos 25 profissionais que confirmaram a viagem, apenas 17 foram de fato à capital.
Apesar das ausências sentidas, motivadas por imprevistos, o grupo de artistas realizou uma boa estadia, repleta de atrativos.
Ainda na noite de sábado, o Coletivo de Poetas e Artistas do Extremo-Norte convidaram os literatos marabaenses para um sarau, que foi realizado na Praça do Carmo. Ruy do Carmo, Renato Gusmão e Dal Dias deram as boas vindas e proporcionaram uma noite especial a todos.
Já no domingo (1), quem conheceu os leitores em visita, nessa edição da Feira do Livro, foram os escritores, Joelthon Ribeiro, Airton Souza, Valdir Araújo, Javier Di Ma-y-abá, Nilva Burjack, Creusa Salame, Martins Gomes, Rose Pinheiro, Adão Almeida e Rosa Peres. 
Eles puderam dar autógrafos aos visitantes e estreitar os laços com autores de outras regiões do Pará. 
Professores Raimundo Nonato (Escola Tereza Donato) e Cláudia Borges (Programa Marabá Leitora), o jornalista Anderson Damasceno, a arte-educadora Lara Borges, o escritor Abílio Pacheco e outros vieram prestigiar o trabalho dos artistas marabaenses.
Renato Gusmão, poeta do grupo Extremo-Norte,
 encenou versos de Mano Melo
A diretora da Escola Estadual Anísio Teixeira, Sinara Cangussu, veio também com mais 7 professores que integram o corpo docente desta escola. Do mesmo modo, Márcio Holanda e Patrícia Holanda vieram participar do grande evento.  
A viagem resultou de parceria entre a Prefeitura Municipal de Marabá (PMM), que disponibilizou um micro-ônibus, e da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), em nome do secretário Claudio Luiz Feitosa Felipeto, que colaborou com os produtores de arte bancando a hospedagem no hotel Ver-o-Peso.
O projeto da viagem foi arquitetado pela escritora de obras ao público infanto-juvenil, Vânia Ribeiro, em parceria com o poeta Airton Souza.

Milton Hatoum – Na noite de sábado (31), uma das grandes atrações dessa feira, senão a maior, foi a apresentação do escritor amazonense, Milton Hatoum. Neste ano, Hatoum é o literato homenageado.
Atualmente, os livros dele se destacam por serem traduzidos para vários idiomas e países, um dos feitos que rendem a ele o renome entre os autores brasileiros.
Cláudia Borges, uma das organizadoras do Programa Marabá Leitora, assistiu com afinco o bate-papo.
"Aceito tudo na vida, menos ser empulhado" disse o mestre Hatoum, um pensamento que na verdade vem do grande escritor brasileiro, Machado de Assis.
Ainda em seu discurso, Milton Hatoum colocou em relevo a força da arte literária sobre a formação humana. "Não há literatura sem vida", enfatizou o autor, que entende que a arte atrai o leitor para uma coisa inusitada.
A novidade mais emocionante tem a ver com as adaptações dos textos do “Bruxo da Amazônia” para cinema e TV. Será lançado em película cinematográfica uma versão da obra Órfãos do Eldorado e uma novela de Dois irmãos.  








Palestra com Amarilis Tupiassú – Membros do grupo aproveitaram o evento também para assistir palestras, ministradas por estudiosos e críticos literários.
Na tarde de domingo (1), o auditório Eneida de Moraes recebeu a palestrante Amarilis Izabel Alves Tupiassú, professora renomada da Universidade Federal do Pará (UFPA). O professor da UNIFESSPA em Marabá, Gilson Penalva, participou do bate-papo junto ao público, que foi para o salão situado no primeiro andar do Centro.
Iniciada às 15h, a doutora apresentou para um público seleto "Um certo Milton Hatoum" – exposição que enfatizava a obra do célebre autor amazonense, Milton Hatoum, escritor convidado nesta edição e que estava em meio ao público assistindo.
Ela falou baseada na prosa de Hatoum, tratando, entre outras coisas, das tramas, do cenário como a floresta e de personagens.
Os 5 romances possuem personagens que vivem como sob uma sina, "não somos nem mesmo  donos dos nossos passos".
Além de abordar a "guerra do ser consigo", Tupiassú citou pensadores como Vieira, Blanchot e Barthes com objetivo de analisar a obra de Hatoum. 
Atualmente, 27 críticos produziram uma coletânea acerca dos 3 principais romances do prosador amazonense, Relatos de um certo Oriente, Cinzas do norte e Dois irmãos.

