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segunda-feira, 23 de junho de 2014

SÃO FÉLIX PIONEIRO - Bairro recebeu XVI Sarau da Lua Cheia






Grupo de Ação Cultural reivindicou espaço e pediu apoio 
às autoridades políticas e empresários para criação de sede







Na última sexta-feira (20), o Bairro São Félix Pioneiro sediou a 16ª edição do Sarau da Lua Cheia, evento artístico e cultural que ocorre a cada mês, num dos núcleos de Marabá. A anfitriã desse encontro, Vanda Melo, recepcionou a comunidade e o Coletivo de Poetas e Artistas do Sarau no espaço conhecido como Voz do Remir, situado próximo à Praça Cipriano Santos. Os moradores dividiram o ambiente com alunos da Escola Estadual Dr. José Cursino de Azevedo, localizada na Folha 10, e professores da Universidade Federal do Sul e Sudeste Paraense (UNIFESSPA), na Folha 31.
Uma equipe de cinema de Belém, que visitava Marabá estudando a cultura, impressionou o público ao informar que os membros estão projetando filme, em curta-metragem.
A anfitriã do evento fez a abertura com discurso de boas-vindas, em nome do Grupo de Ação Cultural (GAC) que atua há 10 anos naquele núcleo.
“Estamos encabeçando a construção de uma biblioteca comunitária esses anos. E queremos que o sarau marque a nossa luta por um espaço de leitura aqui no São Félix Pioneiro”, afirma Vanda Melo, que recitou um poema de Elisa Lucinda em homenagem às mulheres, intitulado “Aviso da Lua que menstrua”.
Eliane Soares, poetisa e professora na UNIFESSPA, assumiu a palavra para explicar o projeto do sarau, enquanto lugar de apreciação da arte em que os moradores são os poetas. “Esse momento é para crianças ou adultos, quem sabe ou não ler, para contador de histórias e cantores”, detalha. 
Airton Souza, poeta que ao lado de Soares arquitetou o movimento sarauista, homenageou o paraense Max Martins. Em memória do escritor que, se vivo, estaria completando 88 anos, Souza colocou em relevo que todos os poetas devem a Max, inclusive os que não o conheceram.

POESIA SEM LIMITES

A noite aproximou muitas ideias e situações extremas. A artista plástica e escritora, Creusa Salame, cantou versos sobre Belém do Pará, mas, antes disso, observou que a forte paixão por Carajás não pode causar impedimentos para a arte.
A professora da escola José Cursino, Katiucia Oliveira, declamou alguns poemas da obra, Pó É Mar. Ela comentou o que é trazer os alunos para esse tipo de programação. Embora seja difícil ter carros que levem todos, o trabalho é um grande investimento na formação intelectual e cidadão dos jovens. 
E a participação de alunos rendeu bastante. O aluno dela, Kiudemberg, deu voz à poesia de Ademir Braz. Marcelo Leal, também aluno, leu versos de Creusa Salame. O estudante, Josimar Alves, 52 anos, falou dos camponeses e da guerrilha, além de recordar a história de como o padrasto dele foi preso. O jovem cantor, Isaías Barros, tocou composição do Rosa de Saron, banda conhecida, principalmente, pela fé católica.
O alunado da Escola São Félix também relatou a participação no Clube do Livro e de como isso tem melhorado o desempenho. A maioria leu livros de autores da região e puderam conhecer de perto alguns dos escritores, pois, vieram ao evento.  
O escritor da obra Marabá Guaridas, Adão Almeida, cantou texto que trata dos festejos de São João. Javier Di Ma-y-abá escolheu a obra À boca da noite, título do amigo Airton Souza, e partes da narrativa de Bartolomeu Campos de Queirós, Vermelho Amargo.
Aliane Alencar realizou um relato de memória sobre a biblioteca que havia no bairro. Os livros foram empacotados e até hoje estão numa casa de um professor. Por isso, hoje lutam por uma sede, mas ainda não conseguiram um terreno. Já mandaram carta ofício a Câmara Municipal de Marabá (CMM) e estão fazendo campanhas otimistas na comunidade.
Antes do encerramento, os participantes cantaram parabéns para Suely Fortunato, apreciadora da arte e entusiasta do movimento. 

CURTA METRAGEM
O grupo de produtores estava fazendo laboratório em Marabá, para produzir um curta-metragem envolvendo a cultura local. Eles foram convidados pelo professor da UNIFESSPA, Clei Souza, que acompanhou a passagem da equipe na cidade. 
Mateus Moura, diretor dessa produção, não ficou apenas assistindo e foi declamar. Ele já dirigiu o curta “Matinta Pereira”. O conteúdo da película trata da biografia de Vanderlei, personalidade que vai ser o protagonista do curta-metragem.
Ramon Labandone, que faz parte do grupo de cineastas belenenses, parabenizou ao público participante do Sarau da Lua Cheia. 

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