NACIONAL ENERGY

terça-feira, 3 de junho de 2014

COMO SERIA O MUNDO...


Se tudo que eu pensasse desse certo, como seria? Minha cidade de Marabá, meu Pará e a pátria amada, Brasil teriam outra cara. Sem modéstia, tudo ia ser bom e maravilhoso. Bem, de início, eu ia querer um censor, só pra não deixar os pensamentos ruins passarem. É muita responsabilidade refazer o mundo à imagem e semelhança do que se passa na minha cabeça.
Então, faz-se necessário responder o que é o “dar certo”, e, o que vem a ser ruim e bom.
Dar certo é virar realidade. Acontecer! Simples assim, e do jeitinho que posso imaginar.  
Ruim é aquilo que só beneficia a mim mesmo prejudicando a outros, ou, não ajudando a ninguém.
“E o beijo da tua namorada? Ou teu salário de a mês a mês?” Estas coisas não afetam ninguém negativamente – e até beneficiam a outros sim. No afeto, quem visse meu amor ia usar como referencial de beijo feliz e, quem trabalha, ia poder ver a flor do meu salário. Principalmente, se for vendedor de livros.
Enfim, não tenho tempo para falar de todo o estado e da nação, só tenho pra pensar – coisa bem mais rápida que as palavras ditas. Mas, tudo que penso para Marabá era só repetir nos níveis estado e nação. E não são coisas bobas não. Nem coisa mágica do tipo “penso, logo existe”, assim, vejo numa boa manhã de segunda-feira um menino pedinte, daí imagino ele bem fardado indo rumo a escola, e em seguida isso “se alakacazam!” Ei, parando pra refletir nesse exemplo, num é mal pensamento, ham?! Só que vamos para coisas mais concretas.
Tem 2 coisas que penso que podiam acontecer logo. Elas passariam com palmas pelo censor e são importantes porque andam bem juntinhas.
Ter uma casa é tão bom. É um direito de todos. O governo brasileiro até aproxima “casa” de “vida” – assim, não ter casa é estar morto e quem aluga é tipo “walking dead”. Só que algumas pessoas de Marabá não sabem dar valor. Algumas não, a maioria, e penso que isso tem de mudar.
“Que pessoas?” Aqui, o grupo que já tem moradia própria poderia lutar em favor dos “descasados” ou, pelo menos, demonstrar que sabe que muitos marabaenses não têm. Mas, logo que se resolvem, pouca importa os que ainda restam no mesmo problema. E o grupo dos sem casa poderia parar de gastar o dinheiro que tem com amenidades e economizar. Tem pessoas pagando aluguel na marra há 10 ou 20 anos, mas se salvassem tudo que gastaram com bebidas, cigarros, bingos, loterias e vícios bobos teriam o suficiente para comprar lotes e construir uma.
Ter boa alimentação diária é a coisa mais fácil do mundo. O crítico Antonio Candido notou certa vez que vivemos na única fase em que a humanidade consegue produzir muito mais do que consome. Exemplificando, tem comida para todos. Mesmo assim, em Marabá você encontra “ladrões de pão” igual Jean Valjean e parece que ninguém se importa. A fome é algo tão particular e ao mesmo tempo ela existe em escala universal. E isso só pode mudar com todos se alimentando.

Todo mundo tem barriga e sabe que a fome dói. Porém, a maioria dos marabaenses que tem prato de comida pra dar consegue viver um dia inteiro sem lembrar que há gente dormindo com fome. Morrendo. Muitos desses famintos são conhecidos, mas quem vê seus rostos nada faz. E a maioria dos que passam fome não consegue acreditar em si mais, aceitam a miséria para si. Aceitam até o fim do mundo. Essa linha de aceitação é mais miserável que a dor de seus estômagos. 

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