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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

3º PRÊMIO INGLÊS DE SOUSA - Vencedores premiados na quarta-feira (17), na Biblioteca Municipal Orlando Lima Lobo


Premiados fazem pose com membros da Academia de Letras.
Anderson Damasceno (1º lugar poesia), Creusa Salame, Genival 
Crescêncio (secretário de cultura), Ana Maria Martins Barros (1º lugar 
conto), Airton Souza, George Ayres, Joethon Ribeiro e Eliane Soares









Secretário Genival e o escritor Joelthon dão título
de 1ª colocação a Ana Maria Barros
Na quarta-feira última (17), houve a solenidade para os vencedores do 3° Prêmio Inglês De Sousa, organizado pela Academia de Letras do Sul e Sudeste do Pará (ALSSP), Anna Maria Martins Barros, que na categoria Conto alcançou o primeiro lugar com a obra “Ponto Final”, e Anderson Damasceno, que logrou a primeira colocação com o poema, “Seco”. O concurso literário foi idealizado pelo poeta marabaense, Airton Souza, e ocorreu na Biblioteca Municipal Orlando Lima Lobo, situada na Marabá Pioneira.
Apesar da ausência do presidente da ALSSP, Eduardo Castro, vários membros da Academia, Creusa Salame, Eliane Soares e Joelthon Ribeiro deram corpo ao evento. Eles premiaram os participantes do concurso, eleitos do primeiro ao terceiro lugar em cada modalidade.
Ederson de Oliveira, representante da ARMA,
passa título a Anderson Damasceno
Segundo os organizadores, a cada ano a proposta do Inglês de Souza tem criado resultados positivos para a cidade, e quem ganha mais são os moradores que tem o prazer de ver novas obras de arte.
Durante a solenidade de premiação, o secretário de cultura, Genival Crescêncio, reconheceu a importância dos coletivos artísticos na cidade, em especialmente, aqueles ligados ao movimento literário.  
Embora o encontro tenha sido aberto à sociedade marabaense, principalmente aos amantes da literatura, cerca de 30 pessoas compareceram. Contudo, a maior parte do público era constituída de militantes dos coletivos locais e representantes de entidades que atuam no campo da arte e educação.
Na categoria conto, os vencedores foram Anna Maria Barros, em primeiro lugar, seguida de Gil Vieira Costa e George dos Anjos Ayres. Na poesia, o primeiro lugar ficou com Anderson Damasceno, e Averlandio Cabral da Cruz e Valdir Araújo, na segunda e terceira colocação.
Ederson de Oliveira, representante da Associação do Artistas Visuais do Sul e Sudeste do Pará (ARMA), foi convidado para fazer a titulação do professor, Anderson Damasceno. Em seguida, o secretário Genival Crescência e o escritor Joelthon Ribeiro passaram o título de 1ª colocação a Ana Maria Barros. 
Por serem de outras cidades, alguns dos escritores vitoriosos não conseguiram se programar e vir ao evento.  
Na ocasião, Airton Souza, que coordenou biblioteca municipal durante o ano de 2014, destacou o fato da instituição ter alcançado a visita de número 10 mil.
Iêda Mendes, da Galeria de Artes Vitória Barros, ganhou um brinde especial Orlando Lima Lobo por ter sido a visitante.

AMIGO LIVRO
Dentro da programação houve também o amigo livro, como forma de confraternização. Quem tirou um amigo ou amiga no sorteio, tentava descrevê-lo a fim de que os demais pudessem acertar.   
Na brincadeira, Lara Borges, do Instituto Cultural Hosana Lopes de Abreu, foi agraciada com presente da advogada, Cláudia Chini. Lara Borges tirou o poeta Adão Almeida, autor da obra Marabá Guaridas. Por sua vez, Joelthon Ribeiro teve como parceira na diversão a escritora da obra “Desverso”, Katiucia Oliveira.  

