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segunda-feira, 16 de junho de 2014

ESCOLA ELCIONE BARBALHO - Pressão de funcionários da escola afasta a comunidade


Eventos da comunidade podem estar com os dias contados. Documento vai
determinar nova política na escola que impede eventos da população
















Em outubro de 2011, um almoço de aniversário reuniu jovens no pátio da escola.
Escola Elcione Barbalho sempre serviu de espaço para a comunidade. 

























No último domingo (15), alunos da DEBQ usaram a escola.
O pátio continuava limpo, diferente do que os funcionários dizem
Agora, os pobres que se virem. Nos últimos anos, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Elcione Barbalho, situada no Bairro Independência – núcleo Cidade Nova, se tornou conhecida por recepcionar vários eventos da comunidade civil. Casamentos, aniversários, palestras e encontros de pais são apenas algumas das programações que reúnem os moradores.
Porém, essas realizações podem estar com os dias contados.  
Parte dos funcionários da escola tem se posicionado contra a participação da comunidade, impedindo o uso do espaço escolar. O motivo principal seria a sujeira que fica no prédio.   
Uma parte da comunidade que já está sofrendo esse “impedimento”, são os cerca de 150 estudantes que estudam com professores da Igreja do Evangelho Quadrangular, localizada na Avenida Paraíso.
Por mais de 5 anos, eles utilizaram 5 salas do Elcione Barbalho aos domingos de manhã. E ontem (16), os diretores do Departamento de Educação Bíblica Quadrangular (DEBQ), o casal de pastores Ronisteu e Rosilene Araújo, foram chamados pela direção da escola.
Segundo Ronisteu Araújo, a conversa com a gestora da escola, Maria de Nazaré Reis, veio em tom de que a comunidade não é bem vinda. Ele questionou os motivos.  
Após usarem a sala de aula, espaço continuou organizado
“Danificamos algum patrimônio aqui da escola? Ela disse que não. Perguntei se quebramos alguma torneira que a gente tem que pagar? Não. E respondeu que é por causa do lixo e que hoje (segunda-feira) amanheceu tudo sujo. Eu disse a ela que não negamos o fato de poder acontecer sujeira, só que podemos comprovar que não são nossos alunos”, afirma o pastor, que é formado em Pedagogia pela Universidade Federal do Pará (UFPA).
Ronisteu observou que já deu aulas por mais de 10 anos e entende bem os problemas que uma escola enfrenta. Além disso, um documento estaria sendo elaborado para privar que os eventos sejam realizados durante o fim de semana.
“A diretora disse que não poderia decidir isso sozinha, mas que ia conversar com algumas pessoas. Ela falou que veio um documento da Semed, só que ele vai contra a própria lei. Eu pensei que a escola era um espaço da comunidade. É lamentável porque eu sempre vi uma parceria entre a igreja e a escola. Mas, estão sendo unilateral agora”, nota.
Ainda segundo Ronisteu, a diretora disse que esse problema vem se desenrolando desde as administrações passadas.
“A diretora disse que tem outras escolas. Em outras palavras, ela disse que não queria mais a gente lá. Outra pessoa da direção disse que, uma vez, crianças rasgaram os cartazes da escola. Mas, nunca foi criança para lá. A maioria dos estudantes da DEBQ são alunos de 13 a 17 anos”, pontua, enfatizando que na igreja não há espaço para organizar as classes de estudo. 
“Para eles tirarem a comunidade da escola só seria possível se tivessem depredando o patrimônio. Agora, por causa de lixo? A gente usa uma revista de escola e a bíblia. De onde vem esse lixo?”, questiona.
O pedagogo resolveu ir noutra escola, Avanir Tenório, que fica ao lado da escola em que tradicionalmente estudavam, para ver se consegue espaço para as turmas. 