terça-feira, 3 de junho de 2014

ALÇA VIÁRIA - Quase 3 meses se passou e pouco mudou travessia do Rio Moju



Após queda de parte da ponte, condutores e viajantes padecem transtornos




















Quem faz travessia pela quarta ponte da Alça Viária sobre o Rio Moju, localizada a cerca de 120 km de Belém (PA), enfrenta fila quilométrica para chegar até a balsa. Viajantes, caminhoneiros, veículos de municípios do interior também encaram horas de espera. Isso ocorre desde 23 de março deste ano, quando uma balsa que transportava óleo colidiu com a estrutura da ponte, à noite, destruindo um dos pilares da construção.
Apesar da demora e transtornos o trabalho precisa continuar. Para isso, toda um conjunto de órgãos do estado, Corpo de Bombeiros, Detran, Defesa Civil, Polícia Rodoviária Estadual (PRE), tenta amenizar a dimensão do problema.
Nesta segunda-feira (2) a reportagem entrevistou Reginaldo José dos Santos, caminhoneiro que transportava um “barco escolar”. Este vai atender a centenas de estudantes que dependem do meio fluvial para chegar à escola.
Santos é da Bahia e desempenha há mais de 20 anos esse ofício. Ele disse que não conhecia a Alça Viária, mas espera que consiga completar o serviço sem maiores dificuldades. 
Ainda segundo o caminhoneiro, foram 700 barcos escolares que o Governo Federal enviou para Pará e Amazonas. O que ele leva é o quinto e vai beneficiar alunos no município de Moju.
Veículos de vários municípios do interior do estado, Redenção, Parauapebas, Ipixuna passam horas de espera. Ambulâncias, viaturas de presídios e outros acabam atrasando os serviços públicos mais do que o de costume.   
A sorte é que vendedores ambulantes fazem o percurso quilométrico vendendo água mineral, água de coco e lanches variados. Já diz o ditado, enquanto uns choram, outros vendem lenço.
Saiba Mais – Recentemente, segunda balsa de menor dimensão foi enviada para dinamizar a travessia. A ponte danificada faz parte de um complexo de pontes e estradas que liga Belém aos municípios do interior.
Com o incidente, foi rompida parte da estrutura, que possui cerca de 900 metros de extensão e 23 vãos. De acordo com informações da PRE, cerca de 50 metros da ponte, localizada no quilômetro 48 da rodovia PA-483, foram destruídos com o acidente. (Com informações do G1)


COMO SERIA O MUNDO...


Se tudo que eu pensasse desse certo, como seria? Minha cidade de Marabá, meu Pará e a pátria amada, Brasil teriam outra cara. Sem modéstia, tudo ia ser bom e maravilhoso. Bem, de início, eu ia querer um censor, só pra não deixar os pensamentos ruins passarem. É muita responsabilidade refazer o mundo à imagem e semelhança do que se passa na minha cabeça.
Então, faz-se necessário responder o que é o “dar certo”, e, o que vem a ser ruim e bom.
Dar certo é virar realidade. Acontecer! Simples assim, e do jeitinho que posso imaginar.  
Ruim é aquilo que só beneficia a mim mesmo prejudicando a outros, ou, não ajudando a ninguém.
“E o beijo da tua namorada? Ou teu salário de a mês a mês?” Estas coisas não afetam ninguém negativamente – e até beneficiam a outros sim. No afeto, quem visse meu amor ia usar como referencial de beijo feliz e, quem trabalha, ia poder ver a flor do meu salário. Principalmente, se for vendedor de livros.
Enfim, não tenho tempo para falar de todo o estado e da nação, só tenho pra pensar – coisa bem mais rápida que as palavras ditas. Mas, tudo que penso para Marabá era só repetir nos níveis estado e nação. E não são coisas bobas não. Nem coisa mágica do tipo “penso, logo existe”, assim, vejo numa boa manhã de segunda-feira um menino pedinte, daí imagino ele bem fardado indo rumo a escola, e em seguida isso “se alakacazam!” Ei, parando pra refletir nesse exemplo, num é mal pensamento, ham?! Só que vamos para coisas mais concretas.
Tem 2 coisas que penso que podiam acontecer logo. Elas passariam com palmas pelo censor e são importantes porque andam bem juntinhas.
Ter uma casa é tão bom. É um direito de todos. O governo brasileiro até aproxima “casa” de “vida” – assim, não ter casa é estar morto e quem aluga é tipo “walking dead”. Só que algumas pessoas de Marabá não sabem dar valor. Algumas não, a maioria, e penso que isso tem de mudar.
“Que pessoas?” Aqui, o grupo que já tem moradia própria poderia lutar em favor dos “descasados” ou, pelo menos, demonstrar que sabe que muitos marabaenses não têm. Mas, logo que se resolvem, pouca importa os que ainda restam no mesmo problema. E o grupo dos sem casa poderia parar de gastar o dinheiro que tem com amenidades e economizar. Tem pessoas pagando aluguel na marra há 10 ou 20 anos, mas se salvassem tudo que gastaram com bebidas, cigarros, bingos, loterias e vícios bobos teriam o suficiente para comprar lotes e construir uma.
Ter boa alimentação diária é a coisa mais fácil do mundo. O crítico Antonio Candido notou certa vez que vivemos na única fase em que a humanidade consegue produzir muito mais do que consome. Exemplificando, tem comida para todos. Mesmo assim, em Marabá você encontra “ladrões de pão” igual Jean Valjean e parece que ninguém se importa. A fome é algo tão particular e ao mesmo tempo ela existe em escala universal. E isso só pode mudar com todos se alimentando.

Todo mundo tem barriga e sabe que a fome dói. Porém, a maioria dos marabaenses que tem prato de comida pra dar consegue viver um dia inteiro sem lembrar que há gente dormindo com fome. Morrendo. Muitos desses famintos são conhecidos, mas quem vê seus rostos nada faz. E a maioria dos que passam fome não consegue acreditar em si mais, aceitam a miséria para si. Aceitam até o fim do mundo. Essa linha de aceitação é mais miserável que a dor de seus estômagos.