O momento de troca de livros trouxe muita animação por toda a noite.







CONTO - Ponto final (Ana Maria Martins Barros)

Ponto final* (Ana Maria Martins Barros)


O reino encantado da castanha, do caucho e dos garimpos de diamantes, atraiu levas e levas de mulheres da vida para a região de Marabá, dando a esta terra um ar de subversão, com a formação de famosos cabarés, o que modificou a rotina e revolucionou os costumes e as relações familiares da pacata cidade, que giravam em torno do homem. Estes, por trás dos fartos bigodes escondiam uma fachada moralista com extremado apego a defesa da honra.
As prostitutas trajavam-se de ouro, um meio de vida que fez história em Marabá. A maior freguesia estava nos cabarés, onde as jovens mulheres atraídas pela magia e sedução do dinheiro fácil dos garimpos vinham de toda parte, especialmente da cidade de Imperatriz no Maranhão, que também acolhia as moças solteiras de Marabá que eram expulsas de casa.
Embora defendessem a virgindade como valor moral e princípio ético do poder patriarcal, os homens frequentavam os cabarés com visível assiduidade e muita elegância nos trajes como conjuntos de linho e adereços como chapéus de massa e cinturões combinando com os sapatos.
Por outro lado, as jovens marabaenses deviam se vestir e se comportar como freiras carmelitas, para não “ficarem faladas”. Caso viessem a perder a virgindade, dizia-se que a moça havia sido literalmente “ofendidas”.  O termo ofendida equivalia a grande desonra para um pai de família, já que neste caso, as chances da jovem se casar eram mínimas.
As prostitutas de Imperatriz chegavam nos barcos de linha soltando foguetes, nas proas dos barcos. Nas malas poucas roupas e muito encantamento pelos homens casados.Como vingança as mulheres casadas se referiam a elas com apelidos de gatos, raparigas, prostitutas, mulheres da vida ou putas. Não importava o nome, elas subvertiam a ordem, frequentavam os salões de beleza, tomavam banho nos rios com sabonete Fhebo e exibiam-se nas ruas com decotes extravagantes. Assim, elas seduziam e eram também seduzidas.
A permuta entre prostitutas do Pará e Maranhão parecia um acordo institucionalizado. Assim aconteceu com as três filhas do Sr. Moacir.    Primeiro foi Helena a mais velha que “caiu na boca do povo”, indo para o Maranhão. Depois Solange e por último, Verônica a mais nova. Dizem que as duas primeiras conseguiram se casar depois de muitos anos morando na cidade de Imperatriz, Verônica não teve a mesma sorte. Estabeleceu-se mesmo foi nos cabarés da cidade maranhense. Dizem que sempre ameaçava voltar um dia à Marabá para se vingar. Ela guardava certa mágoa de alguém que não se sabia ao certo quem era.
Osvaldina, a mãe das três moças, era mulher das prendas domésticas. Não saía de casa. Enquanto o marido vaidoso estava sempre com um meio riso no rosto. As filhas puxaram a ele, diziam. De profissão era joalheiro, o que o fazia estar sempre bem arrumado, de maleta de couro preta em punho e chapéu de massa acinzentado. Entrava livremente nos cabarés a qualquer hora do dia ou da noite, pois era comerciante, gabava-se ele.
