A maior parte do material, madeira e cerâmica, seriam jogados no lixo. Mas a artista Creusa Salame trabalhou, poeticamente, alcançando a beleza |
Na quinta-feira última
(5), o público foi prestigiar a VI Amostra Individual de Artes que ocorreu na
Biblioteca Municipal Orlando Lima Lobo, situada na Marabá Pioneira. Este espaço
foi ornamentado com parte da obra da artista plástica, Creusa Salame, conhecida
pelas belas exposições que tem levado às galerias e espaços públicos de Marabá.
No local, três conjuntos
de peças, poeticamente trabalhadas, mexeram com o gosto dos espectadores. Elas
vão permanecer abertas à apreciação por um mês.
Segundo Creusa Salame, a
maior parte do material, madeira e cerâmica, veio do lixo. E isso ela utilizou
para dar corpo à forma do belo.
“Quem faz moldura para
quadros, corta e joga no lixo alguns pedaços. Eu vi esses pedaços em Belo
Horizonte (MG) e perguntei ao moço se eu podia pegar o que ia ser jogado fora.
Peguei dois sacos cheios, botei no táxi e levei pra casa ansiosa. Paguei quase
200 reais para trazer à Marabá de avião”, recorda.
Uma dupla de mestres
marabaenses atuou na montagem. O curador que acompanha as produções da artista,
Antônio Botelho, projetou a ambientação da biblioteca junto a Bino Souza,
desenhista e pintor.
O prefeito de Marabá, João
Salame, compareceu ao evento e disse que só a mãe (Creusa Salame) consegue
fazê-lo dar uma "parada" no ritmo de trabalho, e vir apreciar a arte.
Artistas de vários
gêneros de arte vieram apreciar a exposição. Do campo literário, os escritores
Eduardo Castro, João Brasil, Airton Souza e Rose Pinheiro visualizaram com
apreço as montagens. Félix Urano, mais conhecido por Tibirica, que recentemente
chegou de Belém, onde fez a exposição "Chuva de Cores" no Instituto
de Artes do Pará (IAP), aproveitou para interpretar as peças.
A emoção saltou durante momento
de discurso, pronunciados por parte de familiares e dos que apreciam as
exposições inovadoras.
A estudante, Beatriz
Azevedo Cunha Bichara, se disse honrada por falar o que sente ao ver e reparar
as exposições da artista.
Creusa Salame enfatizou
que ama a arte, tanto que aos 74 anos venceu a timidez para publicar obra
literária, a saber, o livro “Contos e Crônicas”.
"Mas na minha
cabeça só tenho 50", afirmou com gracejo.
A neta, Rebeca Lara, também
não se conteve com comentários primorosos sobre a arte que nasce nas mãos da
avó.
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