Eventos da comunidade podem estar com os dias contados. Documento vai determinar nova política na escola que impede eventos da população |
Em outubro de 2011, um almoço de aniversário reuniu jovens no pátio da escola. Escola Elcione Barbalho sempre serviu de espaço para a comunidade. |
No último domingo (15), alunos da DEBQ usaram a escola. O pátio continuava limpo, diferente do que os funcionários dizem |
Porém, essas
realizações podem estar com os dias contados.
Parte dos
funcionários da escola tem se posicionado contra a participação da comunidade,
impedindo o uso do espaço escolar. O motivo principal seria a sujeira que fica
no prédio.
Uma parte da
comunidade que já está sofrendo esse “impedimento”, são os cerca de 150
estudantes que estudam com professores da Igreja do Evangelho Quadrangular,
localizada na Avenida Paraíso.
Por mais de 5
anos, eles utilizaram 5 salas do Elcione Barbalho aos domingos de manhã. E
ontem (16), os diretores do Departamento de Educação Bíblica Quadrangular
(DEBQ), o casal de pastores Ronisteu e Rosilene Araújo, foram chamados pela
direção da escola.
Segundo
Ronisteu Araújo, a conversa com a gestora da escola, Maria de Nazaré Reis, veio
em tom de que a comunidade não é bem vinda. Ele questionou os motivos.
Após usarem a sala de aula, espaço continuou organizado |
Ronisteu
observou que já deu aulas por mais de 10 anos e entende bem os problemas que
uma escola enfrenta. Além disso, um documento estaria sendo elaborado para
privar que os eventos sejam realizados durante o fim de semana.
“A diretora
disse que não poderia decidir isso sozinha, mas que ia conversar com algumas
pessoas. Ela falou que veio um documento da Semed, só que ele vai contra a
própria lei. Eu pensei que a escola era um espaço da comunidade. É lamentável
porque eu sempre vi uma parceria entre a igreja e a escola. Mas, estão sendo
unilateral agora”, nota.
Ainda segundo
Ronisteu, a diretora disse que esse problema vem se desenrolando desde as
administrações passadas.
“A diretora
disse que tem outras escolas. Em outras palavras, ela disse que não queria mais
a gente lá. Outra pessoa da direção disse que, uma vez, crianças rasgaram os
cartazes da escola. Mas, nunca foi criança para lá. A maioria dos estudantes da
DEBQ são alunos de 13 a 17 anos”, pontua, enfatizando que na igreja não há
espaço para organizar as classes de estudo.
“Para eles
tirarem a comunidade da escola só seria possível se tivessem depredando o
patrimônio. Agora, por causa de lixo? A gente usa uma revista de escola e a
bíblia. De onde vem esse lixo?”, questiona.
O pedagogo
resolveu ir noutra escola, Avanir Tenório, que fica ao lado da escola em que
tradicionalmente estudavam, para ver se consegue espaço para as turmas.
Direção – A reportagem foi até a escola para
ouvir a gestora. Ela reuniu parte do corpo docente, na maioria professores, e
pediu para cada profissional informar o que acontece.
“Em momento
nenhum eu falei para ele não utilizar o espaço da escola. A única coisa que
pedi foi que, ao terminar a escola bíblica, mantenham o ambiente limpo”,
pontuou.
A diretora
ressaltou que, numa ocasião recente, tinha explicado a duas mulheres da igreja
que, desde a época da diretora Alda, ocorre essa situação, em que algumas salas
ou o pátio ficam sujos. E essa sujidade surgiria por causa dos alunos da DEBQ.
“Mas como eu
não era a diretora, era apenas professora, eu só ouvia. Mas, infelizmente, nós
estamos nesse impasse”, avalia.
“Se você
observasse, já que o pastor da igreja faz um trabalho social, a escola precisa
de tanta coisa. Material de limpeza não estamos tendo. O Ronisteu poderia estar
fazendo esse trabalho junto com a comunidade escolar. Às vezes, a escola é
limpa apenas com água, rodo e vassoura”, ressalta.
Novamente, a
gestora enfatizou que as serventes falaram que realmente fica sujo e que os
professores encontram sujo.
A professora,
Bruna da Silva Moraes, disse que uma vez a sala dela ficou com 20 cadeiras a
mais, e teve que tirar para o corredor da escola. Jorge dos Santos Oliveira,
também educador, relatou que por 2 vezes encontrou a sala com copo descartável
e resto de bolo, porque fizeram festinha dentro da sala.
EX-DIRETORA RELATA QUE FUNCIONÁRIOS NÃO
QUEREM ATENDER A COMUNIDADE
De acordo com
Alda Silva, que foi diretora por mais de 10 anos e saiu em abril de 2012, sempre
houve implicância por parte dos funcionários, que não queriam a comunidade
usando o espaço.
“Eu que
defendia, a escola existe para atender a comunidade. Não estão riscando nem
quebrando nada. Eles diziam que não era bom ter gente de fora da escola. Antes
de eu sair, disse que nós tínhamos uma parceria com a comunidade e igreja”,
defende.
Ainda de
acordo com Silva, a atual gestora do Elcione Barbalho não gosta de trabalhar
com a comunidade. E, por isso, Nazaré leva mais em conta aquele grupo, principalmente
as serventes, reclamando que tudo ficava sujo. Porém, não são apenas os membros
da igreja que usam a escola.
“Elas não
querem atender a comunidade. Não querem saber se no final de semana tem poeira”,
detalha, acrescentando que os trabalhadores da escola, como vigilantes e
serventes, faltavam no posto de trabalho.
“Quando a
escola precisava de uma palestra, o pastor Ronisteu ministrava para a gente.
Quando a escola fazia evento, o teatro da igreja também ia fazer abertura. Dificilmente
a comunidade da igreja deixava a escola suja”, recorda.
Para
terminar, a ex-diretora coloca em relevo que os jovens serão os mais
prejudicados.
“Essa
parceria com a comunidade funciona porque não estamos deixando nossos jovens na
sarjeta. Elas vão para lá”, observe.
NÃO É COISA DE JAPONÊS!
Após a
derrota da seleção japonesa para Costa do Marfim, por 2 a 1, no último sábado
(14), os torcedores japoneses deram um verdadeiro exemplo de civilidade. Logo
após o apito final, a torcida nipônica ajudou a coletar e ensacar o lixo
produzido por eles nas arquibancadas da Arena Pernambuco.
Do mesmo
modo, nossa reportagem constatou que os jovens da DEBQ faziam a parte que cabe
a eles. No domingo (15), a reportagem fez fotos do corpo da escola e constatou
que continuava limpa e organizada, como o de costume.
FONTES NA NET:
segunda-feira,
12 de agosto de 2013
EDUCAÇÃO E
COMUNIDADE - Escolas públicas como palco para eventos sociais e culturais
segunda-feira,
14 de outubro de 2013
“Enfim, sós!”
- Casamento de jovens evangélicos deixa Dia das Crianças com a cara do amor
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