Enquanto a esposa definhava aos poucos, consumida pelo desgosto, Moacir parecia cada dia mais jovem e bem cuidado, embora em idade, Osvaldina fosse muito mais nova que o marido, o que reforçava ainda mais a vaidade daquele homem convencido e mulherengo.
O cheiro forte do perfume de gardênia, marca registrada de Moacir, era velho conhecido, especialmente das mulheres da vida.
Esposas como Osvaldina, esmeravam-se para o marido se apresentar bem nos ambientes, já que a roupa do marido refletia o caráter da esposa (traída ou não). Assim, o cenário de um pequeno bordel incluía sempre um pai de família bem vestido dançando um bolero com uma prostituta completamente entregue ao desfrute.
Moacir costumava trajar calças brancas ou cáqui, de um linho ligeiramente mole e brilhoso, sapatos bem lustrados, que Osvaldina em pessoa fazia questão de cuidar. O chapéu de massa combinando com o cinto, caía-lhe muito bem com o conjunto de linho que ondulava de acordo com as orgias dos Cabarés da Chicona ou do Canela Fina.
A notícia do barco recém-chegado de Imperatriz com lindas “mulheres da vida”, naquela noite, espalhou-se como rastro de pólvora pela cidade. A insatisfação das mulheres era visível e contrastava com a animação dos homens que em vão tentavam disfarçar a inquietação.
Naquela noite especial Moacir caprichou no cheiro de gardênia. Lá chegando, mesmo com a pouca luz do cabaré percebeu os olhares de uma morena de uns vinte e poucos anos, que lhe encarava com notável interesse. Embora fosse matreira e sonsa e de olhar meio precavido, o homem fora atraído pela moça de tal forma que não resistindo, chamou a dona do bordel, revelando-lhe seu desejo e pagando-lhe generoso cachê adiantado, por uma noite com a estranha morena.
A dose de pinga com cravinho tomada na entrada lhe dera coragem e assim como a moça também lhe correspondesse aos olhares de longe, foram deslizando sorrateiramente da pouca luz da sala para a penumbra do quarto abafado e sem saída de emergência, onde se encontraram frente a frente Moacir e Verônica, depois de passados alguns anos.
Ao sentir tão de perto o cheiro de gardênia seu velho conhecido, um arrepio na espinha lhe alfinetou os labirintos da memória. A moça quase teve um ataque, mas o sentimento embebido em ódio foi mais forte, conseguindo assim mantê-la de pé embora a muito custo.
Meio embriagado, Moacir  fungava no ouvido de Verônica como fizera há alguns anos atrás e, sem nada perceber, o pai perguntava com voz melosa qual era o seu nome, enquanto Verônica fazia uma retrospectiva e mergulhava nos afagos doloridos da infância, onde dedos enfiados em lugares não permitidos, lhe roubando, pouco a pouco, a juventude nas noites mal dormidas, em que o seu algoz era o próprio pai. Tais pensamentos foram prolongando-lhe o desejo de vingança, foi quando num último alento sacou da bolsa uma pistola e, enxugando com as costas da mão uma lágrima,disparou a queima-roupa, dando fim aquela angústia que lhe corroía por dentro.
 Aquele som que aos seus ouvidos lhe pareceu o canto de uma ave agourenta, deu um ponto final naquela história de ódio e ressentimentos.