Direção – A reportagem foi até a escola para ouvir a gestora. Ela reuniu parte do corpo docente, na maioria professores, e pediu para cada profissional informar o que acontece.
“Em momento nenhum eu falei para ele não utilizar o espaço da escola. A única coisa que pedi foi que, ao terminar a escola bíblica, mantenham o ambiente limpo”, pontuou.
A diretora ressaltou que, numa ocasião recente, tinha explicado a duas mulheres da igreja que, desde a época da diretora Alda, ocorre essa situação, em que algumas salas ou o pátio ficam sujos. E essa sujidade surgiria por causa dos alunos da DEBQ.
“Mas como eu não era a diretora, era apenas professora, eu só ouvia. Mas, infelizmente, nós estamos nesse impasse”, avalia.
“Se você observasse, já que o pastor da igreja faz um trabalho social, a escola precisa de tanta coisa. Material de limpeza não estamos tendo. O Ronisteu poderia estar fazendo esse trabalho junto com a comunidade escolar. Às vezes, a escola é limpa apenas com água, rodo e vassoura”, ressalta.
Novamente, a gestora enfatizou que as serventes falaram que realmente fica sujo e que os professores encontram sujo.
A professora, Bruna da Silva Moraes, disse que uma vez a sala dela ficou com 20 cadeiras a mais, e teve que tirar para o corredor da escola. Jorge dos Santos Oliveira, também educador, relatou que por 2 vezes encontrou a sala com copo descartável e resto de bolo, porque fizeram festinha dentro da sala.
EX-DIRETORA RELATA QUE FUNCIONÁRIOS NÃO QUEREM ATENDER A COMUNIDADE
De acordo com Alda Silva, que foi diretora por mais de 10 anos e saiu em abril de 2012, sempre houve implicância por parte dos funcionários, que não queriam a comunidade usando o espaço.
“Eu que defendia, a escola existe para atender a comunidade. Não estão riscando nem quebrando nada. Eles diziam que não era bom ter gente de fora da escola. Antes de eu sair, disse que nós tínhamos uma parceria com a comunidade e igreja”, defende. 
Ainda de acordo com Silva, a atual gestora do Elcione Barbalho não gosta de trabalhar com a comunidade. E, por isso, Nazaré leva mais em conta aquele grupo, principalmente as serventes, reclamando que tudo ficava sujo. Porém, não são apenas os membros da igreja que usam a escola.  
“Elas não querem atender a comunidade. Não querem saber se no final de semana tem poeira”, detalha, acrescentando que os trabalhadores da escola, como vigilantes e serventes, faltavam no posto de trabalho.
“Quando a escola precisava de uma palestra, o pastor Ronisteu ministrava para a gente. Quando a escola fazia evento, o teatro da igreja também ia fazer abertura. Dificilmente a comunidade da igreja deixava a escola suja”, recorda.
Para terminar, a ex-diretora coloca em relevo que os jovens serão os mais prejudicados.
“Essa parceria com a comunidade funciona porque não estamos deixando nossos jovens na sarjeta. Elas vão para lá”, observe.
NÃO É COISA DE JAPONÊS!
Após a derrota da seleção japonesa para Costa do Marfim, por 2 a 1, no último sábado (14), os torcedores japoneses deram um verdadeiro exemplo de civilidade. Logo após o apito final, a torcida nipônica ajudou a coletar e ensacar o lixo produzido por eles nas arquibancadas da Arena Pernambuco.
Do mesmo modo, nossa reportagem constatou que os jovens da DEBQ faziam a parte que cabe a eles. No domingo (15), a reportagem fez fotos do corpo da escola e constatou que continuava limpa e organizada, como o de costume. 

FONTES NA NET: 
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
EDUCAÇÃO E COMUNIDADE - Escolas públicas como palco para eventos sociais e culturais

segunda-feira, 14 de outubro de 2013
“Enfim, sós!” - Casamento de jovens evangélicos deixa Dia das Crianças com a cara do amor

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