* Texto premiado na categoria Conto do 3º Prêmio Inglês de Sousa, realizado pela Academia de Letras do Sul e Sudeste do Pará (ALSSP), no ano de 2014 em Marabá. 

POEMA - Seco (Anderson Damasceno)

Seco* (Anderson Damasceno)

Eu sepultei as chuvas dentro de mim,  
Não mais queria esse mor chão molhado,
Com teu falciforme calor dobrado,
Queria o agora quente de querubim.

Era adorado o ser que caiu do céu,
E sendo o que era, podia ser cruel,
Como rasgam gotas em um papel,
Torna-se cova, o chão de quem te deu.

Mas eram qual chuva as águas que eu via,
Pedindo banho, amo feito menino,
Adora a pele os pingos como hino.
Lembro calado, ácido o que sentia.

Foi quando eu mais precisava chorar,
Que sepultei as chuvas dentro de mim.

Houve tempo que tuas águas vinham de manhã,
Quando tudo é novo, fértil e não se quer partir.
Chuviscando o dia, com cheio sorriso, podia sair,
Cada minuto, e gotícula, curtia ser fã.

Houve tempo que tuas águas banhavam a tarde,
Hora da vida adulta, faz-se dura, trabalho e morte.
Caía competindo o céu com o sol a chuva quente,
Amando mesmo doente, amor da mesma idade.

E tempo houve, as torrentes fecharam a noite,
Com trovões, rígido os céus, a tudo afogavam,
E os corpos gélidos não mais se encontravam.

Amores não crescem como as chuvas, é a sorte. 

* Texto premiado na categoria Poesia no 3º Prêmio Inglês de Sousa, realizado pela Academia de Letras do Sul e Sudeste do Pará (ALSSP), no ano de 2014 em Marabá. 

SÃO DOMINGOS - Governo do Estado é alvo de críticas por falta do serviço de Corpo de Bombeiros


Família perde a casa após incêndio. Governo do Estado é alvo de
 críticas por falta do serviço de Corpo de Bombeiros























Nesta terça-feira última (16), os populares do município de São Domingos do Araguaia se viram impotentes diante de um incêndio, que destruiu uma residência no Bairro Braga. Em razão da cidade não ter serviço do corpo de bombeiros – direito que deveria ser garantido pelo Governo do Estado –, as chamas deixaram em apuros uma família que morava na Rua Marcelino Lima.
A casa era feita de madeira e ficou devastada por completo. Mesmo com a ação solidária dos populares, que tentaram jogar águas com baldes e vasilhames que tinham, as perdas foram imensas.
Segundo o morador da cidade, Jassio Borges, o fato reuniu dezenas de curiosos e família perdeu os pertences.
“Graças a Deus não teve vítimas fatais, apenas perdas materiais. A cidade não dispõe do corpo de bombeiros e quando acontece coisa assim somos nós mesmos, a população que tem que se virar. Foram os vizinhos que tiveram que apagar o fogo”, relata.

A situação colocou em relevo o quanto a cidade está vulnerável a esse tipo desastre. 
Ainda segundo Borges, a dona da casa é conhecida como Maria, mas não é a primeira vez que famílias perdem o patrimônio por causa de situações inesperadas como essa.
De acordo com alguns dos residentes, não foi descoberto o motivo causador do fogo. Isso destaca, novamente, o quanto a população depende de órgãos e serviços públicos. 

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

CASA DA CULTURA - Fundação recebe a comunidade para apresentação musical








Secretário de Cultura, Genival Crescêncio (centro), acompanhou apresentações
ao lado de escritoras de Marabá, Katiucia Oliveira e Rose Pinheiro





















Grande público compareceu ao evento
A Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM) realizou na sexta-feira última (12), um encontro de bandas formadas pelos estudantes de escolas regulares, que fizeram apresentações para o público convidado. Todos os participantes estão em cursos ofertados pela instituição, através da Escola Municipal de Música Maestro Moisés Araújo, que trabalha vários instrumentos, e tiveram a oportunidade de demonstrar o aprendizado.
O momento serviu de prática musical, haja vista que grande público compareceu ao evento.
As escritoras marabaense, Katiucia Oliveira e Rose Pinheiro, assistiram de perto os conjuntos.  
A apresentação das bandas representa a culminância dos projetos desenvolvidos na Casa da Cultura.
O secretário de cultura, Genival Crescêncio, foi prestigiar a programação e destacou pontos positivos desse projeto para a comunidade.
“A escola de música representa um ganho social muito importante para a cidade. Os jovens no contra turno estão lá desempenhando alguma atividade na área musical. Hoje a gente vê na cidade que muitos dos músicos profissionais passaram por lá ou pelo Cine Marrocos”, considera. 
Ainda segundo Crescêncio, a música resulta no aprimoramento do perfil e do currículo desses alunos.  
“Esse programa encaminha os estudantes para um futuro mais promissor. Eles investem o tempo ocioso fazendo estudos artísticos. E além de melhorar o rendimento na escola tradicional, as aulas de música incrementam o currículo deles”, ressalta.